segunda-feira, 3 de maio de 2010

O impressionante vôo de Ricardo Teixeira



A Formula 2 regressou no ano passado, após 25 anos de ausência, com o mesmo objectivo: descobrir talentos para os levar à Formula 1. Contudo, esta categoria, como em todas as categorias de acesso, tem aquele defeito de ter pilotos demasiado agressivos, de "sangue na guelra", que tem de provar que são bons, lutando por posições, arriscando o seu pescoço, nao temendo nada. E este Domingo, naquele circuito de Marrakesh, tive um susto dos diabos quando vi o vôo do piloto luso-angolano Ricardo Teixeira.

Pessoalmente, nunca o achei um piloto por ali além. Digamos que é alguém com pouco talento, mas tendo atrás um generoso apoio de um país que o adoptou, por raízes familiares. Acompanho a sua carreira desde a Formula 3 inglesa (onde nunca fez nada de jeito em quatro temporadas) e no ano passado vi-o na equipa Trident da GP2, onde foi presença habitual no fundo da grelha.

Este ano mudou-se para a Formula 2, onde neste fim de semana de Marrakech, esteve em destaque por dois motivos, um bom e outro mau: na corrida de Sábado, terminou a corrida na quinta posição, a sua melhor posição de sempre numa corrida de monolugares, e na segunda corrida, foi protagonista de um vôo quando foi catapultado na traseira do russo Ivan Samarin, acabando por bater em mais outros dois pilotos.

Se forem ver o video, é de facto um vôo impressionante. Mas quando vi aquilo, pensei imediatamente em Henry Surtees e o seu acidente fatal em Brands Hatch, há cerca de dez meses. E pergunto: como é que isto teria acabado se Ricardo Teixeira não tivesse caido com as rodas no chão?

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