E na cidade onde Ayrton Senna nasceu, viveu e se encontra sepultado, a sua presença é presente - não omnipresente, e os pilotos se lembram quem é ele e qual é o seu legado. Ainda por cima, durante a semana, circularam fotos de Andrea Kimi Antonelli no cemitério do Morumbi, a ler uma biografia do piloto brasileiro. E falo dele, não só por causa da sua presença por lá, mas também por alguns olharem para ele e ver algumas semelhanças com Senna...
No dia da corrida, num domingo nublado, a noticia mais interessante da hora foi o de Max Verstappen, que sendo 16º na grelha, decidiu largar das boxes para mudar o motor e mexer no "setup", para poder evitar qualquer confusão por trás, mas também acredita num eventual milagre, por causa do tempo instável deste domingo em São Paulo. Esteban Ocon também irá largar as boxes, mas ele mexeu em menos coisas no seu carro.
E estava mesmo instável: a 20 minutos do começo, a ameaça de chuva era presente. Quase todos eles partiam de médios, mas todos os tipos de pneus "slicks" estavam presentes: Kimi Antonelli começava com moles, Max Verstappen com duros.
Na partida, tudo correu bem para Lando Norris, que aguentou Kimi Antonelli. As coisas pareciam ter sido normais, mas no inicio da segunda volta, entra... o Safety Car. Então porquê? Ora, parece que Lance Stroll empurrou Gabriel Bortoleto para a parede na curva Laranja. Um pouco atrás, o Ferrari de Lewis Hamilton tinha o nariz destruído depois de ter sido tocado pelo Williams de Carlos Sainz Jr. Os destroços foram suficientes para a entrada do Mercedes vermelho.
Algumas trocas de pneus, reparação de danos, retirada dos carros que desistiram, e nas cinco voltas seguintes, a situação foi essa. A corrida recomeçou no inicio da sexta volta, com Piastri ao ataque para passar Kimi Antonelli para ficar com o segundo posto, mas toca no Mercedes do italiano, que por sua vez tocou no Ferrari de Charles Leclerc, cujos danos eram irreversíveis e a sua corrida acabaria por ali. Depois deste incidente, o australiano acabaria por ser penalizado em 10 segundos.
No meio disto tudo, Max tinha subido para 13º, mas logo depois, trocou os seus pneus para médios, caindo para o final do pelotão. Poderia ser médios, mas com o tempo como está, tudo poderia acontecer. A corrida regressou à normalidade na volta oito, com os McLaren na frente de Kimi Antonelli... e Hadjar, quarto. Russell era quinto, mas apanhou o francês na volta 11, para ser quarto.
Nas voltas seguintes, Max começou a passar piloto atrás de piloto, e na volta 18, era nono, numa altura em que as primeiras paragens para troca de pneus começavam a acontecer. Hadjar e Gasly foram às boxes, e com isso, o neerlandês já era sétimo. Lawson foi às boxes na volta 20, e com isso, Max era sexto. Antonelli para na 22, e os McLaren eram, dos da frente, a serem os últimos a pararem.
Perto da metade da corrida, os McLaren pararam. Norris foi o primeiro, na volta 31, para colocar moles, caindo para quarto, atrás de Max, enquanto Piastri parou mais tarde, por causa da penalização que teria de cumprir. Norris tentava apanhar Max para ser terceiro, no inicio da volta 33, e esperava que Russell e Piastri irem para as boxes e regressar à liderança. Russell foi na volta 35, ao mesmo tempo que Max ia para as boxes pela segunda vez, para ter médios calçados.
Na wolta 39, Hamilton era o terceiro piloto a retirar-se da corrida, ao mesmo tempo que Oscar Piastri foi às boxes para fazer a sua trocar de pneus, colocando moles. Com isto, Norris liderava, na frente de Antonelli e Russell, com Max em quinto, na frente de Piastri, que era sétimo.
Antonelli voltaria a parar na volta 48, caindo para sexto, e iria tentar apanhar Max para chegar a um lugar no pódio. E isso iria ser complicado: era segundo, depois de Russell ter parado na volta seguinte. Mas o neerlandês via Piastri a aproximar-se, com tempos meio segundo mais rápido.
Norris parou na volta 51, regressando em segundo com médios usados, com Max a liderar - depois de ter largado das boxes! - mas os McLaren estavam atrás dele. Piastri parou na wolta 52, mas o australiano regressava em sétimo, que pouco depois, passou Bearman para ser sexto. Na 54ª passagem pela meta, foi a altura de Max ir trocar pela terceira vez, regressando em quarto, com moles, depois de Norris e dos dois Mercedes. Max era quarto, mas tinha Piastri logo atrás dele.
Na volta 62, Max estava na traseira de Russell, que lutava contra os seus travões, e passou-o na curva para o S de Senna... por fora. Depois, foi atrás de Antonelli, com as voltas a acabar para o apanhar.
A parte final foi de cortar a respiração. Max queria apanhar Antonelli para ser segundo, mas apesar do italiano ter tido uma hesitação na última volta, o italiano manteve o sangue frio e ficou com o segundo posto. Atrás, Piastri tentou apanhar Russell - ambos ficaram não muito longe da luta pelo segundo posto - mas apesar de se aproximarem, nenhum deles o passou. Norris acabou por triunfar, e era o que interessava, nesta luta pelo título.
Bearman foi sexto, na frente dos Racing Bulls, o Sauber de Hulkenberg e o Alpine de Gasly. E todos quase juntos, quem diria!
Agora faltam três corridas (mais uma sprint) para o final da temporada. E continuamos a ter três candidatos ao título. 49 pontos entre Lando e Max (390 contra 341), com 83 pontos em jogo, foi uma corrida foi bem entretida... e o campeonato será bem disputado até ao final.

Sem comentários:
Enviar um comentário