A matéria que escrevo hoje tem a ver com os episódios ocorridos entre o Grande Prémio de San Marino, a 25 de Abril, e o seu acidente fatal, no Sábado 8 de Maio, no circuito belga de Zolder. Aqui se vai falar na má interpretação que Didier Pironi fez dos sinais mandados pela equipa, quando os dois carros estiveram na frente da corrida, após a desistência do Renault de René Arnoux, na volta 44.
Como já tinha escrito anteriormente, na volta 47 dessa corrida, o director da Ferrari, Mauro Forgheri, mandou um sinal a Didier Pironi e Gilles Villeneuve para que abrandasem o seu ritmo, já que havia dúvidas que ambos os carros aguentassem o resto da corrida. Vileneuve abrandou, mas Pironi decidiu desobedecer às ordens, pois achava que, estando à frente do campeonato pessoal (só tinha um ponto, enquanto que Gilles não tinha nenhum) isso teria prioridade sobre o estatuto que tinha na Ferrari, de segundo piloto...
Depois de ambos os pilotos terem batalhado em pista, na penultima volta, o canadiano estava na frente, e decidiu abrandar o ritmo, pensando que Pironi faria o mesmo. Não o fez, e passou definitivamente o canadiano. Villeneuve tentou reagir, mas não o conseguiu. Na meta, Pironi ganha a corrida, deixando fulo o canadiano.
E porquê isto tudo? Três anos antes, em 1979, Enzo Ferrari decidiu que o sul-africano Jody Scheckter, na altura à frente do Campeonato, seria o campeão do Mundo, apesar do canadiano ser mais rápido do que ele. No final da corrida de Monza, Enzo Ferrari chegou-se a Villeneuve e disse “hoje foi ele, mas da próxima, tu serás Campeão do Mundo”. Essa promessa do “Commendatore” foi aquilo que manteve Villeneuve na equipa. A sua lealdade era uma das gandes qualidades que muitos apreciavam, a par da sua agresividade em pista.
Em 1982, depois de duas más épocas, sabia-se que a Ferrari tinha finalmente feito a combinação certa. O chassis 126C, aliado ao motor Turbo, era uma grande máquina, mas ainda era pouco fiável. Só a partir de San Marino é que se verificou que era uma máquina vencedora.
No final da corrida, Villeneuve queria pura e simplesmente pegar no seu helicóptero e ir para casa. Foi a sua mulher Joann que o convenceu para subir ao pódio, para receber os louros do segundo lugar. Pironi festejava, enquanto que o olhar de Vileneuve dizia tudo...
No final da corrida, as discussões continuavam. Pironi defendia-se afirmando que não tinha visto o sinal, enquanto que Villeneuve ameaçava abandonar a equipa no final da temporada, enquanto que o estatuto não fosse definido. A discussão foi tal que na terça-feira, a Ferrari decidiu lançar um comunicado à imprensa defendendo o piloto canadiano. Mas para ele isso não bastava. No final dessa semana, foi entrevistado por Nigel Roebruck, para a revista Motorsport. Aí afirmou a frase fatal: “Pironi seria a partir de hoje o meu adversário. Nunca mais falarei para ele no resto da minha vida”.
Depois do desenlaçe fatal, o francês Alain Prost, seu amigo pessoal, afirmou que “durante aqueles 15 dias, a maior obssessão de Villeneuve chamava-se Didier Pironi”. Quando a Ferrari chegou à Belgica, Villeneuve fez todos os possiveis para passar o seu companheiro de equipa. Nos treinos de Sábado, perto do final da sessão, os Ferrai eram sétimo e oitavo na grelha, a cerca de meio segundo do primeiro colocado, o Renault de René Arnoux. Villeneuve não suportava o facto de Pironi, o seu maior rival, estar à sua frente. Sendo assim, forçou o seu carro até aos seus limites.
Como já tinha escrito anteriormente, na volta 47 dessa corrida, o director da Ferrari, Mauro Forgheri, mandou um sinal a Didier Pironi e Gilles Villeneuve para que abrandasem o seu ritmo, já que havia dúvidas que ambos os carros aguentassem o resto da corrida. Vileneuve abrandou, mas Pironi decidiu desobedecer às ordens, pois achava que, estando à frente do campeonato pessoal (só tinha um ponto, enquanto que Gilles não tinha nenhum) isso teria prioridade sobre o estatuto que tinha na Ferrari, de segundo piloto...
Depois de ambos os pilotos terem batalhado em pista, na penultima volta, o canadiano estava na frente, e decidiu abrandar o ritmo, pensando que Pironi faria o mesmo. Não o fez, e passou definitivamente o canadiano. Villeneuve tentou reagir, mas não o conseguiu. Na meta, Pironi ganha a corrida, deixando fulo o canadiano.
E porquê isto tudo? Três anos antes, em 1979, Enzo Ferrari decidiu que o sul-africano Jody Scheckter, na altura à frente do Campeonato, seria o campeão do Mundo, apesar do canadiano ser mais rápido do que ele. No final da corrida de Monza, Enzo Ferrari chegou-se a Villeneuve e disse “hoje foi ele, mas da próxima, tu serás Campeão do Mundo”. Essa promessa do “Commendatore” foi aquilo que manteve Villeneuve na equipa. A sua lealdade era uma das gandes qualidades que muitos apreciavam, a par da sua agresividade em pista.
