Eventualmente não será um aniversário muito feliz para ele, já que o seu filho acaba de ser corrido da Renault. Mas não creio que o velho Nelsão se deixe abater por tal contrariedade. Não sei se vai avançar com a ideia de construir uma equipa de Formula 1 para o seu filho, tal como fez na Formula 3 e na GP2, mas desejo-lhe sorte na sua empreitada.
Mas caso isso aconteça, talvez seja mais uma etapa na preenchida vida do sr. Nelson Piquet de Souto Maior, que um dia, para contrariar o seu pai, que tinha sido ministro no governo de João Goulart, um carioca transladado para Brasilia, que se meteu nos automóveis "para não ter que bater punheta todo o dia", e que na Garagem Camber, conheceu amigos para toda a vida como Roberto Moreno e Alex Dias Ribeiro. Acaso conhecem algum grupo de adolescentes que tivesse três futuros pilotos de Formula 1?
Ou então, quando a Formula 1 veio a Brasilia, na inauguração do Autódromo local, e numa operação de propaganda do regime militar, que baptizou a corrida de "I Troféu Médici", esse jovem se esgueirou no Autódromo, dormiu durante a noite na boxe da Brabham e limpou o capacete de Carlos Reutmann? Este, entre outros episódios, bem como a sua personalidade extrovertida e a sua lingua afiada, moldaram o seu caractér fora das pistas.
Digo fora, pois dentro dela, era inexcedível: os seus conhecimentos de mecânica, a sua prodigiosa criatividade e as engenhosas soluções para os problemas que se deparavam eram as suas imagens de marca. Certo dia, em meados dos anos 80, descobriu que caso raspasse a camada inicial dos pneus que ainda teriam vestigios de cola, aqueceriam mais rapidamente do que o normal, e isso lhe deu algumas pole-positions e vitórias. Durante algum tempo, os pilotos e os mecânicos faziam isso até que esse problema foi solucionado.
De resto, o seu palmarés fala por si: foi o último piloto a destacar-se na Brabham, a dar títulos e vitórias pela equipa então dirigida por Bernie Ecclestone. Depois conseguiu um título na Williams, mesmo tendo toda a equipa a favor de Nigel Mansell, bastando apenas ser mais regular do que o seu companheiro de equipa e aproveitar os erros dele. E no final, foi ganhar dinheiro na Lotus e conseguir uma segunda vida na Benetton, onde conseguiu uma última vitória caída do Céu, graças a mais um disparate de... Nigel Mansell. "Quase tive um orgasmo", afirmou depois.
Nem falo das polémicas que teve com Ayrton Senna fora de pista, ou da ultrapassagem de antologia que deu ao seu compatriota no GP da Hungria de 1986. Para muitos, foi a melhor ultrapassagem de sempre, e Jackie Stewart disse, ao ver aquilo, que "tinha sido como fazer 'looping' com um Boeing 747." Ame-se ou odeie-se, ninguém fica indiferente a Nelson Piquet. Feliz Aniversário, Nelsão!
4 comentários:
Piquetzão pra mim é show.
realmente sabia pilotar e arrumar seu carro, alem de varias manhas.
Só não é endeusado por que esta vivo, e brasileiro só valoriza idolo morto.
Viva ele e emerson.
Piquet Rules!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
admiro muito a sinceridade dele, além se ser um dos maiores pilotosque a fórmula 1 viu
abraços
Além de ótimo piloto, falava o que lhe dava na telha, sem se importar se estava sendo simpático.
O melhor brasileiro que correu na F1 e que venceu não apenas com o melhor carro.Parabéns, Piquet!Parabéns pelo post, Speeder.
Piquet tem tantos frases, e historias que nem podemos contar, se lembramos de uma, vem mais uma e mais outra...
Pra mim, o piloto mais humano, engraçado, irreverente e acima de tudo SINCERO! Gente boa!
Me identifico muito com ele, tenho varias coisas em comum, Carioca, Vascaino, falar o que tem de ser dito...
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