O norte-americano Teddy Mayer, o homem que tomou conta da McLaren após a morte do seu fundador, Bruce McLaren, nos anos 70, e que deu os primeiros dois títulos mundiais à marca, para além de passagens pela Can-Am e CART, morreu esta sexta-feira, aos 73 anos.
Nascido em Scranton, New Jersey, a 8 de Setembro de 1935, e filho de um ás da I Guerra Mundial, Edward Mayer, e de Mary Guggenheim, sobrevivente do Titanic, Teddy Mayer envolveu-se no automobilismo graças ao seu irmão mais novo, Timmy Mayer (1938-64), que tinha entrado em contacto enquanto cumpria o seu serviço militar na Europa. Graduou-se em Direito na Universidade de Cornell, onde por essa altura conheceu e fez amizade com outro apaixonado pelos automóveis: Peter Revson (1939-74).
Quando os três foram para a Europa, foram para a Cooper, ajudando um jovem piloto neozelandês que estava a dar os seus primeiros passaos como construtor, chamado Bruce McLaren. Revson, McLaren e Timmy Mayer eram os pilotos, enquanto que Teddy cuidava da parte administrativa. Mesmo após a morte do seu irmão, em Longford, numa prova da Tasman Series, no inicio de 1964, Mayer continuou a ajudar a equipa.
Foi ele que cuidava da equipa nos Estados Unidos, principalmente na Can-Am, com McLaren e Dennis Hulme, outro neozelandês, campeão do Mundo em 1967 e que se juntou à equipa no ano seguinte, e mais tarde, o seu amigo Revson. Também fizeram uma "perninha" na USAC Series (a antepassada da CART), principalmente com o americano Mark Donahue. Na Can-Am, a McLaren arrasou em 1969, com aquilo que se viria a chamar de "Bruce and Denny Show", ou seja, vencendo em todas as provas do campeonato. Mas quando McLaren morreu a 2 de Junho de 1970, em Goodwood, testando um carro da Can-Am, Hulme pediu a Mayer que também cuidasse da equipa de Formula 1, algo que o fez nos onze anos seguintes.
Na Can-Am, as vitórias continuavam, agora com Peter Revson ao volante. E depois, quando a equipa se retirou da competição, em 1972, Revson foi para a Formula 1, correndo ao lado de Hulme, conseguindo uma carreira curta, mas brilhante, a bordo do modelo M23, que daria o primeiro título mundial de pilotos e de marcas em 1974, através do brasileiro Emerson Fittipaldi. Um ano de sentimentos ambivalentes, pois o seu amigo Revson tinha morrido no inicio do ano, numa sessão de testes no circuito sul-africano de Kyalami.
Dois anos depois, com Fittipaldi a tentar a sua sorte com a sua própria equipa, contrata o inglês James Hunt, e numa temporada bem disputada com o Ferrari do austriaco Niki Lauda, vence o título por apenas um ponto de diferençam quando o austriaco, depois de ter ficado gravemente ferido num acidente em Nurburgring, ter recusado a correr na corrida molhada de Fuji. Mas nesse mesmo ano, a McLaren tinha conquistado a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, através de Johnny Rutheford, quatro anos depois da primeira vitória, através de Mark Donahue.
Contudo, a partir dali, as vitórias foram raras, tendo a última sido conquistada em 1977, no circuito de Watkins Glen, através de Hunt. A McLaren afundava-se no meio do pelotão, mesmo tendo pilotos talentosos como John Watson e um estreante chamado Alain Prost. E foi nesse mesmo ano que surge um inglês que tem uma equipa na Formula 2 chamada Project Four. Ron Dennis, o chefe dessa equipa, queria estar na Formula 1, e queria a McLaren como porta de entrada. Reza a história que foi a Marlboro, a patrocinadora da época, que convenceu os dois a fundirem-se (daí que os carros da equipa desde 1981 tenham a sigla MP4 - McLaren/Project Four).
Meyer ficou com uma posição menor na equipa, e abandonou-a definitivamente em 1982, para voltar aos Estados Unidos, construindo o seu próprio projecto, a Mayer Motor Racing. Carl Haas resgatou-o três anos depois, para o seu projecto da Formula 1, que tinha motores Ford Turbo e chassis construido pela Lola, guiado por dois veteranos: Alan Jones e Patrick Tambay. Mas o projecto fracassou e no ano seguinte, saiu definitivamente de cena, pelo menos na Formula 1. Mais tarde voltou à CART, ajudando Roger Penske na sua equipa, sendo o vice-presidente da empresa até á sua reforma.
E agora, é mais um homem notável que passa a fazer parte da História da Formula 1. Ars Lunga, Vita Brevis.
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