Na Formula 1, os últimos sete dias tiveram duas noticias importantes: as renovações de Mark Webber e de Felipe Massa. Estas renovações demonstraram duas coisas: primeiro, que o bom trabalho e a dedicação dos pilotos foi largamente recompensado, e segundo, as equipas preferem jogar pelo seguro e manter os seus alinhamentos nas próximas duas temporadas, pois ambos assinaram até 2012.
Essa demonstração de confiança veio calar a boca as especulações de muitos "iluminados" que puluam nos fóruns de automobilismo um pouco por todo o mundo, que achavam que estes dois pilotos teriam os seus dias contados no seio das suas equipas, que poderiam ser substituídos por, no caso de Mark Webber, o finlandês Kimi Raikonnen. Os que defendiam essa via esqueciam-se completamente de duas coisas: primeiro, Webber e Massa são os únicos pilotos que, ao fim de sete corridas, conseguiram pontuar em todas elas, e em segundo lugar, a boa época de Webber, com a possibilidade de ser, pela primeira vez na carreira, campeão do mundo, invalidou qualquer hipótese, caso existisse, do regresso de Kimi Raikonnen à Formula 1. Isto é, se ele quiser alguma vez voltar, pois está cada vez mais à vontade no mundo dos Ralis...
Há também outra excelente razão para a permanência de ambos os pilotos nas suas equipas: são homens que conhecem muito bem a casa. Webber está desde 2007, e ainda alguns elementos da equipa devem-no lembrar quando esteve naquela estrutura em 2003-04, na altura em que aquilo ainda se chamava Jaguar. No caso de Massa, a sua colaboração com a Ferrari data de 2001, quando ainda andava na Formula 3000 italiana. Para além da Scuderia, correu na Sauber em 2002 e 2004, que durante a sua permanência, tinha motores Ferrari. E pelo meio, em 2003, foi piloto de testes da Scuderia.
A dedicação e lealdade destes dois pilotos foi recompensada com a renovação dos seus contratos. E isso é um sinal para o exterior que, melhor do que ninguém, eles sabem o que se passa, e compensam as "estrelas da companhia". Especialmente Fernando Alonso. E outro sinal que estas renovações podem lançar é que na frente, não existirão alterações em 2011. Acredito que as quatro equipas da frente, mais a Renault, manterão as suas duplas.
WRC: A promoção de Ogier, ou a Citroen a jogar a três
Ao mesmo tempo, com a temporada de Ralis pelo meio, as alterações no WRC são mais imediatas. Pelo menos na Citroen, que decidiu, após a vitória de Sebastien Ogier no Rali de Portugal, promovê-lo à equipa principal, trocando com o espanhol Dani Sordo. A ideia é colocar o francês a coadjuvar Sebastien Löeb nas provas de terra e Sordo faria o mesmo nas provas de asfalto. Para já, na Bulgária, isso não acontecerá, pois é uma prova asfaltada, mas isso se verá na Finlândia, lá para o final de Julho.
É uma prova de confiança, a de Ogier. E pelos vistos, parece ser temporária. Mas se recordarmos que o francês de 26 anos está apenas a fazer a sua segunda temporada completa, pode-se dizer que foi uma ascensão meteórica. Mas é uma grande recompensa pelo seu talento.
Claro, o grande prejudicado é Dani Sordo. Já poderia ter ganho uma prova do Mundial, caso tivesse de levantar o pé ou ser prejudicado nas classificativas pelo facto de muitas vezes ter de abrir a estrada, para a "limpar" e beneficiando o seu companheiro Löeb. E curiosamente, Sordo, um ex-campeão do mundo junior, é sete meses mais velho do que Ogier... mas é tem uma excelente folha de serviços como piloto regular. 25 pódios sem sequer ganhar uma prova não é um feito vulgar...
Sordo pode aproveitar esta passagem pela Junior Team para ganhar a confiança dos responsáveis da marca que é um piloto talhado para a vitória, tal como fez Jari-Matti Latvala que, quando foi despromovido para a Stobart em 2008, depois de vários despistes, aproveitou bem a oportunidade para se redimir e ser novamente admitido na equipa principal. Certamente que, agora com a abolição das ordens de equipa, a vez de Sordo de aparecer na galeria dos vencedores certamente estará ao virar da esquina.
Sem comentários:
Enviar um comentário