segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ronnie Peterson, 30 anos depois - A biografia (1º parte)

Para muitos, foi um dos mais velozes e mais talentosos pilotos do seu tempo. Para outros, a única coisa do qual se lamentam era que ele nunca tenha tido oportunidade de ser campeão do Mundo, quando teve carro para tal. Mas sendo segundo piloto de alguém, em alturas onde o carro era uma máquina vencedora, e depois quando tinha a chance, calhava-lhe material ultrapassado, nunca teve grandes chances de disputar séria mente um título mundial. Mas isso nunca impediu de ser o ídolo das multidões. Na altura em que se faz trinta anos da sua morte, é altura de falar do “Super Sueco”: Ronnie Peterson.

Bengt Ronnie Peterson nasceu a 14 de Fevereiro de 1944 na cidade de Orebro, no centro da Suécia. Filho mais velho de Bengt Peterson (1913-1999), um padeiro com muito jeito para a pilotagem e para a mecânica (cursou engenharia em Estocolmo, mas não concluiu o curso para cuidar do negócio familiar), Ronnie conduzia karts desde tenra idade, nas ruas e aeródromos da sua terra natal, uma máquina construída pelo seu pai. Aos fins de semana, acompanhava o seu pai e Sven Anderson, que tinham fundado em 1946 a Svebe, uma construtora que fazia máquinas, com base em motores JAP de 500 cc, para participar nas pistas de ralicross, um pouco por toda a Suécia.

Não tendo muito jeito para os estudos, cedo saiu da escola, aos 15 anos, para ser mecânico numa garagem do agente local da Renault, mas em 1961, aos 17 anos, quando abre a primeira pista de Karting permanente no país, em Laxa, começa a correr no campeonato local. Em 1962, torna-se campeão sueco, e no ano seguinte, campeão nórdico. Até 1965, ganhará mais dois campeonatos suecos e um nórdico, e começa a participar nos grandes campeonatos europeus..

Em 1966 decide “dar o salto” para os monolugares, e correr na Formula 3 local, primeiro a bordo de um Svebe, construído pelo seu pai e por Sven Anderson. Este chassis era baseado num chassis Brabham, e equipado com um motor de 1 litro, e logo na sua primeira corrida, surpreendeu tudo e todos ao acabar em terceiro lugar. No final desse ano, compra um Brabham vindo da equipa do alemão Kurt Ahrens. Na primeira corrida com o novo carro, em Karlskoga, destrói o seu carro, mas não fica ferido. No ano a seguir, com o carro reconstruído, faz vinte corridas (uma delas foi em Vila Real, onde se ficou pela terceira volta…) e apesar de não ter ganho nenhuma corrida (o grande dominador nesse ano foi o seu compatriota e amigo Reine Wissel), ele acabou em quinto lugar no campeonato.

No final de 1967, ele decide comprar um Tecno, que era o chassis do momento, que ainda por cima tinha motor Cosworth, seguindo os passos do seu rival e amigo Wissell. A temporada de 1968 prometia ser quente, e foi. No campeonato sueco, sem Wissell - que tinha ido correr para o Europeu - ganhou todas as corridas, menos uma, e tornou-se campeão, enquanto que nas pistas europeias, Peterson coleccionava bons resultados. Em 1969, ganha de novo o campeonato sueco, e ganha algumas corridas um pouco por essa Europa fora, mostrando-se perante o pelotão.

O melhor exemplo foi o GP do Mónaco desse ano, com ele e o seu compatriota Wissell na primeira fila. A corrida foi um duelo épico entre os dois, que terminou quando os travões do Tecno de Wissell falharam, e ele saiu de frente na recta de Ste. Devote. Peterson aproveitou, seguiu em frente e ganhou. Isso deu frutos mais tarde, quer a Peterson, quer a Wissel, pois foi graças a isso que conseguiram contratos para correr na Formula 1. Entretanto, a Tecno dá-lhe um chassis de Formula 2, onde corre duas provas nesse ano, com resultados modestos.

Contudo, no Outono de 1969, Peterson tem um grave acidente no autódromo de Mothlery, nos arredores de Paris, onde o seu carro capota e o sueco sofre algumas queimaduras. Enquanto recupera delas, na sua Orebro natal, conhece Barbro Edawrdson, então com 22 anos, filha de um gerente de uma loja de tintas. Na altura, ela estava de partida para Nova Iorque, para trabalhar como ama, mas algum tempo depois, ela regressa à Suécia e o casal começa a namorar.

No início de 1970, continua a correr na Formula 2, mas algum tempo depois, surge a oportunidade de correr na categoria máxima. Max Mosley, que tinha fundado a March pouco tempo antes, decidira contratar Peterson para a sua equipa oficial. O seu inicio, no Mónaco, é óptimo, e termina na sétima posição final, falhando os pontos por muito pouco. O seu patrão afirmou, no final da corrida, aos jornalistas: “Escrevam que ele é mesmo bom, mas não contem a ele!” Ironicamente, esse foi o melhor resultado desse ano, pois não conseguiu mais resultados de relevo, logo, falhou a oportunidade de pontuar na sua época de estreia. Contudo, na Formula 2, a época foi mais feliz, ao terminar na quarta posição do campeonato, com um pódio. Ainda participa nas 24 Horas de Le Mans, ao lado do britânico Derek Bell, num Ferrari 512 Cauda longa, mas só completam 39 voltas…

(continua amanhã)

5 comentários:

Felipão disse...

Sem palavras e já na expectativa do novo texto...

Speeder, eu só tenho a agradecer pelo texto...

estupendo, como sempre...

Rianov disse...

Parabens Speeder!!!

Estou ancioso pela 2ª parte

Saudações!

Fábio Andrade disse...

Saboroso texto.


A semana vai ser boa =)

Marcos Antonio disse...

ótimo texto Speeder,estou no aguardo dos próximos!

José António disse...

Muito bom! Aliás como sempre...