Em 1982, depois de duas más épocas, sabia-se que a Ferrari tinha finalmente feito a combinação certa. O chassis 126C, aliado ao motor Turbo, era uma grande máquina, mas ainda era pouco fiável. Só a partir de San Marino é que se verificou que era uma máquina vencedora.
No final da corrida, Villeneuve queria pura e simplesmente pegar no seu helicóptero e ir para casa. Foi a sua mulher Joann que o convenceu para subir ao pódio, para receber os louros do segundo lugar. Pironi festejava, enquanto que o olhar de Vileneuve dizia tudo...
No final da corrida, as discussões continuavam. Pironi defendia-se afirmando que não tinha visto o sinal, enquanto que Villeneuve ameaçava abandonar a equipa no final da temporada, enquanto que o estatuto não fosse definido. A discussão foi tal que na terça-feira, a Ferrari decidiu lançar um comunicado à imprensa defendendo o piloto canadiano. Mas para ele isso não bastava. No final dessa semana, foi entrevistado por Nigel Roebruck, para a revista Motorsport. Aí afirmou a frase fatal: “Pironi seria a partir de hoje o meu adversário. Nunca mais falarei para ele no resto da minha vida”.
Depois do desenlaçe fatal, o francês Alain Prost, seu amigo pessoal, afirmou que “durante aqueles 15 dias, a maior obssessão de Villeneuve chamava-se Didier Pironi”. Quando a Ferrari chegou à Belgica, Villeneuve fez todos os possiveis para passar o seu companheiro de equipa. Nos treinos de Sábado, perto do final da sessão, os Ferrai eram sétimo e oitavo na grelha, a cerca de meio segundo do primeiro colocado, o Renault de René Arnoux. Villeneuve não suportava o facto de Pironi, o seu maior rival, estar à sua frente. Sendo assim, forçou o seu carro até aos seus limites.
Inevitavelmente, os seus pneus ficaram desgastados, e Mauro Forgheri mandou chamar Villeneuve para as boxes. A caminho delas, após uma chicane, Villeneuve viu o March do alemão Jochen Mass. Ele desviou-se para a esquerda, mas Villeneuve interpretou-o mal e ambos chocaram. O seu carro voou ao bater nas rodas do March, catapultando-o, e quando aterrou, bateu com a frente no chão, desintegrando-o. O "bacquet" soltou-se, projectando Villeneuve para fora do carro, que só parou nas redes de protecção.
Os médicos cheagram rapidamente, mas Villeneuve tinha graves lesões ao nível do pescoço. Depois de terem conseguido reanimá-lo, foi transportado ao hospital. Contudo, algumas horas mais tarde, sabendo que as suas lesões eram irreversíveis, a sua mulher decidiu que se desligassem a máquina de suporte de vida. Eram 21:45 do dia 8 de Maio de 1982.
Não se consta que Pironi tenha ido ao funeral do seu ex-companheiro, em Berthierville, sua terra natal. Para a generalidade dos especialistas e fãs de automobilismo, Pironi era o “mau da fita”, o homem que tinha privado para sempre um os melhores pilotos de todos os tempos, e até a possibilidade de ele ser Campeão do Mundo. O seu substituto foi outro grande amigo de Villeneuve: o francês Patrick Tambay. Três corridas mais tarde, Pironi ganha na Holanda e dedica a vitória a Villeneuve, um gesto que, para muitos, foi interpretado como cínico...
Quando em Agosto, o piloto francês tinha alcnçado a "pole-position" no circuito de Hockenheim, Pironi era o claro favorito para ganhar o título mundial. Contudo, no Warm-up de Domingo de manhã, quando foi testar o carro à chuva, bateu forte no Renault de Alain Prost, um acidente idêntico ao que tinha acontecido a Villeneuve. Irónico, não é?
Uma capítulo final: quando Pironi morre em 1987 naquele acidente de barco ao largo da Ilha de Wight, o francês estava à espera dos seus primeiros filhos, um par de gémeos, concebidos "in vitro". Os nomes? Didier Jr e... Gilles.
Não se consta que Pironi tenha ido ao funeral do seu ex-companheiro, em Berthierville, sua terra natal. Para a generalidade dos especialistas e fãs de automobilismo, Pironi era o “mau da fita”, o homem que tinha privado para sempre um os melhores pilotos de todos os tempos, e até a possibilidade de ele ser Campeão do Mundo. O seu substituto foi outro grande amigo de Villeneuve: o francês Patrick Tambay. Três corridas mais tarde, Pironi ganha na Holanda e dedica a vitória a Villeneuve, um gesto que, para muitos, foi interpretado como cínico...
Quando em Agosto, o piloto francês tinha alcnçado a "pole-position" no circuito de Hockenheim, Pironi era o claro favorito para ganhar o título mundial. Contudo, no Warm-up de Domingo de manhã, quando foi testar o carro à chuva, bateu forte no Renault de Alain Prost, um acidente idêntico ao que tinha acontecido a Villeneuve. Irónico, não é?
Uma capítulo final: quando Pironi morre em 1987 naquele acidente de barco ao largo da Ilha de Wight, o francês estava à espera dos seus primeiros filhos, um par de gémeos, concebidos "in vitro". Os nomes? Didier Jr e... Gilles.
4 comentários:
brilhante texto!
essa rixa Didier Vs gilles ainda rende muito pano. Mas eu acho que o nome dos gemeos deixam a mensagem final.
Essa expressão di Gilles marca
Como grande fan do G.Villeneuve emocionei-me com o teu artigo speeder. que saudades do mais generoso piloto que a F1 já conheceu. Sds Villickx
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