Os novos regulamentos do WRC, que entrarão em vigor a partir de 2017, estão a causar algum receio em alguns antigos pilotos. O português Rui Madeira, campeão do mundo de Produção em 1995, é um deles. Ele afirma que os mais de 70 cavalos que os carros terão a partir do ano que vêm, aliado à aerodinâmica, que os vai fazer ser mais velozes e agressivos, poderão colocar os pilotos e espectadores em perigo.
Numa entrevista à Autosport portuguesa, ele afirmou os seus receios: “Em parte, sou contra [os novos regulamentos]. Porque acho que os carros já são tão competitivos e rápidos. Aliás, não é por acaso que têm acontecido alguns acidentes agora em testes. Muitos deles não têm sido abordados, porque os pilotos são profissionais e pagos pelas marcas. Tudo o que seja na parte da aerodinâmica, para alterar um carro e para dar aspecto de carro de corrida, sou sempre a favor. Agora pôr mais 60 ou 70 cavalos, que é o que se fala… Já aconteceram alguns acidentes fortes agora nos testes e penso que os carros já estão a andar demais. Esta é a minha perspectiva”.
O piloto português levanta ainda algumas questões sobre a aerodinâmica, que na sua opinião, poderá influenciar negativamente o espectáculo:
“Vamos ver como vai ser a fiabilidade dos carros e como os pilotos vão reagir a troços de 40 ou 50 quuilómetros com viaturas tão rápidas. Se as coisas vão correr pelo melhor ou não. Mas acho que é um risco muito grande. Uma forma mais justa seria introduzir uma melhoria gradual, de 20 ou 30 cavalos. Agora 60 ou 70 cavavlos, além da aerodinâmica… pode ser um passo atrás. Acho que pode mesmo ser um tiro no pé", continuou.
"A tecnologia evoluiu muito, os carros cada vez são mais trancados, mais agarrados ao solo, e o que vemos na estrada parece quase impossível. Quem está de fora gosta de ver espectáculo, o carro a fugir de traseira ou de frente, e neste momento os carros estão muito direcionais, muito contidos aos trilhos, amarrados. Mas quando saem de estrada saem muito, muito depressa. É um risco”, concluiu.
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