sexta-feira, 11 de junho de 2010

GP Memória - Canadá 1995

Após o GP do Mónaco, parecia que Michael Schumacher conseguia ser superior aos Williams e ia a caminho de um inexorável bicampeonato, pois tinha os batido em três das cinco ocasiões que tinha ocorrido até então, e tinha uma vantagem de cinco pontos sobre Damon Hill, que somente tinha ganho em duas ocasiões. Entretanto, no pelotão, sentia-se a ausência da Simtek na lista de inscritos, pois após a corrida monegasca decidiu fechar as suas portas, deixando o italiano Domenico Schiartarella e o holandês Jos Verstappen no desemprego.

Na qualificação, Michael Schumacher fez o melhor tempo, batendo Damon Hill por 378 centésimos de segundo. Na segunda fila ficaram o segundo Williams de David Coulthard, que tinha a companhia do Ferrari de Gerhard Berger. Jean Alesi era o quinto na grelha, com o segundo Benetton de Johnny Herbert a partir do sexto posto. O finlandês Mika Hakkinen era o sétimo, enquanto que os Jordan de Eddie Irvine e Rubens Barrichello vinham logo a seguir. O segundo McLaren de Mark Blundell fechava o "top ten", numa grelha que tinha agora 24 carros.

Sob um dia claro e quente, Schumacher consegue conservar o primeiro lugar na partida, face a Hill, Coulthard e Berger. Mas mais atrás, havia confusão: Herbert e Hakkinen desentendem-se na Virage du Casino e batem, ficando ambos de fora, enquanto que Coulthard só completa uma volta, despistando-se no mesmo local, ficando preso numa das poucas caixas de gravilha existentes no circuito.

Com isto, Schumacher ganhava distância sobre Damon Hill, que por sua vez estava a ser ameaçado pelos Ferraris de Alesi e Berger. Na volta 16, os seus receios confirmaram-se, quando o francês o passou, assumindo a segunda posição, e pouco depois, o britânico estava a ser pressionado pelo carro de Berger. Na volta 24, foi a vez de Berger passar, deixando o piloto da Williams no quarto posto, cada vez mais distante de Schumacher.

Após a paragem nas boxes (todos eles pararam uma vez), Berger tivera problemas e teve de fazer uma paragem extra, ficando de fora da luta pela vitória. Ficou muito no fundo da grelha, mas tentou recuperar o tempo perdido. Entretanto, na volta 50, as esperanças de Hill se esfumaram, com um problema hidraulico. Com isto, tudo estava monótono na frente, com Schumacher a caminhar inexoravelmente para a sua terceira vitória consecutiva, quarta do ano. Pelo menos seria assim... até à volta 58.

Por essa altura, os espectadores na pista e os telespectadores um pouco por todo o mundo ficaram espantados por ver a Benetton do piloto alemão a andar lentamente em pista, sofrendo com a caixa de velocidades do seu carro. Conseguindo chegar até às boxes, os mecânicos trocaram o seu volante, pois uma das borboletas tinha-se quebrado, deixando o seu carro engatado na terceira velocidade. Contudo, o problema o fez perder imenso tempo... e o comando da corrida, que caía ao colo de Jean Alesi.

Entretanto, na volta 61, Berger já tinha chegado ao sétimo posto e lutava com o Ligier de Martin Brundle pelo sexto posto, quando se desentenderam, levando a que ambos ficassem de fora da corrida. Mas esse incidente era o menor dos problemas para a Ferrari, pois estava prestes a ver, pela primeira vez naquele ano, um dos seus carros a cruzar a meta em primeiro lugar. E era Jean Alesi! Quando cortou a meta, estava a comemorar aquela que foi, talvez, a mais inesperada prenda de anos da sua vida.

Pelo seu 31º aniversário natalicio, na pátria de Gilles Villeneuve, esta vitória foi naturalmente celebrada entre os "tiffosi", pois o consideravam como um dos dignos sucessores do canadiano, pelo seu estilo de condução. E invadiram a pista! Alesi festejou-o tão efusivamente no seu "cockpit" que deixou morrer o seu carro na volta de desaceleração para as boxes, acabando a celebrar em cima do carro de Michael Schumacher, que vira escapar a vitória por entre os dedos.

A acompanhá-los ao pódio iam os Jordan de Rubens Barrichello e Eddie Irvine, no melhor resultado em conjunto que a Jordan tinha tido até então, e que também foi celebrado entre eles. O Ligier de Olivier Panis foi quarto, à frente de Schumacher, enquanto que no último lugar pontuável, o italiano Gianni Morbidelli e a Arrows conseguiam o seu primeiro ponto do ano.

Fontes:

2 comentários:

João Carlos Viana disse...

Parabéns pelo novo lay-out, Speeder. Até pensei que tinha entrado no blog errado... rsrsrs

Cientista locão! disse...

Só tem que tomar cuidado com as medidas de tempo. 378 centésimos é igual a 3,78 segundos. Não seria 378 milésimos?