Já se sabia que a temporada de 1961 marcava o começo da nova Formula 1, cujos motores eram reduzidos em termos de capacidade para 1.5 litros. Era também uma era onde os motores traseiros tinham passado a ser a regra, até a Ferrari se tinha rendido a essa nova formula. Mas foi nessa altura em que a equipa de Maranello se tinha preparado da melhor maneira a esse novo desafio, e tinha projetado um carro à altura: o Tipo 156 "Squalo".
Motor V6 de 120 graus, projetado inicialmente pelo seu filho Dino Ferrari, antes de morrer, e desenvolvido por Carlo Chiti, tinha uma potência anunciada de 190 cavalos, às 9500 rotações, era reconhecível pela sua entrada pouco convencional, que fazia lembrar um tubarão, daí o seu nome em italiano. Na equipa alinhariam três pilotos para a prova monegasca: os americanos Phil Hill e Richie Ginther e o alemão Wolfgang von Trips.
Quem também alinhava com três carros era a alemã Porsche, que estava cada vez mais a envolver-se na Formula 1. A equipa de Estugarda trazia para o Mónaco o americano Dan Gurney, contratado à BRM, o sueco Joakim Bonnier e o alemão Hans Hermann. Quanto à BRM, trazia apenas dois carros, para Tony Brooks e Graham Hill.
Na Cooper, campeã do mundo nas duas últimas épocas, conseguira-se manter a mesma dupla dos anos anteriores, constituida pelo australiano Jack Brabham, o campeão do mundo, e o jovem neozelandês Bruce McLaren. Também alinhavam outros três Coopers, mas eram inscrições privadas. Guiados pelo francês Maurice Trintignant, o britânico John Surtees e pelo americano Masten Gregory, representavam respectivamente a Scuderia Serenissima, a Yeoman Credit Racing team e a americana Camoradi International.
A Lotus era agora a equipa em ascensão no campeonato do mundo, haviam dois carros inscritos a nivel oficial e mais alguns privados. O jovem escocês Jim Clark era o piloto que o jovem engenheiro Colin Chapman começava a gostar de o ver, e era acompanhado por Innes Ireland. Em termos de carros privados, o mais famoso era Stirling Moss, que alinhava pela escocesa Rob Walker Racing num modelo 18, que tinha ganho com ele na edição anterior. Outros três Lotus 18 estavam presentes no Mónaco, um da Scuderia Colonia, guiado pelo suiço Michael May, e dois pela UDT-Laystall Team, para Cliff Allison e Henry Taylor.
Para fianlizar, dois Emmeryson-Maserati estavam presentes no Mónaco, inscritos pela Ecurie Nationale Belge, para os belgas Olivier Gendebien e Lucien Bianchi.
No Mónaco estavam inscritos ao todo 21 pilotos, mas somente dezasseis é que poderiam alinhar na corrida, logo, a competição iria ser dura para conseguir um lugar. As coisas não correram bem para Innes Ireland, que bateu forte nos treinos e decidiu não alinhar na corrida, deixando a defesa da Lotus oficial apenas nas mãos de Jim Clark.
E no final da qualificação, de modo surpreendente, o melhor não tinha sido os Ferrari, mas sim o Lotus 18 de Moss, que conseguira ser mais ágil nas ruas estreitas do principado do que o Ferrari de Richie Ginther, o segundo na grelha. A seguir veio o Lotus de Jim Clark e o BRM de Graham Hill. Phil Hill fora o quinto, seguido pelo alemão Wolfgang von Trips, o Cooper-Climax de Bruce McLaren, o segundo BRM de Tony Brooks, e a fechar o "top ten", os Porsche de Jo Bonnier e de e segurava a Dan Gurney.
A corrida começou com Ginther a ser superior a Clark e a Moss. Contudo, o jovem escocês teve problemas com a sua bomba de combustivel e cedo ficou para trás, com Moss a subir à segunda posição, seguido pelos Porsches de Bonnier e Gurney. Moss acossa Ginther até à volta 14, altura em que o consegue ultrapassar, e poucos metros depois, o mesmo sucede ao sueco. A partir daqui, Moss afasta-se do segundo lugar, conseguindo uma vantagem de cinco segundos, o que era impressionante num carro privado, que à partida seria pior do que os carros oficiais.
Contudo, era Bonnier que segurava a concorrência dos Ferrari de Ginther e de Phil Hill, e na volta 25, ambos conseguiram superar o Porsche do sueco e partir para o ataque à liderança de Moss. Começava aqui uma batalha que duraria o resto da corrida entre ele e os Ferrari. Na volta 50, Ginther já estava a cinco segundos de Moss e dando o seu melhor, mas Moss rebatia, igualando os seus tempos repetidamente, fazendo com que essa tarefa fosse dificil, apesar da diferença fosse gradualmente diminuida para os três segundos.
Mas apesar disso, nenhum dos Ferrari foi capaz de apanhar Moss, que estava a fazer uma das melhores corridas da sua carreira, e de forma brilhante e num carro menos potente do que os Ferrari, era o inesperado vencedor da corrida. Ainda hoje, Moss considera que esta foi a melhor corrida da sua carreira. Richie Ginther e Phil Hill ficaram com os restantes lugares do pódio, seguido por Wolfgang von Trips, o Porsche de Dan Gurney e o Cooper de Bruce McLaren.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr095.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1961_Monaco_Grand_Prix
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