sexta-feira, 18 de abril de 2008

GP Memória - França 1983

Depois de Brasil e Long Beach, a caravana da Formula 1 chegava à Europa, para correr no Circuito de Paul Ricard, situado no sul de França. Com a chegada a um circuito mais rápido, os carros equipados com motores Turbo poderiam finalmente ter a vantagem que tinham no papel, mas que parecia não conseguirem no asfalto.

A Renault, que jogava em casa, queria ter um fim de semana perfeito, pois até agora, o inicio de temporada era tudo menos isso: Prost e Cheever ainda não tinham pontos, enquanto que o seu rival Nelson Piquet já tinha ganho uma corrida. Até os Ferrari já estavam em vantagem, embora ainda não tivessem vitórias... muito estava em jogo, e este era uma corrida decisiva, sob pena das coisas começarem a ficar irremediavelmente atrasadas.

Nos treinos, os Renault dominaram a seu bel-prazer. Alain Prost fez a pole-position, e Eddie Cheever consegue a sua melhor posição de sempre na grelha, o segundo posto. De facto, o fim de semna perfeito começava a desenhar-se... na segunda fila, o italiano Riccardo Patrese (que faria 29 anos anos no dia da corrida), ficava com o terceiro tempo, tendo a seu lado outro francês: René Arnoux, no seu Ferrari. Na terceira fila, Nelson Piquet era sexto, batido pelo Lotus-Ford de Elio de Angelis. Na quatra fila, os dois Alfa Romeo, de Andrea de Cesaris e de Mauro Baldi, faziam companhia um do outro. Niki Lauda, o lider do campeonato, partia do 12º lugar da grelha, mesmo à frente do outro Ferrari de Patrick Tambay.

Quem não se qualificaram foi o Osella de Piercarlo Ghinzani e os RAM de Eliseo Salazar e de um estreante local, de seu nome Jean-Louis Schlesser, sobrinho de Jo Schlesser, que 15 anos antes, no mesmo GP de França, mas em Rouen, encontrara a morte, quando tentava dominar um Honda problemático. O seu grande amigo Guy Ligier, em sua homenagem, iria chamar todos os seus projectos com as suas iniciais: JS.

O dia da corrida amanheceu cinzento e frio. Num Grande Prémio deslocado da sua habitual data de Verão, era esquisito, mas eram estas as condições que os pilotos estavam a lidar. A partida foi imperial para Prost, mas nem tanto para Cheever. Quem o aproveitou foi Patrese, que saltou para a segunda posição. Outro Brabham, o de Piquet, conseguia ultrapassar quase "in extremis" René Arnoux, para ficar com o quarto lugar, atrás de Cheever. Poucas voltas mais tarde, no final da recta da meta, Cheever recupera o segundo lugar a Patrese, fezendo assim um bando Renault-Brabham, definitivamente, os carros mais rápidos do pelotão. Também em bando, seguiam os Ferrari, mas estes eram ameaçados pelo Alfa Romeo de Mauro Baldi.

Contudo, na volta 15, Patrese foi ultrapassado pelo seu companheiro Piquet, e partiu para o ataque a Cheever para o segundo lugar, algo que consegue na volta 18. Na volta seguinte, Patrese tem uma fuga no depósito de água e vê-se obrigado a abandonar.

Com o decorrer das voltas, via-se que Alain Prost estava imparável, e a unica coisa que Piquei poderia fazer era terminar a corrida no segundo posto, pois assim obtinha seis pontos e a liderança do campeonato. Cheever não era capaz de o alcançar também, portanto, as coisas na frente ficaram logo definidas, até à 54ª e última volta.

Mais atrás, nos restantes lugares pontuáveis, se Tambay ficou logo com o quarto posto, depois de um desentendimento com Baldi, em que o italiano acabou no muro, já Arnoux se viu surpreendido pelos Williams-Cosworth de Keke Rosberg e Jacques Laffite, que partindo do fundo da tabela (18 e 19º lugares), viram-se a fazer uma corrida de recuperação, e a conseguir os dois últimos lugares pontuáveis, sendo os melhores com motor aspirado.



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