"Em 88 tive o meu melhor ano. No ano seguinte, tive de lutar contra Prost na mesma equipe e também contra Balestre e a FISA. Aqui no Japão aconteceu o que todos conhecem: ataquei Prost na chicane, voltei à pista e ganhei. Mas, Balestre não quis e jogou contra mim. Depois, na época passada, pedi aos comissários para mudarem o lugar da pole, que eles acederam. Apareceu Balestre e mudaram tudo de volta. 'Aqui quem manda sou eu', foi a resposta dele. Foi só para me prejudicar.
Aí pensei que não poderia ser fo**** por pessoas estupidas. Decidi que Prost não poderia de forma alguma sair da curva 1 na frente, para mim, só haveria uma trajetória. Era melhor ele não tentar nada. Foi o que se viu. E, eu não queria que fosse assim. ele de fato largou melhor, passou à frente, fechou a porta e não me desviei um centímetro.
Não me sinto culpado. Todo foi o resultado de decisões erradas e parciais de pessoas que deviam fiscalizar e não tomar partido. Venci o campeonato e é isso que importa. Tanto 89 como 90 foram maus exemplos para o automobilismo.
Na altura não me importei com o incidente. A partir do momento em que Prost tentou ser o primeiro, dispus-me a não deixar passar. Tudo foi o resultado do ano anterior. O importante é falarmos o que vai dentro de nós, vivemos num mundo moderno e essas regras que proíbem os pilotos de falar verdades são uma m****.
Nunca pedi desculpas a Balestre. Foi tudo uma mentira. Forçado pelo Ron e pela Honda, apenas assinei um acordo com alguns parâmetros, que lhe foi enviado por fax e ele mudou para divulgar"
Daqueles dias de Suzuka, em 1991, há duas coisas que lembro bem. Uma, que foi mostrada para o resto do mundo, que foi quando Nigel Mansell perdeu o controlo do seu Williams-Renault. A outra aconteceu nos bastidores, e depois das eleições para a presidência da FIA. Quando o francês Jean-Marie Balestre foi (inesperadamente) derrotado pelo britânico Max Mosley na eleição, três semanas antes da corrida japonesa.
Aí pensei que não poderia ser fo**** por pessoas estupidas. Decidi que Prost não poderia de forma alguma sair da curva 1 na frente, para mim, só haveria uma trajetória. Era melhor ele não tentar nada. Foi o que se viu. E, eu não queria que fosse assim. ele de fato largou melhor, passou à frente, fechou a porta e não me desviei um centímetro.
Não me sinto culpado. Todo foi o resultado de decisões erradas e parciais de pessoas que deviam fiscalizar e não tomar partido. Venci o campeonato e é isso que importa. Tanto 89 como 90 foram maus exemplos para o automobilismo.
Na altura não me importei com o incidente. A partir do momento em que Prost tentou ser o primeiro, dispus-me a não deixar passar. Tudo foi o resultado do ano anterior. O importante é falarmos o que vai dentro de nós, vivemos num mundo moderno e essas regras que proíbem os pilotos de falar verdades são uma m****.
Nunca pedi desculpas a Balestre. Foi tudo uma mentira. Forçado pelo Ron e pela Honda, apenas assinei um acordo com alguns parâmetros, que lhe foi enviado por fax e ele mudou para divulgar"
Daqueles dias de Suzuka, em 1991, há duas coisas que lembro bem. Uma, que foi mostrada para o resto do mundo, que foi quando Nigel Mansell perdeu o controlo do seu Williams-Renault. A outra aconteceu nos bastidores, e depois das eleições para a presidência da FIA. Quando o francês Jean-Marie Balestre foi (inesperadamente) derrotado pelo britânico Max Mosley na eleição, três semanas antes da corrida japonesa.
Balestre, na altura com 70 anos, era um paladino da segurança e uma pessoa polémica à sua maneira. Fundador e depois presidente da FFSA (Frderacion Franciaise de Sport Automobile), foi o primeiro comissário da kart na FIA e subiu no ranking até ser o seu presidente, em 1978. Arrogante por natureza - e com um passado bem duvidoso na sua juventude, no tempo da II Guerra Mundial - entrou naturalmente em colisão com Bernie Ecclestone sobre quem mandava na Formula 1, e ele achava sempre que ele tinha razão, mesmo que as coisas estavam contra ele.
E adorava a politica e quem era politico. Claro, as "proteções" a Alain Prost a Ayrton Senna, em 1989 e 90, em Suzuka, mostraram que ele não virava a cara à luta, mas quando encontrava alguém que fosse como ele, preferiria recuar e chegar a um compromisso mais pragmático. Mas "a melhor decisão era sempre a sua decisão", como ele tinha dito meses antes, em Hockenheim.
Quando Mosley por fim bateu Balestre, Senna parecia que se sentia liberto de tudo que tinha acontecido nos dois últimos anos. E aqueles desabafos mosteavam que tinha acumulado muita raiva contra ele, porque achava que tinha tirado o título mundial de 1989. A realidade mostrou que Senna tinha perdido o título por culpa própria (como no GP de Portugal, onde podia ter esperado por Mansell, já desclassificado), mas no caso do próprio GP japonês... sim, Balestre teve dedo nisso. Mas foi apenas numa corrida, pois todo o resto já vinha de trás.
Mas naquele dia de 1991, para Senna, ver Max Mosley no lugar dele foi como ver afastado um dos seus "inimigos", julgando que a partir dali, ninguém o iria parar para alcançar mais títulos, na sua busca quase obsessiva por campeonatos. O Destino (e a concorrência) iriam dizer-lhe que ele tinha chegado ao seu último campeonato.
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