terça-feira, 27 de maio de 2008

GP Memória - Monaco 1968

Depois do recomeço da temporada na Europa, e ainda a sarar as feridas das recentes mortes na Formula 1, máquinas e pilotos rumaram às ruas de Montecarlo para disputarem a terceira prova da temporada, o Grande Prémio do Mónaco.

A França vivia em pleno um agitado mês onde os estudantes se revoltavam e os operários entravam em greve. Contudo, no final desse mês, a situação tinha começado a voltar à normalidade, com o governo de De Gaulle a ceder nas reinvindicações, e os operários voltaram ao trabalho.

Contudo, na aristocrática Mónaco, os ecos de Paris pouco se ouviam. Estava-se mais preocupado com outra coisa: a segurança. A Ferrari decidira não aparecer nas ruas do Principado, pois ainda estava de luto pela morte de Lorenzo Bandini, um ano antes. E também não gostara muito das medidas que a organização fizera para melhorar a segurança, como o apertar da Chicane do Porto, o local do acidente fatal de Bandini, e também o ter encurtado a duração da corrida, para 80 voltas.

A Lotus e a BRM procuravam sucessores para as perdads de Clark e Spence. Na equipa de Colin Chapman, foram buscar o novato Jackie Oliver para o lugar, enquanto que na BRM, a escolha inicial era o britânico Chris Irwin. Contudo, uma semana antes, sofrera um terrível acidente nos 1000 km de Nurburgring, quando o seu Ford P68 voara, ferindo-se gravemente na cabeça. Demoraria mais de uma ano a recuperar, mas nunca mais voltaria a correr. Para o seu lugar veio Richard Attwood.

Para além destes dois pilotos, outras novas entradas iriam animar o pelotão. Na Cooper, Brian Redman estava a competir nos 1000 km de Spa-Francochamps, e foi substituido pelo belga Lucien Bianchi. Na Matra, com Stewart ainda magoado no pulso, foi substituido por um jovem piloto francês, de seu nome Johnny Servoz-Gavin.

Nos treinos, Hill foi o melhor, com... Servoz-Gavin a seu lado! Logo atrás ficaram o Lotus privado de Jo Siffert e o Honda de John Surtees, e na terceira fila estavam o Brabham-Repco de Jochen Rindt e o BRM de Richard Attwood.

Na partida, Hill é surpreendido por Servoz-Gavin, que lidera as três primeiras voltas, até que sofre uma falha mecânica que provoca um acidente, e desiste na hora. ainda na primeira volta, Bruce McLaren tinha sido alvo de uma colisão com o Lotus de Oliver...

As primeiras voltas iriam ser pródigas em acidentes. Na volta 9, Rindt tenta ultrapassar Surtees para o terceiro lugar, mas bate nos rails e abandona. Três voltas mais tarde, foi a vez de Jean Pierre Beltoise (que estreava o novo motor Matra), a abandonar devido a colisão, e nessa altura, Jo Siffert tinha encostado devido a problemas de transmissão.

No final da 16ª volta, apenas cinco carros estavam a circular nas ruas do Principado, logo a tarefa dos pilotos agora era apenas... chegar ao fim. Hill era o líder incontestado, com Attwood logo atrás, e Hulme na terceira posição.

O resto da corrida não teve muita história. Hulme teve que vir à boxe com problemas mecânicos, perdendo muito tempo e acabando na quinta posição final, a sete voltas do vencedor. Attwood perseguia Hill, mas este controlava a situação, rumando à sua segunda vitória do ano, terceira consecutiva da Lotus, e já agora, a sua quarta vitória pessoal nas ruas do Principado.

Com Hill a ganhar e Attwood a conseguir a melhor classificação de sempre, o terceiro classificado era o belga Lucien Bianchi, no seu primeiro e unico pódio da sua carreira na Formula 1. No quarto posto ficou o seu companheiro, o italiano Ludovico Scarfiotti. Infelizmente para ele, seria a sua última corrida na Formula 1, pois duas semanas mais tarde, enquanto competia com um Porsche oficial no Europeu de montanha, na Baviera, despistou-se e morreu.

Fontes:

1 comentário:

Daniel Médici disse...

Alguma F1 Racing que tenho por aqui registrou a estréia dee Servoz-Gavin como uma das dez mais impressionantes da história!