Ao longo desta semana vou falar muito sobre Zeltweg, pelo facto de há mais de trinta anos, estas datas no calendário costumavam ser altura em que a Formula 1 - sem férias em agosto - ia muitas vezes à Austria. Zeltweg, que também era chamado de Osterreichring - pista da Austria, em alemão - era uma pista muito veloz, com velocidades semelhantes aos de Monza, mas desenhado nos montes e vales, dava uma ideia de montanha russa que me cativou desde os meus tempos de criança.
Zeltweg existe desde 1969, depois de, cinco anos antes, o automóvel clube local ter desenhado uma pista à volta do aeródromo para receber o primeiro GP da Austria. Curiosamente, para um piloto local, Jochen Rindt, Áustria foi o palco do seu primeiro e penúltimo Grande Prémio da sua carreira. Em 1964, era um jovem cheio de esperanças e com vontade de vencer. Em 1970, era o homem mais conhecido da sua Áustria natal, um herói que fez encher o circuito só para o ver. Três semanas depois, estava morto, e o país ficou em choque, mas o pais continuaria no mapa, devido ao seu veloz e excitante circuito. Que, claro, tinha os seus perigos, um deles inesperado, mas que seria de esperar numa paisagem bucólica como aquela.
Um primeiro exemplo desse perigo aconteceu em 1972. Encontrei esse feliz instantâneo ontem no Cadernos do Automobilismo, o blog do Daniel Médici, onde se mostra uma foto, tirada por Geoffrey Goddard, da revista americana "Road & Track" e mostra o "encontro imediato" entre o Surtees de Tim Schenken e o veado que andava incomodado com o barulho dos carros.
Esse veado sobreviveu para viver outro dia, mas desconheço se havia uma relação de parentesco com outro veado, que quinze anos depois teve outro encontro imediato com o automobilismo, desta vez com consequências fatais.
Quinze anos é muito tempo. Pilotos vão e vêm, máquinas vão e vêm, há uma enorme evolução nos carros e estes passaram a ter coisas como o motor Turbo. E em 1987, quase todos os carros tinham, apesar de se saber que no final do ano seguinte iria ser abolido graças a um regulamento da então FISA. Não sei se Stefan Johansson estava a usá-lo no seu McLaren, mas pelas imagens que foram captadas nesse dia, deveria estar com o pedal a fundo quando aquele pobre cervo entrou pela pista dentro, não dando hipótese a Johansson para que ele pudesse travar e evitar o atropelamento.
No meio do azar - animal morto, carro danificado - Johansson teve a sorte de não ter ficado ferido nesse acidente. Foi mais o susto do que as consequências, e verdade. Mas sabendo nós os efeitos que faz uma mola de um quilo na cabeça de um piloto, nem se quer imaginar o que teria acontecido se o corpo tivesse atingido em cheio a cabeça do sueco.
Talvez tenha sido isso e outros pequenos incidentes - Senna tinha atropelado um rato nos treinos - aliado à estreiteza da pista e as múltiplas carambolas na largada que provavelmente condenaram Zeltweg a ser riscado do calendário durante dez anos. Quando voltou, a velocidade ainda continuava, mas era um circuito muito diferente. A bem da segurança.
Um primeiro exemplo desse perigo aconteceu em 1972. Encontrei esse feliz instantâneo ontem no Cadernos do Automobilismo, o blog do Daniel Médici, onde se mostra uma foto, tirada por Geoffrey Goddard, da revista americana "Road & Track" e mostra o "encontro imediato" entre o Surtees de Tim Schenken e o veado que andava incomodado com o barulho dos carros.
Esse veado sobreviveu para viver outro dia, mas desconheço se havia uma relação de parentesco com outro veado, que quinze anos depois teve outro encontro imediato com o automobilismo, desta vez com consequências fatais.
Quinze anos é muito tempo. Pilotos vão e vêm, máquinas vão e vêm, há uma enorme evolução nos carros e estes passaram a ter coisas como o motor Turbo. E em 1987, quase todos os carros tinham, apesar de se saber que no final do ano seguinte iria ser abolido graças a um regulamento da então FISA. Não sei se Stefan Johansson estava a usá-lo no seu McLaren, mas pelas imagens que foram captadas nesse dia, deveria estar com o pedal a fundo quando aquele pobre cervo entrou pela pista dentro, não dando hipótese a Johansson para que ele pudesse travar e evitar o atropelamento.
No meio do azar - animal morto, carro danificado - Johansson teve a sorte de não ter ficado ferido nesse acidente. Foi mais o susto do que as consequências, e verdade. Mas sabendo nós os efeitos que faz uma mola de um quilo na cabeça de um piloto, nem se quer imaginar o que teria acontecido se o corpo tivesse atingido em cheio a cabeça do sueco.
Talvez tenha sido isso e outros pequenos incidentes - Senna tinha atropelado um rato nos treinos - aliado à estreiteza da pista e as múltiplas carambolas na largada que provavelmente condenaram Zeltweg a ser riscado do calendário durante dez anos. Quando voltou, a velocidade ainda continuava, mas era um circuito muito diferente. A bem da segurança.
1 comentário:
Olhando as duas fotos, dá a impressão que os dois casos aconteceram no mesmo local. Pelo menos é que parece.
Sobre o cervo, Johansson teve sorte enquanto que Cristiano Da Matta, na pista de Road America, teve uma baita azar ao encontrar um pelo caminho e acertá-lo. Ficou meses no hospital, mas salvou-se.
Infelizmente voltou às comptições sem ter a mesma velocidade de sempre.
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