O calendário da temporada de 1986 tinha uma estreia absoluta (Hungria) e dois regressos. Um desses regressos tinha acontecido logo no inicio da temporada, em Espanha, e num circuito novo, e o segundo regresso era o do México, no mesmo autódromo onde se correu entre 1963 e 70, agora rebatizado de "Hermanos Rodriguez", em homenagem a Ricardo e Pedro Rodriguez, mortos em 1962 e 1971, respectivamente.
Neste regresso ao México, o circuito tinha sido encurtado em alguns metros, com uma chicane no final da meta e retirada da parte do gancho do traçado. O circuito tinha melhorado em termos de segurança e tinham sido construidas novas boxes, bem como recapeado o asfalto, mas continuava a ser um traçado muito ondulado para se correr, e os pilotos queixaram-se disso ao longo do final de semana. No paddock, a unica diferença dos eventos de duas semanas antes, no Estoril, era que a AGS não tinha viajado. Aliás, eles agora só iriam fazer nova aparição na temporada seguinte.
No final das sessões de qualificação, o melhor tinha sido Ayrton Senna, com o seu Lotus-Renault, conseguindo bater os Williams-Honda de Nelson Piquet, o segundo, e de Nigel Mansell, terceiro na grelha. Atrás do "brutânico" estava o Benetton-BMW de Gerhard Berger. Riccardo Patrese era o quinto, no seu Brabham-BMW, seguido pelo McLaren-TAG Porsche de Alain Prost. Derek Warwick, no segundo Brabham-BMW, era o sétimo, seguido pelo Lola-Haas de Patrick Tambay e a fechar o "top ten" estavam o segundo Benetton-BMW de Teo Fabi e o Ligier-Renault de Philippe Alliot.
O dia da corrida amanheceu quente e seco, e todos estavam ansiosos para que a corrida começasse. Mas quando foi dado o sinal verde, Senna e Piquet largam bem, mas a Mansell, as coisas acontecem ao contrário, e atrasa-se bastante. No final da primeira volta, Piquet liderava, seguido por Senna, com Berger em terceiro, Prost em quarto... e Mansell na 19ª posição. Na sétima volta, os dois pilotos iriam trocar de lugares, enquanto que Mansell começava a fazer uma corrida de "faca nos dentes", passando os pilotos à sua frente. Mas na volta onze, os seus pneus estavam estragados e teve de fazer a sua primeira paragem para calçar um novo composto.
À medida que a corrida prosseguia, os pilotos da frente paravam para trocar de pneus, mostrando que nesta batalha entre Goodyear e Pirelli, os pneus italianos estavam a levar a melhor. Com Prost, depois Piquet, e depois Senna, a pararem para um novo jogo, Berger continuava na pista, sem ser incomodado, pois o desgaste era bem menor daquilo que se esperava, ou seja, conseguiam aguentar o asfalto abrasivo da pista mexicana.
A meio da prova, Piquet fazia a segunda paragem e cai para o quarto posto, sendo assediado por Mansell, que desejava aquele lugar para que pudesse ir para a Austrália como campeão do mundo, mas o brasileiro defendeu esse posto com unhas e dentes, vendendo-a muito cara. Pouco depois, Mansell preocupou-se em levar o carro até ao fim, tentando resolver as coisas na Austrália.
Mas no final, era Gerhard Berger que cruzava a meta como vencedor, conseguindo a sua primeira vitória de sempre e a primeira da história da Benetton, que tinha comprado a Toleman um ano antes. Alain Prost era o segundo e era o grande beneficiado do dia, pois ficara na frente dos Williams de Piquet e Mansell no campeonato. Ayrton Senna fechava o pódio para a Lotus, na frente dos Williams e do Ligier de Philippe Alliot, o sexto e que tinha conseguido aqui o seu primeiro ponto da sua carreira.
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