Quando falo de "pelado", não refiro à expressão brasileira da nudez, mas outra coisa do qual alguns já discutem, mas ninguém ainda falou a serio sobe esse tema: o desaparecimento dos patrocinadores nos cockpits dos carros.
Esta terça-feira soubemos que a Martini vai-se embora da Williams no final de 2018, e também da Formula 1, afirmando que alcançou todos os seus objetivos. Isto também acontece numa altura em que sabemos que a McLaren não tem um patrocinador "master" desde 2015 e já começam a escassear as grandes marcas que querem colocar os seus logótipos nos bólidos de Formula 1. Claro, alguns vão dizer que já não há dinheiro, mas as aparências iludem um pouco.
Primeiro que tudo: as equipas de Formula 1 não tem uma só fonte de receita. A publicidade é uma coisa, mas quando eles dividem um bolo de 900 milhões de dólares (a metade que cabe às equipas) por dez - em proporções maiores, usando como critério a classificação dos Construtores - pode-se dizer que eles estão relativamente desafogados. Reparem: a Force India dá-se bem com um orçamento a rondar os 150 milhões de libras, mesmo com o "estranho" patrocínio da BWT austríaca, que lhes da cerca de 25 milhões. Não é muito, mas se a FOM lhes dá 80 milhões por causa da sua classificação no campeonato de construtores, pode-se dizer que tem um orçamento equilibrado.
E nem falamos das "borlas" que recebem Ferrari, Mercedes ou Red Bull - e a McLaren também, diga-se. Aliás, a equipa de Woking até se deu bem nestes anos de crise. A Honda injetava 80 milhões de libras todos os anos na equipa, apesar dos resultados pífios, porque tinha o exclusivo dos motores japoneses. A juntas os cerca de 50 milhões de libras que recebia a mais da FOM, pela antiguidade, que permitia compensar pela menor percentagem por causa do lugar mais modesto no campeonato de Construtores, pode-se dizer que não estavam em pré-falência. E ainda mais uma coisa: a McLaren faz carros de estrada, e é provável que haja canalização de verbas para lá.
Contudo, isso só é possível porque os orçamentos estão estáveis, digamos assim. Os patrocinadores são uma espécie de "extra" para os seus orçamentos. E há uns meses, quando mostrei os orçamentos das equipas para 2016, podia-se ver que muito desse valor vinha de outra maneira que não uma maleta cheia de dinheiro. Fornecer peças, por exemplo, era uma maneira de complementar o orçamento.
E não poderemos esquecer que a FOM e a Liberty Media deseja estabelecer um teto orçamental, apesar da oposição das equipas como a Ferrari, que recebe cem milhões de dólares ainda antes de construir a primeira porca e o primeiro parafuso de cada um dos seus carros de Formula 1. E como a McLaren, constrói carros de estrada.
Mas percebo as pessoas dizerem que há uma certa ideia que está a acabar. Nos anos 70 e 80, os grandes patrocinadores eram tabaqueiras como a Philipp Morris (Marlboro) ou a R.J Reynolds (Camel). Hoje em dia, tirando a Marlboro na Ferrari - que não mostra o seu logótipo, a propósito! - as tabaqueiras não estão lá mais. E patrocínios do petróleo, quer através das gasolineiras nacionais, quer através de outras companhias estatais, como a saudita Saudia, também não voltarão mais. Hoje em dia, o grande patrocinador por excelência é a Red Bull, uma marca de bebidas energéticas que tem... duas equipas. E surgiram rumores na semana passada de que outra marca de bebidas energéticas quer comprar a Force India, até agora sem efeito.
Em suma, vivemos uma época diferente. É o século XXI a entrar dentro de nós, especialmente a aqueles que ainda estão agarrados ao século XX.
E quanto à falta de nomes de marcas nos flancos dos carros, poderemos pedir aos designers gráficos para que desenhem carros mais bonitos à vista, não é?
E não poderemos esquecer que a FOM e a Liberty Media deseja estabelecer um teto orçamental, apesar da oposição das equipas como a Ferrari, que recebe cem milhões de dólares ainda antes de construir a primeira porca e o primeiro parafuso de cada um dos seus carros de Formula 1. E como a McLaren, constrói carros de estrada.
Mas percebo as pessoas dizerem que há uma certa ideia que está a acabar. Nos anos 70 e 80, os grandes patrocinadores eram tabaqueiras como a Philipp Morris (Marlboro) ou a R.J Reynolds (Camel). Hoje em dia, tirando a Marlboro na Ferrari - que não mostra o seu logótipo, a propósito! - as tabaqueiras não estão lá mais. E patrocínios do petróleo, quer através das gasolineiras nacionais, quer através de outras companhias estatais, como a saudita Saudia, também não voltarão mais. Hoje em dia, o grande patrocinador por excelência é a Red Bull, uma marca de bebidas energéticas que tem... duas equipas. E surgiram rumores na semana passada de que outra marca de bebidas energéticas quer comprar a Force India, até agora sem efeito.
Em suma, vivemos uma época diferente. É o século XXI a entrar dentro de nós, especialmente a aqueles que ainda estão agarrados ao século XX.
E quanto à falta de nomes de marcas nos flancos dos carros, poderemos pedir aos designers gráficos para que desenhem carros mais bonitos à vista, não é?
2 comentários:
Voltando ao tema: já ninguém se lembra do grande escândalo que foi em 1968 quando a Lotus se atreveu a aparecer com o primeiro patrocínio comercial, porque isso ia matar o espírito desportivo da F1 e transformá-la num negócio. 50 anos depois, será que vamos lamentar o contrário?....
Acho que o "escândalo" foi porque eles não se lembraram primeiro que o Colin Chapman, que tinha estado na América e visto como as coisas funcionavam. Mas bela recordação.
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