Este R18 e-quattro pode ser o último carro que a Audi fabricará na sua longa história na Endurance. Esta sexta-feira, em Fuji, surgiu bem forte o rumor de que a Audi iria abandonar o Mundial de Resistência. A retirada poderia ser já no final desta temporada, ou em 2017, que é quando acabam os atuais regulamentos.
A retirada, a acontecer, será depois de vinte anos de grandes serviços na Endurance. Desenvolvendo novas tecnologias - primeiro dos TDi Diesel, agora, a tecnologia híbrida - conquistou as 24 Horas de Le Mans por 14 vezes, entre 2001 e 2014, interrompidos apenas em 2003, com a Bentley, e em 2008, com a Peugeot, com modelos como o R8, o R10 e o R15. E entre os multiplos vencedores estiveram pilotos como Tom Kristensen, Emmanuelle Pirro, Alan McNish, André Lotterer. Mike Rockenfeller ou Rinaldo Capello, entre outros.
Nos últimos dois anos, a Audi teve a concorrência da Porsche, com o seu 919 Hybrid, e venceu as duas últimas edições da classica de La Sarthe, fazendo com que se repensasse a sua presença na competição, já que a casa de Estugarda também alcançou o Mundial de Endurance em 2015. E este ano, parece que tudo voltará a ser o mesmo.
Assim sendo, e caso saiam, o que acontecerá? As especulações são muitas. Os fãs queriam que fosse para a Formula 1, e isso seria o mais natural. Fala-se na imprensa alemã que existe um plano de cinco temporadas, ao preço total de 1500 milhões de euros (ou 1,5 biliões, se você está a ler isto no Brasil). Ora, a ser verdadeiro, isso implicaria 300 milhões de euros por temporada, para construir tudo: chassis e motor. Contratar pilotos, mecânicos e engenheiros. Mas que tecnologia é que iriam apresentar? Não podem por causa das restrições nos regulamentos. E para piorar as coisas, falamos de uma competição onde os carros são relegados em segundo plano para os egos dos pilotos. Não creio que a Audi queira isso.
Outra grande chance seria a Formula E. Já tem um pé ali, através da Abt - e em 2017 vão estar ali de forma oficial. E em breve, colocarão carros de estrada elétricos, um pouco também para dizer ao mundo que querem sair da má reputação causada pelo "Dieselgate" do ano passado. O custo seria uma fração daquele que gastariam na Formula 1, e desenvolveriam uma tecnologia limpa e amiga do ambiente.
Mas também surgem outras ideias - especulativas, claro. O hidrogénio é algo do qual se fala desde há muito, e provavelmente uma boa razão pelo qual eles poderão ir embora é porque a FIA e o ACO não terem ainda feito um regulamento que permita a entrada de protótipos a hidrogénio, numa "Garage 56". A tecnologia, no papel, é ótima - limpa, material abundante - mas o custo de fabricar toda uma infraestrutura baseada no hidrogénio é cara e continuam a haver muitas dúvidas sobre a sua viabilidade.
No final, existe também o Dakar. Não seria mau de todo. Pegariam num SUV - os carros que pretendem vender no ultra-competitivo mercado americano - e construiriam uma versão off-road, provavelmente com uma tecnologia híbrida para meter ali. Entrar no Dakar contra a Peugeot e a Mini seria algo bem interessante, e a acontecer, seria provavelmente no final da década, para terem tempo de desenvolver o modelo que escolheriam para atacar as dunas sul-americanas. E também, custaria uma fração do preço.
Mas tudo isto não passa de um exercicio especulativo. De uma marca que se tornou sinonimo de excelência no automobilismo. Vosprung Durch Technik.
1 comentário:
E se eu te disser que o futuro deles passa pelos States???
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