A partir de amanhã, começará, de uma certa forma, o Mundial de Formula 1. Primeiro, a apresentação da Ferrari, com o seu modelo F150, será o primeiro e na segunda feira virá boa parte das equipas, em Valencia, palco dos primeiros testes. Sobre isso, todos falarão abundantemente sobre eles. Mas com toda a ansiedade latente sobre isso, perferi falar sobre algo que ando a ver às gotinhas desde a semana passada: uma tal A10 World Series.
Falei disso a meio do mês sobre o possivel reavivar da falida A1GP, a série criada em 2005 por um sheik árabe e continuada pelo luso sul-africano Tony Teixeira, que teve chassis e motores Ferrari na sua última temporada competitiva, em 2009. O conceito é otimo: uma corrida entre nações, em que um piloto correrá por ela, num máximo de 24. O campeonato seria um conjunto de dez ou doze jornadas duplas, espalhadas pelo mundo, com um prémio máximo, e aconteceria durante o Inverno europeu.
Tudo correu relativamente bem até 2007, após a saída do sheik do Dubai e a venda à RAB Capital, que pagou duzentos milhões de dólares por ela. Prejuizos acumulados, bem como o fracasso em atrair patrocinadores de monta, lançou dúvidas sobre a viabilidade do projeto. Para piorar as coisas, a crise mundial se abateu forte sobre a série. Falta de pagamentos e outros problemas fizeram com que a empresa se declarasse insolvente em Julho, e a série fosse cancelada em setembro, após a não realização da prova inaugural, em Surfers Paradise.
Com os carros encerrados num armazém algures na Grã-Bretanha, esperando por melhores oportunidades. Aparentemente, segundo uma coluna de boatos, houve em Julho um conjunto de investidores interessados nos carros e em pagar as dívidas. Houve um leilão, com destino desconhecido, e agora, em Janeiro, surgiu um site e aos poucos se mostram o tal conceito de "A10 World series". E pelos vistos, é um clone da A1GP.
Mas ainda é algo cedo para dizer se acredito na sua viabilidade. Os gráficos desse sitio na Internet me fizeram recuar quinze anos no tempo, para os seus primórdios, e ainda não convencem muita gente. Ainda há muito ar de mistério, do qual não se sabem quem são os financiadores desta nova série, embora se fale que a ideia é um pouco semelhante à GP2, com as equipa a procurarem os seus patrocinios. Se sim, não seria mau de todo se alguma das muitas equipas que andam nos vários campeonatos esteja interessada em cuidar de um dos carros dessa "A10".
Há outro grande mistério nesta "A10 World Series": quem são os seus novos proprietários. Até agora, nada se disse sobre este novo grupo de investidores e quais são os seus objetivos. Ainda faltam algumas semanas para saber todos os pormenores, mas a Autosport britânica fala esta semana sobre a possibilidade de haver um ex-piloto de Formula 1 atrás do projecto, num papel não especificado.
Apesar da série só arrancar no Outono - mais um exemplo de que isto é um ressuscitar da A1GP - fica-se a pensar no seguinte: neste momento existem diversas séries de automobilismo, grande parte delas séries monomarca como a World Series by Renault 3.5, Auto GP - com Lolas que pertenceram à A1GP - , GP2, Formula 2, etc... pode se perguntar se todas estas séries são paralelas à Formula 1 ou fazem parte de uma base alargada de um topo muito estreito da pirâmide. E quando cada vez mais se sabe que Bernie Ecclestone quer fazer as suas próprias séries de acesso à Formula 1, com a GP2 e GP3, pergunta-se se estas séries não seriam mais úteis se não corressem paralelas à Formula 1?
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