quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A revolução que a FIA prepara nos chassis

Já tinha falado sobre isso no passado dia 4 de Setembro, mas afirmei que era mais uma ideia das muitas que estavam a ser consideradas. Pois bem, esta pegou. A história sobre o possivel novo regulamento dos chassis para 2013 voltou à carga, devido a noticias vindas da imprensa automobilistica britânica em que afirmam existir a forte hipótese que a partir daquele ano, os motores 1.6 Turbo viriam acompanhados por chassis com desenhos completamente revolucionário, nomeadamente o regresso do efeito-solo.

A BBC afirmou ontem que o comité de projectistas, que tem como membros Rory Bryne, ex-projectista da Benetton e Ferrari; Bernard Dudot, ex-director da Renault, Patrick Head, chefe da aerodinâmica da Williams e Gilles Simon, já elaborou o relatório que será entregue às equipas e à FIA para avaliação, e que caso seja rectificado mo mês que vêm, poderá lançar a Formula 1 na maior modificação aerodinâmica desde 1983. Isto porque o efeito-solo pode estar de volta.

A ideia por detrás desta revolução aerodinâmica tem a ver com a redução da carga aerodinâmica nas asas em favor dos fundos dos monolugares, que funcionariam como uma asa invertida (o denominado efeito-solo) de forma distinta à gerada pelos atuais ailerons. Essa alteração poderá reduzir os consumos em 35 por cento e aumentar a espetacularidade em pista. Em suma, a carga aerodinâmica total será reduzida.

Sobre as novas regras, Patrick Head disse o seguinte à BBC: "Teremos apenas cerca de 65 por cento de combustível e consumo limitado - isso era certo. Foi-nos dito 'É assim que vai ser e têm de encontrar especificações técnicas para que os carros não fiquem mais lentos mais do que cinco segundos por volta em relação a um monolugar atual'. [Bryne] Então, o Rory fez algumas simulações na Ferrari e quando chegámos a um valor em termos de arrasto e carga aerodinâmica foi quando tentámos conseguir uma geometria de um carro que o poderia conseguir [reduzir os consumos]", acrescentou.

Como disse em Setembro, a ideia é otima, mas ainda não vi respondidas algumas das questões que levantei na altura: qual seria a reação das equipas? Será que pode ser usada como arma de arremesso por parte de Luca de Montezemolo, patrão da Ferrari, contra Bernie Ecclestone? Em principio, este "fait accompli" precisa de ser ratificado na próxima reunião da FIA, no principio do ano, mas ainda há mais duas temporadas inteiras até 2013, e até lá, muita água correrá debaixo das pontes, e uma tempestade está à vista...

Mas admito: tenho de tirar o chapéu a Jean Todt. Com os novos motores Turbo e este tipo de desenho, deseja voltar a revolucionar a Formula 1 e colocar de novo no mapa. Vermos como isto vai acabar.

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