segunda-feira, 8 de setembro de 2008

GP Memória - Itália 1968

Depois de quase um mês de ausência, a Formula 1 iria voltar ao activo, com a realização do GP de Itália, no Autódromo de Monza. Feita debaixo de um sol convidativo, era um claro contraste com a chuva que tinha caído no mês passado, no "Inferno Verde" de Nurburgring.


Na corrida italiana, havia algumas modificações na lista de inscritos. Todas as equipas tinham arranjado pelo menos mais um carro para inscrever outros pilotos. A Lotus e a BRM tinham até ido buscar, cada um, o seu piloto americano, com Mario Andretti na parte da equipa de Colin Chapman, e Bobby Unser para a BRM, substituindo Richard Attwood. Depois de treinarem na sexta-feira, partiram no Sábado para correrem numa prova americana, mas os comissários da então CSI (agora FIA) disseram que caso fizessem essa prova, seriam desclassificados da corrida italiana, pois os regulamentos proíbiam que os pilotos fizessem duas corridas em menos de 24 horas. Ambos voaram para a América... e não voltaram.


Continuando com os inscritos, a Ferrari tinha três carros para Jacky Ickx, Chris Amon e o inglês Derek Bell. Era a sua estreia na Formula 1, para o homem que faria nome nos Sport Protótipos e nas 24 Horas de Le Mans, onde o iria vencer por cinco vezes.




Sem Andretti, a Lotus contentava-se com Graham Hill e Jackie Oliver, com Jo Siffert a correr inscrito pela equipa de Rob Walker, todos na versão 49. a Honda inscrivia um segundo carro, a versão 302 do carro, para outro britânico, David Hobbs. Mas este era a mesma versão que tinha matado Jo Schlesser dois meses antes, e os problemas mantinham-se. John Surtees andava com o 301, mais fiável, e depois de umas voltas, Hobbs trocou pelo mesmo chassis, onde se conseguiu qualificar.

A Matra, que tinha ganho a última corrida na Alemanha, inscrevia um segundo carro para o francês Johnny Servoz-Gavin, enquanto que um terceiro carro, equipado com motor próprio, era pilotado por outro francês, Jean-Pierre Beltoise.

Nos treinos, o melhor foi Surtees, no seu Honda, dando à marca a sua primeira pole-position da sua carreira. Ao seu lado ficou o McLaren do seu fundador Bruce, e o Ferrari de Chris Amon. Na segunda fila, ficou o segundo Ferrari de Jacky Ickx, o Lotus-Ford de Graham Hill e o Matra-Cosworth de Jackie Stewart. Dois pilotos não conseguiram a qualificação nesta corrida: o Brabham do suiço Silvio Moser e o BRM de Frank Gardner.


Na partida, Surtees e Amon vão para a frente, com McLaren e Stewart mais atrás. O neo-zelandês passa para a frente e fica por lá até à sétima volta, altura em que Amon aproveita o cone de ar para chegar à liderança. Na volta seguinte, McLaren tenta de novo, e consegue, mas Amon despista-se logo a seguir, arrastando o honda de Surtees consigo, desistindo ambos. Assim atrás de McLaren, estava agora o Lotus de jo Siffert e o Matra de Jackie Stewart. Graham Hill estava mais atrás, pois tinha-se atrassado devido a problemas com uma roda.
A partir do meio da corrida, a batalha pela liderança era a quarto: os McLaren de Bruce e Dennis Hulme, o Matra de Stewart e o Lotus de Siffert. Mas na volta 35, McLaren tem que ir à boxe para desistir, devido a uma fuga de óleo, e a luta fica reduzida a três. Na volta 43, o motor Cosworth do Matra de Stewart dá de si, e o escocês abandona a luta, e a liderança é um assunto reduzido a Hulme e a Siffert. Tudo indicava que haveria uma batalha entre os dois na meta, mas a onze voltas do fim, Siffert tem um problema de suspensão e atrasa-se. Hulme fica então com o caminho livre para vencer a segunda prova da história da McLaren, por larga margem.
Mas mais atrás, há luta: O Ferrari de Jacky Ickx luta com o Matra-Cosworth de Johnny Servoz-Gavin pelo segundo lugar, e no final, quatro centésimos de segundo separaram o segundo do terceiro classficado, a favor do piloto francês. Os outros pilotos que se classificam nos pontos são o BRM de Piers Courage, o Matra de Jean-Pierre Beltoise, e o McLaren privado do veterano piloto sueco Jo Bonnier.

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