"No final de 1985, Elio de Angelis tinha sido superado por um jovem fenómeno que tinha chegado à Formula 1 no ano anterior. Com a contratação do brasileiro Ayrton Senna pela sua equipa, a Lotus, o seu trabalho e a sua rapidez tinha conseguido colocar de lado um piloto que estava ali desde 1980, e que conseguira ser o centro das atenções da Lotus, que estava ainda a recuperar da perda de Colin Chapman. De Angelis tinha sido o último piloto a vencer pela equipa com Chapman vivo, em 1982, e queria colocar a equipa de volta ás vitórias, com o motor Renault Turbo, mas o jeito de trabalhar de Senna, que tinha dado à equipa uma vitória épica no Estoril, no inicio daquela temporada, significava que os seus dias estavam a ser contados". (...)
(...) "Assim sendo, no final do ano, aceita o convite da Brabham para substituir Nelson Piquet e no inicio de 1986, quando De Angelis era apresentado à imprensa ao lado do seu compatriota Riccardo Patrese, existiam enormes expectativas em relação ao modelo BT55, projetado por Gordon Murray. O projetista sul-africano estava a experimentar um desenho radical, onde queria aumentar o “downforce” da asa traseira, baixando o centro de gravidade do carro. Para fazer isso, teria de fazer deitar o piloto e o motor, retirando o obstáculo que existia atrás do piloto, que era o motor. Neste caso, o motor BMW era muito alto em relação a outros e ele pretendeu fazê-lo “deitar” no sentido de fazer o carro mais eficiente e alcançar os seus objetivos. Quanto à nova posição de pilotagem, era a recuperação de algo que existia nos anos 60, mas que se tinha modificado nos chassis dos anos 80 para uma posição mais elevada." (...)
É assim que descrevo os meses finais de Elio de Angelis. Superado por um companheiro de equipa que era a todos os niveis mais dedicado do que ele, decidiu que o melhor seria partir para outras paragens do que fazer uma nova época na Lotus como segundo piloto. Assim sendo vai para a Brabham, onde se vê a braços com um projeto demasiado radical para ser eficaz, já que tudo teria de ser inventado de novo. De Angelis apenas conseguiria um oitavo lugar na prova inicial do campeonato, desistindo nas três provas seguintes.
Após o GP do Mónaco, a equipa vai testar novas soluções para o carro no circuito de Paul Ricard. De Angelis pede para testar o carro no lugar de Patrese, pois pretende tirar o mais possivel dele e minorar os problemas de um design tão radical que até sente o vento a bater no seu peito. No dia 14 de maio de 1986, após ter feito dezessete voltas nesse dia, a asa traseira de De Angelis descola-se do seu carro quando chegava ao rápido "S" da Verriére, capotando com violência, ficando o carro de pernas para o ar e preso dentro dela, enquanto que o carro pegava fogo. E isso foi-lhe fatal para ele.
O resto da história pode ser lido hoje no Pódium GP.
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