Este é o fim de semana do GP de Macau, e com isto, decidi recordar uma estória com 35 anos: o primeiro duelo entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher, e como isso marcou uma década de automobilismo, em termos das coisas que iriam acontecer.
Primeiro, um pouco de história: desde 1954 que as ruas da então possessão portuguesa faziam uma corrida à volta do Farol da Guia, em diversas categorias, quer em motos, quer em automóveis. E desde 1983 que a corrida principal era feita em carros de Formula 3, no qual Ayrton Senna foi o vencedor, num Ralt da equipa Theodore.
Desde então que, para a corrida de Formula 3, eram convidados equipas das principais categorias mundiais: a britânica, a japonesa, a alemã, a francesa e a italiana. E nessa temporada, estavam presentes carros de equipas como a britânica West Surrey Racing, que tinha como pilotos o finlandês Mika Hakkinen, campeão britânico nesse ano, e o norte-irlandês Eddie Irvine; a italiana Prema, que tinha Roberto Colciago e Giuseppe Bugatti; a RC Motorsport, que tinha Alessandro Zanardi; a Alan Docking Racing, que tinha inscrito o finlandês Mika Salo e o alemão Heinz-Harald Frentzen e a Kawai Steel, com o japonês Naoki Hattori e o alemão Michael Schumacher.
A corrida era dividida em duas, com 15 voltas cada uma. Na qualificação, Hakkinen levou a melhor sobre Schumacher e Salo, mas o alemão, que já corria pela Sauber-Mercedes no Mundial de Endurance, ficou com a volta mais rápida.
Pouco tempo depois, acontecia a segunda corrida, com Hakkinen na pole, mas Schumacher estava logo atrás. E essa corrida, com 15 voltas, estavam todos os olhos postos. Afinal de contas, eram duas esperanças do automobilismo.
Cedo os dois pilotos se destacaram do pelotão. Schumacher tinha partido melhor e liderava, com Mika logo atrás, mas o finlandês não o largava, porque desejava vencer este Grande Prémio. A três voltas do fim, já colado na traseira de Schumacher, mostrou-se para tentar passar na travagem para a curva do Hotel Lisboa. Com a bandeira de meta próxima de ser mostrada, Mika queria passar Schumacher, ignorando que, e ficasse em segundo, era o provável vencedor.
No inicio da última volta, sabendo que Schumacher hesitava na parte mais rápida da pista, ele tentou a sua sorte, mas estava demasiado perto da traseira do alemão, e quando tentou, Schumacher também guinou para a direita, e a colisão foi inevitável. O alemão perdeu a asa traseira, enquanto Hakkinen bateu no guard-rail e perdia ali a sua corrida. Ele saiu do carro inconsolável, sabendo da oportunidade perdida. Schumacher aguentou os danos e cruzou a meta como o vencedor, na frente de Mika Salo e Eddie Irvine.
Diga-se o que disser, aqueles que viram aquela corrida ficaram com uma ideia do que iriam ter no futuro, na década que tinha acabado de começar. Dali a menos de um ano, ambos estariam na Formula 1.
Como curiosidade, o Reynard no qual Schumacher correu e triunfou em Macau está no Museu do Caramulo.




Sem comentários:
Enviar um comentário