Depois do resultado de Hockenheim, em que a Ferrari conseguiu uma dobradinha, a Formula 1 estava ao rubro quando chegava ao circuito de Hungaroring, nos arredores de Budapeste: aproveitando os erros da McLaren, a Ferrari tinha-se apossado do comando do campeonato através de Eddie Irvine, apesar do azar sofrido por Michael Schumacher, que estava a recuperar das lesões sofridas na corrida britânica, um mês antes.
Se as coisas andavam sorridentes nos lados de Maranello, em contraste, a atmosfera em Woking, a sede da McLaren era sombria. Com Mika Hakkinen a aproveitar pouco nas duas corridas após o acidente do piloto alemão (um pódio em Zeltweg e uma espectacular desistência em Hockenheim), a prova hungara era uma especie de "vai ou racha" para as aspirações do piloto finlandês de conquistar o bi-campeonato.
Nos treinos, Hakkinen concentrou-se e conseguiu o que queria: a nona pole-position do ano, com Eddie Irvine a seu lado. David coulthard era o terceiro, no segundo McLaren, com um surpreendente Giancarlo Fisichella, no seu Benetton, na quarta posição. Heinz-Harald Frentzen e Damon Hill monopolizavam a terceira fila para a Jordan, enquanto que o segundo Benetton de Alexander Wurz era sétimo, com o brasileiro Rubens Barrichello, em Stewart, era o oitavo a partir. Por fim, para fechar o "top ten", estavam Jacques Villeneuve, no BAR-Supertec, com o segundo Stewart de Johnny Herbert a seu lado.
Na partida, Hakkinen largou forte e já tinha dado um avanço de 1,3 segundos sobre Irvine. Mas atrás do irlandês não vinha Coulthard, pois tinha sido superado na partida por Fisichella e Frentzen. Coulthard era apenas quinto, à frente de Damon Hill. O escocês iria ter dificuldades em conseguir chegar à terceira posição, que só conseguiu quanto Fisichella e Frentzen fizeram os seus reabastecimentos.
Na frente, Hakkinen tinha construido uma forte diferença sobre o irlandês da Ferrari, controlando perfeitamente os acontecimentos. Em claro contraste, o segundo Ferrari de Mika Salo arrastava-se no meio do pelotão. Na volta 33, Coulthard finalmente assume a terceira posição e parte em busca de Irvine.
Doze voltas depois, na volta 45, o piloto escocês estava nos escapes do irlandês e começa a presioná-lo, no sentido deste cometer um erro. Este "jogo do gato e do rato" continua durante boa parte da corrida, e mesmo na volta 58, quando ambos reabastecem, não há alterações. Então na volta 63... Irvine distrai-se e sai de pista momentâneamente. Ocasião propicia para Coulthard ultrapassar e dar à McLaren uma dobradinha, 15 dias depois da Ferrari ter feito o mesmo no veloz circuito de Hockenheim.
E assim, Mika Hakkinen comemorava o seu quarto triunfo na temporada, com Coulthard e Irvine a acompanhá-lo no pódio. O Jordan de Heinz-Harald Frentzen, Rubens Barrichello, no seu Stewart e Damon Hill ficaram com os restantes lugares pontuáveis. E na classificação, Irvine ainda continuava na frente, mas Hakkinen conseguira recuperar seis pontos e estava agora a apenas dois do irlandês da Ferrari. E o campeonato continuava ao rubro...
Fontes:
Santos, Francisco - Formula 1999/2000, Ed. Talento, Lisboa, 1999
http://en.wikipedia.org/wiki/1999_Hungarian_Grand_Prix
http://en.wikipedia.org/wiki/1999_Hungarian_Grand_Prix
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