Tudo começa em meados de 1990, quando se anuncia, com algum estrondo, a chegada de uma equipa mexicana na Formula 1: a GLAS. Fernando Gonzalez Luna, um jovem empresário mexicano, de Guadalajara, estava disposto a investir 20 milhões de dólares na equipa de Formula 1 (GLAS significava Gonzalez Luna y Associados) com muita tecnologia italiana: motores Lamborghini, chassis construído em Modena e gente como Mauro Forgheri, que desenhava o motor e Mauro Tolentino, ex-Euroracing, que tinha experiência na Alfa Romeo e na Eurobrun.
O projeto teria como principal patrocinador a PEMEX, petrolífera nacional mexicana, e foi construído ao longo da primavera de 1990, com Mauro Baldi e Fernando Aloi, um mexicano de origem italiana, como pilotos de testes. Haveria um programa intensivo na segunda metade de 1990, em pistas como Imola, Hockenheim e Estoril, mas quando em junho, o carro estava quase pronto para ser mostrado no GP do México, Gonzalez Luna... desapareceu. Uns afirmaram que tinha sido acusado de tráfico de droga, e por isso, desapareceu sem deixar rasto, com a Interpol no seu encalço, na realidade, nunca mais se ouviu falar de Gonzalez Luna. O facto é que tudo isto causou a fuga dos patrocínios mexicanos, e com os pagamentos feitos à Lamborghini e aos que desenharam o carro, decidiram que a equipa iria correr na mesma, para 1991.
Mudando-se para Modena, e com algum investimento da própria Lamborghini, esta não queria ter o seu nome nesse chassis. Mas as pessoas preferiam chamar de "Lambo" em vez do Modena oficial. Carlo Patrucco, antigo CEO da Fila, uma marca de artigos desportivos, tornou-se o seu diretor. E não, Stefano Modena não iria ser o seu piloto (ele iria para a Tyrrell).
Os pilotos contratados iriam ser o italiano Nicola Larini, que tinha corrido pela Osella em 1989, e o belga Eric van der Poele. Como engenheiros, o italiano iria ter Tolentino e van der Poele um ex-piloto de Formula 1, o britânico Dave Morgan, que 15 anos antes, tinha corrido num Surtees. O orçamento? 21 mil milhões de liras, pouco mais de dois milhões de dólares à época. Bastante baixo...
Mas o mais interessante é que, ao contrário dos restantes carros italianos, normalmente vermelhos, este Lambo 291 era... azul.
Agora, o que faria nas pré-qualificações de 1991, era algo do qual muitos tinham expectativa.



Sem comentários:
Enviar um comentário