O documentário sobre Ayrton Senna estreará em julho nas salas britânicas, e existe uma enorme expectativa sobre ele, mas há pelo menos uma pessoa que não irá ver o filme quando se estrear. É Adrian Newey, o homem que projetou o FW16, o fatidico carro da Williams em 1994. Numa entrevista ao jornal "The Guardian", o atual projetista da Red Bull e com uma carreira de sucesso que começou na Fittipaldi, em 1980 e que passou pela March, Williams, McLaren, disse que esse filme lhe fez despertar velhos fantasmas. "Não. Não seria uma coisa fácil de fazer", declarou.
"O pouco cabelo que eu tinha, caiu todo no rescaldo" - começou por dizer o projetista, atualmente com 52 anos - "Então mudou-me fisicamente. Foi terrível. Tanto Patrick Head (diretor técnico da Williams) como eu, separadamente nos perguntamos se queríamos continuar nas corridas. Será que queremos estar envolvidos num desporto onde as pessoas podem morrer em algo que nós criamos? Em segundo lugar, o acidente foi causado por algo que partiu devido a má concepção ou design negligente?", questionou.
"E então, quando o processo foi iniciado, foi um aborrecimento deprimente e uma pressão extra, mas não me fez ponderar se queria estar envolvido na Formula 1. Para toda a equipa foi extremamente difícil. Lembro-me que no dia depois da corrida foi feriado e alguns de nós viemos para tentar testar os dados e perceber o que aconteceu. Foram semanas negras", continuou.
Adrian Newey lamenta não saber a causa completa do acidente, que aconteceu com o carro de Senna na curva de Tamburello: "A verdade honesta é que ninguém nunca vai saber exatamente o que aconteceu. Não há dúvida de que a coluna de direção falhou, a grande questão era se ela falhou no acidente ou provocou o acidente? Esta tinha fendas e teria falhado em algum ponto. Não há dúvida de que seu design era muito pobre. No entanto, todas as evidências sugerem que o carro não saiu de pista como resultado da falha da coluna de direção", concluiu.
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