Há 25 anos atrás, meio pelotão da Formula 1 queria ver em acção, provavelmente, um dos mais promissores pilotos pilotos vindos das categorias inferiores: o brasileiro Ayrton Senna. Tinha vencido categoricamente a Formula 3 britânica nesse ano, contra o inglês Martin Brundle, e tinha ganho, entre outras, o GP de Macau, que era, a par do GP do Mónaco, uma das corridas mais marcantes nessa categoria de acesso. Desde o meio do ano que tinha feito testes com a Williams e com a McLaren, contra outros talentos como Brundle e o alemão Stefan Bellof, e sempre com resultados interessantes.
No final de 1983, mais precisamente a 14 de Novembro (faz agora 25 anos), Senna vai ao circuito de Paul Ricard, a convite de Bernie Ecclestone, para testar o Brabham BT52B, que tinha dado, um mês antes, o bi-campeonato a Nelson Piquet, no circuito sul-africano de Kyalami. Aaqui, não era só um teste qualquer: era para saber quem seria o novo companheiro de Piquet para a temporada de 1984, já que Riccardo Patrese rumava para a Alfa Romeo.
Nesse teste no circuito francês, para além de Senna, estavam o italiano Mauro Baldi, o colombiano Roberto Guerrero, e o italiano Pierluigi Martini.
Piquet foi o primeiro a rodar com o carro, afinado por ele, e estableceu como melhor tempo 1.05,90 segundos. Depois, entregou-o aos restantes pilotos, para saber quem se safava melhor. Eccelstone, animado com o que vira e ouvira sobre o prodígio brasileiro, afirmou, mais ou menos em tom de brincadeira, que Senna seria melhor do que ele, ao que Piquet respondeu: "Tudo bem, aposto 100 mil dólares..."
Senna virou exactos dois segundos mais lento do que Piquet, a menos de um centésimo de Baldi, com dois anos de experiência na Formula 1, e acabado de vir da Alfa Romeo. Piores do que ele ficaram Guerrero (1.08,60) e Martini (1.08,90)
"Claro que eu seria mais rápido. Eu tinha acabado de ser campeão mundial naquela Brabham. Se um cara que estava conhecendo o carro naquele dia conseguisse me superar, era hora de fazer a mala e ir embora para casa", disse Piquet mais tarde.
Mas sabendo que Ecclestone estava a "namorar" Senna para o lugar de segundo piloto, Piquet, que já estava de más relações com Senna, sabia que com ele na equipa, haveria dispersão de recursos, o que poderia prejudicar a defesa do título. Assim, foi ter com os responsáveis da Parmalat, o patrocinador, para lhes verem que um piloto italiano defenderia melhor os interesses da equipa. Piquet negaria tal conversa, mas mais tarde, personagens como Herbie Blash (Director da Brabham), e Charles Whitty (Director da Toleman) confirmaram isso mesmo.
Em 1984, a Brabham escolheu um piloto italiano: Teo Fabi, que estava a correr na CART. Aliás, nesse ano, Fabi correu nas duas categorias, e quando as datas coincidiam, o seu irmão Corrado Fabi preenchia esse lugar.
Quanto a Senna, a história é conhecida: foi para a Toleman. Podem ler isto e muito mais no F1 Nostalgia, o blog do "soviético" Rianov Albinov.
2 comentários:
- Mais uma ótima história.
=D
Speeder,
Você ouviu notícias sobre esses testes de 15 a 17 de Dezembro em Portimão?
Seria só a Ferrari (com Felipe Massa)?
Um abraço,
Henry
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