Lembram-se de falar há umas duas semanas sobre a Sonangol, de Ricardo Teixeira e da minha possibilidade de trazer a categoria máxima do automobilismo a aquele pais? Pois bem, há algumas novidades. Joe Saward, sempre atento - foi o primeiro a falar sobre o assunto, lembram-se? - refere a visita discreta de um responsável da petrolífera angolana no "paddock" de Istambul. A ideia inicial seria a de que eles iriam acertar as agulhas com a Team Lotus no sentido de ter o patrocínio no chassis - algo que ainda não acontece, apesar de terem Ricardo Teixeira como um dos seus pilotos - mas pode ser que haja algo ainda maior: levar a Formula 1 de volta a África. Mas não à África do Sul...
Como já disse, a Formula 1 em Angola é um velho sonho, datado dos tempos coloniais. Existem dois autódromos, um em Luanda e outro em Benguela, construídos em 1972 e o de Luanda foi considerado como um dos mais modernos do seu tempo e perfeitamente capaz de acolher a categoria máxima do automobilismo. Mas o processo de descolonização e consequente guerra civil cancelaram os planos.
Agora, nove anos depois do final da guerra civil, e com o pais em processo de reconstrução e desenvolvimento, e com o petróleo como maior exportação do pais - riquíssimo em termos de recursos naturais como diamantes, ferro, cobre... - os responsáveis querem seguir os mesmos passos da Petronas, a companhia petrolífera malaia. E como sabem, é muito graças a ela que a Formula 1 está nessas paragens. Sepang, projetado por Hermann Tilke, foi construído com a bênção do governo e os dólares da Petronas...
Se isso acontecer, porque não acontece em Luanda? O chato seria ver o desenho de Ayrton Cornelson desfeito por mais uma chatice "tilkeana", mas esse seria o menor dos desafios. Outros maiores se erguem, como arranjar uma rede de hotéis compatível com todo um pelotão da Formula 1. E o turismo, como em tudo naquele pais, ainda está na fase de gatinhar. Resta convencer Bernie Ecclestone das vantagens do projeto... e despejar um camião cheio de dólares aos seus pés.
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