A guerra entre as Lotus poderá ter chegado ao fim, depois de a meio do ano o tribunal britânico ter dado razão a Tony Fernandes em relação aos direitos da Team Lotus, que tinha comprado a David Hunt em 2010 e do qual a Lotus Cars, que pertence à malaia Proton, sempre contestou, mas sem razão, pois desconhecia que a familia Chapman tinha vendido os direitos desse nome a Peter Collins e Peter Wright no final de 1990, para evitar a falência da equipa de Formula 1.
Pois bem, esse complicado imbrógilo poderá ter chegado ao fim por estes dias. Segundo o que fala esta semana a Autosport portuguesa, ambas as partes chegaram a acordo e Tony Fernandes poderá ter cedido os direitos à marca à Proton por uma verba ainda não revelada, e em troca, será amplamente ressarcido pelo esforço e rebatizará a sua equipa de Caterham a partir de 2012. Já a Renault poderá ser rebatizada de Lotus na próxima temporada, e de uma certa maneira ajudar nos planos mega-ambiciosos da marca para os anos seguintes. Isto, se o Danny Bahar não estragar tudo, como aparenta estar a fazer...
Para explicar isso tudo, coloco aqui o artigo escrito por Luis Vasconcelos no Autosport desta semana.
PAZ À VISTA NA GUERRA DAS LOTUS
"Um acordo entre o Grupo Lotus e a Team Lotus facilitará a vida de todos. A Lotus ficará com o nome e Fernandes vai renomear a sua equipa de Caterham.
O conflito entre o Grupo Lotus, liderado por Danny Bahar, e o Team Lotus, de Tony Fernandes, poderá ter chegado ao fim. Segundo fontes malaias, geralmente bem informadas, as duas partes chegaram a um acordo de principio na semana passada, aceitando o final dos processos judiciais em que se tinham envolvido nos últimos doze meses e que estava a conhecer um novo capítulo com a marca que é propriedade da Proton a contestar a utilização da marca Caterham por parte da Team Lotus na F1, por isso, alegadamente, volar o acordo que tinham feito anteriormente.
Ciente que o prolongar deste conflito só estava a provocar danos à imagem da Lotus, numa altura em que se endividou em perto de 500 milhões de euros para financiar os tremendamente ambiciosos projetos do Grupo Lotus, a Proton, impulsionada pelo governo de Kuala Lumpur, forçou Bahar a chegar a um acordo com Tony Fernandes, segundo nos indicam as nossas fontes.
Acresce que o patrão do Team Lotus e da Air Asia, que construiu a sua companhia aérea apesar da enorme oposição governamental que teve de enfrentar, pois havia que proteger a posição da Malaysia Airlines - propriedade do estado - já tem aliados de peso no governo e prepara-se para concretizar projetos de interesse nacional em conjunto com empresas estatais. Não fazia, por isso, sentido que estivesse em conflito aberto com uma empresa de capitais públicos, o que também forçou o empresário a ceder em algumas das suas pretensões, para não comprometer negócios de dimensões muito maiores do que pode valer-lhe o Team Lotus.
VANTAGENS PARA TODOS
Em principio terá sido acordado que o Grupo Lotus vai adquirir a denominação Team Lotus a Tony Fernandes e seus associados, pagando uma quantia avultada para os compensar do enorme investimento feito no renascer da imagem da equipa. Isto vai fazer com a equipa Renault F1 possa mudar de denominação já em 2012, passando-se a chamar Team Lotus Renault, sem que nenhuma das outras escuderias se oponha, mantendo os direitos históricos da Renault no que diz respeito dos lucros da F1 entre as equipas.
Quanto à equipa de Fernandes, o mais provável é que adopte o nome da Caterham, como já acontece com a sua formação de GP2, associando-lhe o nome da Air Asia, para ter o máximo retorno através das duas marcas que mais investiu.
Apesar da nossa insistência, nenhuma das partes envolvidas neste acordo quis fazer qualquer comentário. No caso da Team Lotus, de portas fechadas durante duas semanas, não foi possivel contactar qualquer responsável, enquanto que no Grupo Lotus, não foi possivel qualquer comentário oficial."
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BAHAR NA GENII CAPITAL
A ligação do Grupo Lotus à equipa Renault F1 está a tornar-se mais complicada segundo fontes malaias, pois a falta de liquidez da escuderia de Enstone está a levar o seu principal patrocinador a avançar pagamentos para manter a equipa à superfície. Mas segundo as mesmas fontes, a situação está a complicar-se porque existem fortes indicios de que Dany Bahar, o lider da Lotus, está a entrar no capital da Genii Capital, que detêm a equipa Renault de F1, no que poderá representar um conflito de interesses, pois estará a fazer a título individual e não como representante da marca que é propriedade da Proton. Um novelo dificil de deslindar, até porque ao sediar-se no Luxemburgo, a Genii Capital dificilmente poderá ser controlada pelas autoridades fiscais europeias...
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