O campeonato do mundo de 2011 já não é uma questão de "quem" ou "se", mas sim "quando". Sebastian Vettel, o detentor do título, não o perderá nesta temporada, tal é o seu dominio no campeonato e tal é a eficácia do chassis RB7, mais uma criação de génio saído da pena de Adrian Newey. Aliás, está mais para o renovar do que outra coisa. Mas a questão é agora saber onde é que vai ser a "coroação" de Vettel.
A vitória de ontem de Sebastian Vettel em Spa-Francochamps é a sétima desta temporada, e o piloto de 24 anos será, algures em outubro, o mais jovem bicampeão de sempre. Mas neste atual sistema de pontuação, os 92 pontos de avanço nos faz pensar quando é que será consagrado. Na minha opinião pessoal, deverá ser em Suzuka, com o título de construtores um bocado antes, em Singapura, pois os 426 pontos que a Red Bull tem já podem não ser alcançáveis pelos 295 pontos que a McLaren detem neste momento.
Mas será que a matemática combina realmente com achismos pessoais? É o que se vai tentar mostrar neste post. Há centenas de variáveis possiveis, mas pode-se fazer uma amostra:
Cenário numero um:
Dobradinha da Red Bull nas três provas seguintes (Monza, Singapura e Japão), com Vettel em primeiro e Webber em segundo.
Resultado: Em caso de vitória, Vettel é campeão no Japão.
Com 92 pontos a separar primeiro de segundo, se a tendência se manter nas três provas seguintes, a diferença se alargava, à entrada da corrida de Suzuka, para 113 pontos, fazendo com que Vettel entrasse como virtual campeão, mas não campeão matemático. Para isso, Mark Webber não poderia ser o segundo classificado nessa corrida para que o alemão comemorasse o bicampeonato nas boxes japonesas, já que após a corrida japonesa ficariam apenas quatro corridas por realizar, logo, cem pontos em jogo.
Cenário numero dois:
Vettel vence as três provas seguintes e Webber não seria segundo numa dessas três corridas (Monza, Singapura e Japão)
Resultado: Vettel tinha de vencer no Japão para ser campeão.
Caso Mark Webber pontue nas três provas seguintes, mas em que numa das provas seja terceiro classificado, a diferença alargar-se-ia em 24 pontos, para 117 pontos, o que faria com que o cenário fosse algo semelhante quando o pelotão chegasse a Suzuka. Mas aí, bastaria apenas Vettel vencer, sem mais contas, para comemorar o bicampeonato, pois ficaria com 124 pontos de diferença sobre o seu companheiro.
Cenário numero três:
Vettel não vence uma das corridas, e Webber é o vencedor.
Resultado: se Webber não desistir em Suzuka, fica tudo adiado para a Coreia do Sul.
Sebastien Vettel já teve precalços a meio da temporada, especialmente quando McLaren e Ferrari venceram três provas seguidas e Vettel até falhou o pódio - irónicamente no GP alemão - Caso Webber e Vettel trocassem de posições numa das três corridas seguintes, a diferença seria diminuida em apenas sete pontos. À chegada a Suzuka, e partindo do principio que a diferença teria sido alargada em 14 pontos - para 106 pontos - somente se Mark Webber desistir nessa corrida é que Vettel comemoraria nas boxes, pois alargaria a vantagem em 25 pontos e passaria desses teóricos 106 pontos para 131.
Cenário numero quatro:
Fernando Alonso e a Ferrari vencem duas corridas, com Vettel em segundo lugar
Resultado: Vettel só comemoraria o título em Suzuka se Alonso não pontuar.
Aqui coloco o piloto da Ferrari, mas poderia colocar Lewis Hamilton ou Jenson Button. Mas estes são cenários cada vez menos prováveis, pois as performances de McLaren e Ferrari são menos constantes do que os da Red Bull. Lewis Hamilton é intempestivo, Jenson Button é mais consistente, mas depende de um bom dia do seu carro, Fernando Alonso pode estar sujeito às escolhas da sua equipa, etc...
Mas vamos supor que o piloto das Asturias vence em Monza e aguenta Vettel em Singapura, como aconteceu em 2010. Atualmente, a diferença de Vettel para Alonso é de 102 pontos, mas se os resultados das duas corridas seguintes forem Alonso-Vettel, e Webber for quarto classificado em duas provas e perder o segundo lugar da geral, teríamos Alonso a recuperar apenas 14 pontos para Vettel, mas a passar Webber por 15 pontos, o que faria com que a diferença diminuísse desses 102 pontos para 88.
Se Vettel vencesse e Alonso fosse segundo, a diferença alargaria-se para 96 pontos e tudo ficaria adiado para a Coreia do Sul. Se o espanhol fosse terceiro classificado, com Vettel vencedor, a diferença entre os dois seria de 101 pontos, e se fosse quarto, acabaria em 103. Portanto, num cenário destes, Vettel só seria campeão se Alonso desistisse, pois a diferença alagar-se-ia para 123 pontos. Mas numa era onde os carros são virtualmente indestrutíveis em termos mecânicos, é um cenário improvável.
Portanto, eis alguns calculos para o título de 2011. Mas como digo, isto é apenas uma amostra, e depende de váriáveis. A minha tem como cenário o título de Vettel em Suzuka, e para isto acontecer, temos de esperar que as coisas em Monza e Singapura correm como planeado, sem carambolas, colisões, motores partidos, penalizações e outros...
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