Desde o fim de semana que passou que todos andamos, primeiro chocados e depois espantados, à detenção em Nova Iorque de Dominique Strauss-Khan, o francês presidente do FMI, acusado de uma tentativa de violação, ou violação, não sei dizer. Ao contrário de muitos, acredito que foi ele próprio que causou a sua queda ao ser dominado pelos seus impulsos sexuais no pior lugar do mundo para os ter: os Estados Unidos. E se os franceses estão chocados e acreditam em teorias da conspiração, então só posso dizer que o lema da República Francesa - Liberdade, Igualdade, Fraternidade - é em certos circulos, hipócrita. Cavou a sua sepultura, enterre-se nela.
O que isto tem a ver com a Formula 1? Um simples coincidência e um paralelismo. Desde há um mês a esta parte que estamos a ouvir, aos poucos, de um incidente que aconteceu numa discoteca VIP de Xangai, no domingo do GP da China, onde Eric Lux, o vice-presidente do Genii Group, foi agredido por Adrian Sutil, piloto da Force India, com um copo, e que essa agressão resultou num corte no pescoço ao executivo francês. Há aparentemente testemunhas no caso, como Lewis Hamilton. E digo "testemunha" porque há rumores que falam no envolvimento direto do piloto da McLaren d grande amigo pessoal de Sutil. Mas pelos vistos, neste "escândalo ao retardador" - apenas foi divulgado três semanas depois, na Turquia - Lux apenas processou Sutil.
A discussão, cujos promenores são relativamente nebulosos, deve ter sido feia porque aparentemente Lux levou 24 pontos, mas ele não apresentou queixa de imediato, pois parece que Sutil estava algo intoxicado - leia-se alcoolizado - e Lux achou por bem não ir para uma esquadra chinesa. Mas agora, parece que vai processá-lo em tribunal. Resta saber em qual, pois se fosse em Nova Iorque, eventualmente estariamos a ver nos telejornais um Adrian Sutil algemado e à vista de todos, como acontece ao Strauss-Khan.
Mas das intenções à realidade vai um passo grande. Não se sabe onde é que Eric Lux irá colocar essa ação: na China, França, Alemanha ou Grã-Bretanha? Pois é...
Claro, temos de levar isto tudo a sério. Há vinte anos houve um incidente semelhante com Bertrand Gachot, quando o piloto belga atirou com gás pimenta à cara de um taxista londrino. Todos pensavam que as coisas iriam resolver-se em tribunal com uma multa e uma pena suspensa, mas o juiz decidiu ser muito duro e colocou o piloto belga, então ao serviço da Jordan, na prisão. E azar dos azares, isso impediu Gachot de participar no GP da Belgica, e Eddie Jordan andou desesperado à procura de um substituto. Depois de pensar em Keke Rosberg e Stefan Johansson, acabou por aceitar uma oferta de meio milhão de dólares da Mercedes para colocar um dos seus pilotos da equipa de Sport-Protótipos chamado Michael Schumacher. Num fim de semana espantou toda a gente e quinze dias depois, Flávio Briatore o levou para a Benetton, depois de ter dado um chuto no rabo de Roberto Moreno.
Caso o caso vá para a frente - onde quer que a queixa seja entregue - a Super Licença de sutil pode estar em jogo. E as coisas podem ser lentas ou rápidas, mas se o pior acontecer, o seu mais que provável substituto é o seu compatriota Nico Hulkenberg. Todas as hipóteses estão em cima da mesa, logo, nada pode ser deitado fora.
Para terminar: quando lia o artigo que o Ico escreveu sobre este caso, ele deixou um link para um sketch dos Monty Python no Youtube, que mostrava um concurso chamado "Chantagem". Se essa suposição for verdadeira, pergunto-me: a Genii Capital está assim tão desesperada de dinheiro?
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