O fim de semana em Portimão foi de decisões no PTCC. Entre Duarte Felix da Costa e José Pedro Fontes, o título iria ficar nas mãos deles, dado que outro potencial candidato, e o campeão de 2008, César Campaniço, cedo ficou de fora da luta devido aos seus compromissos no ADAC GT, onde correu num Audi R8 GT.
Com uma vantagem de nove pontos sobre Felix da Costa, irmão mais velho de António Felix da Costa, o "Formiga", José Pedro Fontes sabia que estava numa posição confortável e tinha de fazer o suficiente para conseguir levar o cépto do novo circuito do Algarve, neste seu ano de regresso à Velocidade nacional, ao volante de um BMW 320i S2000. Mas com Campaniço a regressar nesta última ronda, determinado a ganhar, este novo factor poderia incomodar nos dois candidatos, acrescentando mais emoção à prova.
Os treinos começaram com Felix da Costa a liderar, mas no dia da qualificação, quem levou a melhor foi César Campaniço, que conseguiu arrecadar o primeiro lugar da grelha com uma volta abaixo do 1.57 minutos (1.56,658) seguido de muito perto por Duarte Félix da Costa, que ficou a escassos 0,130 segundos de Campaniço.
Na segunda fila da grelha aparecem mais dois S2000, o de João Pedro Figueiredo no seu Peugeot 407 S2000, e de José Pedro Fontes, o lider do campeonato. O luso-francês Joffrey Didier, no seu Seat Leon Super Copa, era o quinto da grelha, seguido pelo Mitsubishi Lancer EVO IX de José Monroy, que apesar do esforço efectuado ao longo de toda a sessão, foi confrontado com alguns problemas muito devido ao facto de ontem não ter efectuado o segundo treino livre com problemas na bomba de gasolina.
Com a grelha de 13 carros elaborada, sabia-se que para fontes, bastava gerir a situação, enquanto que para Felix da Costa, a vitória só lhe interessava, mais os azares alheios, para conseguir o céptro nacional.
Resultados dos Treinos Cronometrados:
1º César Campaniço - BMW 320 Si com 1.56,658
2º Duarte Felix da Costa - SEAT Leon SuperCopa a 0.130
3º João Figueiredo - Peugeot 407 S2000 a 0.518
4º José Pedro Fontes - BMW 320Si a 1.223
5º Joffrey Didier - SEAT Leon SuperCopa a 1.383
6º José Monroy - Mitsubishi Lancer Evo IX a 1.445
7º José Carlos Ramos - SEAT Leon SuperCopa a 1.841
8º Álvaro Figueira - SEAT Leon SuperCopa a 2.311
9º José Pedro Mouta - SEAT Leon SuperCopa a 2.928
10º João Pina Cardoso - SEAT Leon SuperCopa a 3.171
11º Gonçalo Manahu - SEAT Leon SuperCopa a 3.537
12º Fábio Mota - Renault Clio a 9.509
13º Pedro Dias Costa - Renault Clio a 11.690
Na primeira corrida do dia, César Campaniço partiu bem e ficou com a liderança até à bandeira de xadrez, enquanto que José Monroy fazia uma excelente partida, saltando de quinto para o segundo lugar, lugar que também ocupou no final da corrida. A maior emoção aconteceu atrás, quando Felix da Costa largou mal e caiu algumas posições. Para piorar as coisas, sofreu um toque de João Figueiredo, mas recuperou o suficiente para acabar a corrida no lugar mais baixo do pódio, imediatamente à frente de José Pedro Fontes, o seu grande rival, e quarto classificado.
Para César Campaniço esta foi uma vitória importante: "O arranque foi fundamental para o resto da corrida. Acho que estou perito em arranques. Nas primeiras voltas tive de me defender do Monroy que estava com um andamento muito forte. Daí em diante foi uma questão de manter a concentração e levar a primeira posição até ao final", disse.
Quanto a Duarte Félix da Costa, no final desta primeira corrida tinha reduzido a desvantagem para o líder... em apenas um ponto, o que complicava ainda mais a sua tarefa: "Foi uma corrida muito difícil. Acho que nunca tive um carro tão complicado de pilotar como hoje. Dei o tudo por tudo e defendi-me muito bem das investidas do José Pedro Fontes. O toque no João Pedro Figueiredo não foi propositado, ele travou demasiado cedo e não foi possível evitar", concluiu o piloto de Cascais, consciente que já havia pouco há a fazer na luta pelo título.
Mas ainda havia uma segunda corrida, e tudo podia acontecer. Numa grelha invertida, o melhor a arrancar foi José Monroy, que saltou de sétimo para o primeiro lugar, mas pouco depois foi ultrapassado por João Figueiredo. Mas logo depois, César Campaniço juntou-se aos da frente, e começou uma luta que só terminou na bandeira de xadrez, com os dois pilotos a cruzarem lado a lado... favorável a Campaniço.
Quanto a Felix da Costa e João Pedro Fontes, o piloto da BMW tentou evitar confusões e fez uma corrida discreta, terminando a prova na quinta posição, mas com o seu rival a terminar mais à frente, no quarto posto, isso foi o suficiente para Fontes comemorasse na boxe o seu quarto título nacional de velocidade, sucedendo a César Campaniço na lista de campeões.
No final, José Pedro Fontes estava visivelmente satisfeito com o desfecho da época: "Confesso que no início do ano não esperava conseguir ganhar o campeonato, mas é claro que estou muito feliz, pois foi uma época muito disputada e sempre com vários pilotos a vencer. Penso que fomos a equipa mais regular ao longo do ano e por isso este é um título merecido", começou por dizer.
"Estamos mesmo muito contentes! Foi com este objectivo que decidimos voltar à Velocidade, e chegar ao fim do ano com a sensação de dever cumprido é realmente muito bom. A Equipa está de parabéns, porque tivemos um ano difícil, contra uma concorrência muito forte. Tentámos dar espectáculo em todas as corridas, tentámos lutar sempre pela vitória, e sentimos que a nossa presença esta época ajudou a dignificar ainda mais um Campeonato que já era espectacular."
Já Duarte Felix da costa não escondia a sua desilusão por ter falhado o título nacional. “Infelizmente, aqui no Algarve os BMW S2000 têm mais velocidade de ponta e apesar de ganhar tempo nas zonas mais sinuosas, voltava a perder nas rectas. Apesar de ter novamente ficado à frente do José Pedro Fontes, líder do Campeonato, a diferença pontual não foi suficiente para conquistar o título de 2009. Sabia que seria difícil devido às diferenças de performances para a categoria 1 mas acreditámos até ao final que era possível. Gostaria de agradecer a todos aqueles que acreditaram e apoiaram o projecto e dedicar este vice-campeonato à Bastos Sports”, afirmou.
Quanto ao vencedor das corridas de hoje, César Campaniço, apesar de não ter estado na luta pelo título foi um exímio triunfante: "A segunda corrida do fim-de-semana foi a mais emocionante em três anos de carros de turismo. Foi uma luta sempre justa com o João Figueiredo e confesso que só me apercebi que estávamos na última volta em cima da bandeira xadrez. Como se costuma dizer: foi mesmo à tangente", referiu.
O PTCC 2009 já acabou, que venha o PTCC 2010.
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