Outra das matérias que se encontra na edição desta semana da Autosport portuguesa tem a ver com a situação nada famosa da Williams. A contas com a fuga de dinheiro, apesar de ter assinado um acordo para ter motores Renault a partir de 2012, pode estar a um passo de ser um "entreposto", ou seja, aceitar apenas pilotos pagantes para sobreviver. Isso implica, por exemplo, que Rubens Barrichello seja forçado a sair da equipa, apesar da mais valia que os seus vinte anos de experiência na categoria máxima do automobilismo.
No artigo assinado pelo jornalista Luis Vasconcelos, demonstra como é que uma má temporada como a deste ano, pode determinar um belo rombo nos cofres da equipa de Frank Williams e Patrick Head, fundada em 1977 e vencedora de nove títulos de Construtores.
WILLIAMS RECORRE A PILOTOS PAGANTES
A difícil situação financeira da Williams pode colocar o lugar de Rubens Barrichello em risco, já que a escuderia precisa de mais um piloto pagante.
A Williams está a um passo de se ver obrigada a contratar um piloto com apoios financeiros importantes para acompanhar Pastor Maldonado em 2012, pois já está a contar com um forte corte no seu orçamento do próximo ano. A queda do sexto para o nono lugar no Campeonato do Mundo de Construtores implicará uma perda de 5,5 milhões de euros em prémios, mas também já é certa a saída da Ridge Solutions, que pretende ligar-se ao Team Lotus, o que vai fazer perder perto de cinco milhões de euros à Williams. Acresce a forte possibilidade da McGregor rumar a outras paragens levará à perda de dez milhões de euros em patrocinios, o que a concretizar-se significaria um rombo total de pouco mais de vinte milhões de euros no orçamento da equipa.
Para que a McGregor se mantenha ligada à equipa de Grove, os holandeses exigem a contratação de Gierdo van der Garde, genro do proprietário da equipa, mas Adam Parr quer, para contratar o holandês, que este garanta mais cinco milhões de euros por ano, coisa que Marcel Bloekhoorn, seu sogor e patrocinador, não parece disposto a pagar, perferindo outras alternativas, como eventualmente a Renault.
Face a esse impasse nas negociações, a Williams está no mercado e procura pilotos com cerca de cinco milhões de euros em patrocinios, para minimizar as suas perdas. Jules Bianchi e Charles Pic são os dois jovens mais interessantes para a Williams, com o primeiro a ter o mesmo manager do que Maldonado, Nicolas Todt, enquanto que o outro francês chega com um forte apoio da enorme fortuna familiar que tem custeado a sua carreira.
SUTIL É O PREFERIDO
Mas sabendo que com dois jovens pilotos o desenvolvimento do FW33 vai ser complicado, até porque este marcará um corte radical com o passado da equipa, Adam Parr procura um piloto experiente para liderar a sua escuderia para 2012, mesmo que este tenha de garantir patrocinios na casa dos cinco milhões de euros. Por isso o alemão Adrian Sutil é claramente o favorito ao lugar disponível ao lado de Maldonado.
Com o seu lugar na Force India ameaçado por [Nico] Hulkenberg, pois Paul di Resta é claramente a grande aposta para o futuro por parte de Vijay Mallya, o alemão continua a contar com o apoio de diversos patrocinadores (Medion, Capri-Sun, Enzo Hotels e Techart) que lhe garantem valores ligeiramente acima dos cinco milhões que a Williams está a exigir.
Nesta altura, a perferência de Sutil está em permanecer-se na Force India, uma equipa claramente a subir de forma, com a Williams a ficar como sua alternativa no caso de vir a ser preterido por Vijay Mallya no final da temporada.
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BARRICHELLO SEM ALTERNATIVAS
Para Rubens Barrichello, a necessidade da Williams contar com dois pilotos pagantes a partir de 2012 é uma péssima noticia. O brasileiro acredita que pode manter o lugar, tendo dito a colegas brasileiros que Adam Parr lhe tinha assegurado não estar interessado em alinhar com dois jovens no próximo ano, mas sabe também que não tem outras alternativas para se manter no ativo.
Com a Renault à espera de [Robert] Kubica e a precisar de um piloto com apoios a seu lado, não existem outros lugares disponiveis para o piloto mais experiente da história da F1. Por isso, Barrichello vai ter de esperar que a Williams faça a sua escolha, sem ter a possibilidade de a influenciar, pois serão fatores meramente económicos a determinar quem acompanhará Pastor Maldonado na próxima temporada.
Tudo o que o paulista pode esperar é que, miraculosamente, a Williams encontra novos patrocinadores para substituir os que a vão abandonar no final do ano, mas o palmarés de Adam Parr neste campo não augura nada de bom para os lados de Barrichello.
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