Jean-Eric Vergne e Brendon Hartley são da mesma geração. Com menos de um ano de diferença entre os dois - e o neozelandês é o mais velho - ambos já passaram pela Toro Rosso. O primeiro lá esteve entre 2012 e 2014, sendo despedido sem contemplações, acabando pouco depois na Formula E, onde se tornou num dos melhores do pelotão, e ao serviço da Techeetah, é o líder do campeonato.
Contudo, Vergne chegou ali depois de na GP2 ter substituído Hartley, que não fez grande coisa na sua primeira passagem pela Red Bull. Depois disso, arrastou-se na GP2, foi para a Endurance, onde acabou na equipa oficial da Porsche, venceu dois campeonatos do mundo e venceu as 24 Horas de Le Mans no ano passado, sendo o terceiro neozelandês a fazê-lo, depois de Bruce McLaren e Chris Amon. Agora está na equipa oficial da Toro Rosso, chamado à última da hora no final de 2017, depois desta ter despedido Daniil Kvyat e ver Carlos Sainz Jr a rumar à Renault.
Esta semana, o piloto francês disse de sua justiça sobre a chegada de Hartley à Formula 1, e... disse de forma sarcástica sobre o tema: “Dá-me vontade de rir, a chamada do Hartley pela Red Bull, uma vez que o despediram para me dar o lugar dele na World Series by Renault. Acho isto muito divertido”, começou por afirmar o francês, sem deixar transparecer uma certa... dor de cotovelo.
Vergne afirma que um lugar na Toro Rosso é mais um defeito do que uma oportunidade, pois o tempo é limitado e depois acaba por ser despedido. “Provavelmente, seria despedido ao fim de um ano, sem possibilidades nas equipas de ponta, dado que o carro não é suficientemente bom”, concluiu.
É um pouco estranho ver Vergne atacar Hartley após este tempo todo. Poderá estar a mostrar que tem ainda contas a ajustar, não tanto com o piloto neozelandês, mas com a Toro Rosso e a estrutura da Red Bull, e a famosa tendência para queimar pilotos ao longo do tempo. O francês têm talento, sem dúvida, especialmente quando na Formula E, ao volante de uma carro que não é de "fábrica" - a Techeetah é das poucas que não está associada a um fabricante - lidera o campeonato, com trinta pontos de diferença sobre o segundo, e venceu duas das últimas três corridas.
Contudo, estas declarações só mostram que tem contas a ajustar. Deseja regressar à Formula 1 como forma de dizer aos críticos que estavam enganados. E esta geração ainda está "agarrada" a essa categoria, imaginando que seria ali que deseja mostrar que tem talento. E isso demora a desaparecer, agora com a quantidade de categorias que servem como alternativa à Formula 1. IndyCar, Endurance, Formula E, Turismos, etc... e Vergne poderá ter algo do qual Hartley já têm: ser campeão, vencer um troféu relevante. E mesmo que a Formula E ainda não ser aquilo que vai ser no futuro, provavelmente mais tarde reconhecerá a sua importância.
Quanto ao resto... atacar Hartley não é lá muito bom. Se sabe que a Toro Rosso é uma armadilha, para quê atacá-lo? Ou anda a mostrar que tem saudades de Formula 1 e gostaria de estar ali? O que acho que é ele usou-o para atacar outros. Agora, poderia ser mais direto, em vez de usar um colega de profissão...
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