Agora que sabemos que Fernando Alonso estará fora da Formula e desde 2002, todos dizem que o espanhol de 37 anos tem um destino em mente: os Estados Unidos. Correr na IndyCar, mas sobretudo, nas 500 Milhas de Indianápolis. Todos têm a consciência de que, quando - ou caso se confirme - a sua ida aos Estados Unidos, o seu impacto será semelhante ao que foi quando em 1993, Nigel Mansell decidiu correr na CART ao serviço da Newman-Haas.
Segundo conta ontem o site brasileiro Grande Prêmio, Alonso irá correr pela Harding, numa aliança entre a McLaren e a Andretti, correndo com motores Chevrolet. Uma espécie de "equipa B", que poupa ao "embaraço" de correr com motores Honda, marca do qual o piloto fez imensos comentários negativos durante os anos em que estiveram na McLaren.
A Harding nasceu em 2017 graças aos esforços de Mike Harding, amigo pessoal de Michael Andretti. Esta temporada conta com os serviços do colombiano Gabriel Chaves e do americano Connor Daly - filho de Derek Daly, piloto da Hesketh, Ensign, Tyrrell, March, Theodore e Williams entre 1978 e 1982 - e possivelmente, o canadiano Zachary Claman DeMelo poderá ter uma chance de correr na parte final da temporada. Os resultados têm sido discretos - nenhum "top ten" em 2018 - mas as coisas podem mudar completamente em 2019, com o apoio da McLaren e da Andretti, transformando-a numa equipa B, dando a ele oportunidades iguais de mostrar o seu talento ao pelotão da IndyCar.
E ainda poderá haver um segundo carro, cujo lugar pode ser quer para o americano Colton Herta, filho de Bryan Herta, quer para o mexicano Patricio "Pato" O'Ward, que tem bom dinheiro vindo da sua terra.
Claro, os americanos estão ansiosos. Têm plena consciência do impacto de Alonso nos Estados Unidos, especialmente numa série como a IndyCar. De uma certa forma, seria o regresso aos anos 90 quando a CART (Championship Auto Racing Teams) conseguiu rivalizar com a Formula 1 com nomes como Mansell, Emerson Fittipaldi, Mário Andretti, Bobby Rahal ou mais tarde, Alex Zanardi e Juan Pablo Montoya, para não falar de Al Unser Jr e Paul Tracy, antes da cisão que deu origem à IRL.
Na Racer, Robin Miller e Marshall Pruett escreveram sobre isso e confirmam a ideia de que tal transferência teria alto impacto. Mas Zak Brown coloca água na fervura sobre esse assunto.
"Eu não gostaria de apostar na probabilidade da McLaren e Fernando ingressarem na IndyCar", começou por dizer Zak Brown à publicação americana. “A IndyCar está em revisão há algum tempo. Nós gostamos da IndyCar, e Fernando tem o desejo de ganhar a tripla coroa e mostrou interesse em competir na série. No momento, acho que ele está tirando um momento para refletir sobre sua brilhante carreira na Formula 1 e o que ele gostaria de fazer no futuro", continuou.
“Neste momento, estamos focados na Fórmula 1 para fazer com que nossa equipa volte a ser competitiva. Fizemos muitas mudanças em nossa equipa de Fórmula 1 e ainda estamos nas férias de verão, então, assim que voltarmos às corridas e estivermos um pouco mais desenvolvidos em nossos planos de Formula 1, voltaremos nossa atenção para tomar uma decisão sobre a IndyCar", concluiu.
A matéria da Racer fala também da hipótese Harding como "equipa B" da Andretti por causa dos problemas que ele arranjou com a Honda - a Andretti é um dos pontas de lança da marca japonesa na competição - e também outras hipóteses, como a Penske, estão fora de questão. "Não estou interessado de momento", disse um lacónico Roger Penske à revista americana. A hipótese Chip Ganassi também está a ser considerada, mas é mais complicado.
E os pilotos? Claro que o iriam receber de braços abertos, tendo consciência de que ele poderia ser alguém que elevaria a competição a muito altos patamares. Assim esperam Tony Kanaan e Ryan Hunter-Reay.
"Tenho certeza que ele vai fazer a Indy 500, e ele quer fazer todo o campeonato também? Espero que sim. Seria ótimo para nossa competição. Lembrem-se do zumbido [que houve] quando Mansell chegou", começou por dizer o veterano Kanaan. “Como piloto, quero que ele seja feliz. Eu estive em lugares onde não fui feliz; não é divertido. E ele não precisa do dinheiro”, concluiu o brasileiro.
“Sim, seria bem-vindo, sem dúvida. Nós trabalhamos bem juntos”, disse Hunter-Reay, companheiro de Alonso nas 500 Milhas de 2017. "Eu não tenho ideia de onde tudo isso está indo agora, e não sei como está a McLaren agora. Eu não sei como isso se relaciona com Andretti. Há muita especulação neste momento”, concluiu o americano.
Em resumo, parece que tudo está delineado para o asturiano de 37 anos. A ideia da tripla coroa está na sua mente, mas como já disse esta semana, ainda poderá haver mais desafios interessantes para Alonso. A Formula E poderá ser uma delas. Uma competição em ascensão, atraindo cada vez mais pilotos experientes - Felipe Massa é a mais recente chegada e já o convidou para participar na competição - e ver o espanhol numa competição liderada por outro espanhol, Alejandro Agag, que vai estrear um novo carro em 2019, provavelmente teria o mesmo impacto que teria a sua ida para a IndyCar Series. E ainda não poderemos descartar a chance de um regresso à Formula 1, talvez em 2021, quando estrearem os novos regulamentos...
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