Depois da polémica na semana que passou, Sauber e Giedo Van der Garde chegaram hoje a acordo, com a equipa suíça a pagar uma indemnização ao piloto holandês pela quebra do contrato que tinha sido assinado no ano anterior, e que não foi cumprido. Não se sabe se são os 15 milhões de euros que alguma imprensa deu como certa, mas o holandês afirma que recebeu uma “significativa compensação financeira” da equipa suíça.
"Chegamos a um acordo com a Sauber e o meu contrato de piloto com a equipe foi encerrado por mútuo consentimento", começou por afirmar o piloto holandês num comunicado emitido nesta quarta-feira.
"Como piloto de corridas apaixonado que sou, eu sinto-me triste e decepcionado. Eu tenho trabalhado muito durante toda a minha carreira, desde criança, quando já corria de kart aos oito anos, para viver o meu sonho de me tonar num bem-sucedido piloto de Formula 1. E eu esperava que agora, finalmente, teria a chance de mostrar do que sou capaz de fazer, pilotando um carro para uma equipa respeitada do meio do pelotão em 2015. Mas este sonho foi tirado de mim e eu sei que o meu futuro na Formula 1 provavelmente está terminado", continuou.
"Houve uma série de especulações na mídia durante a semana passada, então quero definir claramente que os meus patrocinadores pagaram as contas de patrocínio referentes à temporada inteira de 2015 para Sauber no primeiro semestre de 2014. Isto foi feito simplesmente de boa fé e para ajudar a equipa com seus problemas de caixa. Efetivamente, esses pagamentos auxiliaram a equipa em 2014. Portanto, dizer que as decisões posteriores da Sauber foram feitas com base em acordos financeiros neste caso particular é bizarro e não faz sentido para mim".
"Só por isso posso dizer que os meus direitos foram finalmente reconhecidos e que pelo menos alguma justiça foi feita", concluiu.
Apesar de reconhecer que a sua carreira na Formula 1 poderá ter terminado, o piloto holandês afirmou que pretende correr noutras categorias. "Gostaria muito de participar de corrida do WEC e nas 24 Horas de Le Mans na classe LMP1. Muitos ex-pilotos da F1 estão se dando muito bem no Mundial. Mas também vou olhar para outros campeonatos como o DTM em 2016".
A Sauber não perdeu tempo de reagir ao comunicado de Van der Garde, mas apesar de demonstrar a sua perplexidade perante as declarações do piloto, evitou dar uma resposta.
"Giedo decidiu tomar um caminho diferente e a razão para isso não conseguimos entender. Nós temos muitas boas respostas para as muitas afirmações e acusações sobre o post.”
“Mas ampliar essa discussão não nos ajuda, nem aos nossos fãs e nem aos nossos parceiros. Isso só iria encorajar uma lavagem de roupa suja por intermédio dos meios de comunicação social e não vamos prestar a isso", concluiu.
Recorde-se que o piloto holandês de 29 anos interpôs uma ação na justiça de Victoria, o estado australiano do qual Melbourne é a capital, para que cumprisse uma ordem judicial para que colocasse Van der Garde num dos lugares da equipa, visto ter assinado um contrato e pago cerca de oito milhões de euros para guiar como piloto titular em 2015. Isso levou a que tivessem existido ameaças de prisão por parte da patroa da Sauber, Moisha Kalternborn, e também ameaçou a participação da equipa de Hinwill no fim de semana australiano.
Para além disso, o piloto holandês foi considerado "persona non grata", apesar de ter a razão do seu lado.
Com o pagamento desta indemnização, resolve-se o caso que moveu ambas as partes, mas isto deixou também a impressão de que a equipa suíça cometeu graves erros de gestão neste caso em particular, especialmente por ter deixado que esta situação se arrastasse até a este ponto.
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