Cinco semanas após o seu acidente na estância de ski de Meribel, nos Alpes franceses, e no dia em que mais de duas mil fãs do piloto alemão estão em Spa-Francochamps para apoiar Michael Schumacher na sua recuperação, posso - infelizmente - afirmar que existem indícios fundamentados de que o piloto alemão está em estado vegetativo permanente. Apesar dos esforços dos médicos do Hospital Universitário de Grenoble, e apesar de ter sido colocado desde o primeiro momento em coma artificial, para evitar que o cérebro ficasse ainda mais lesionado, a equipa que segue Schumacher já chegou à conclusão de que as lesões foram bem mais extensas do que se esperava e causaram danos irreparáveis ao heptacampão do mundo de Formula 1, que fez 45 anos no passado dia 3 de janeiro.
Indo para além dos poucos comunicados oficiais, dos quais existe um muro de silêncio, pode-se ler que o mesmo padrão de noticias, em que se fala que o seu estado continua "sem alterações" e que "quaisquer noticias para além dos comunicados oficiais não poderão ser considerados", isto significa que, mesmo não dizendo nada, estão a dizer tudo. E este é um tipo de situação de que se pode entender que "no news is bad news". Nos bastidores, sabe-se que os médicos em Grenoble já chegaram à conclusão de que não vão tentar acordar do seu coma, devido à extensão e gravidade das suas lesões cerebrais sofridas no passado dia 29 de dezembro, que são muito piores do que se têm vindo a falar.
Poderia dizer que ouvi isto de uma fonte bem colocada, que conhece e falou com um dos médicos que acompanhou o caso, mas prefiro citar outra pessoa que têm acompanhado o caso de perto: Dr. Gary Hartstein. Há quatro dias, ao reagir no seu blog a uma noticia sobre o estado de saúde de Schumacher no Daily Mail - normalmente sou critico dos tablóides, mas parece que aqui eles podem ter razão - e no meio de uma longa explicação sobre o que poderá estar a acontecer em Grenoble, houve um parágrafo que fixou a minha atenção e corrobora tudo aquilo que ouvi depois. E veio de um dos médicos da equipa que segue Schumacher:
"O medico afirmou: 'não creio que evacuamos dois hematomas e está feito. Michael têm hematomas por toda parte, à esquerda, à direita, no centro'. Diabos. Sabem, o 'meio' é onde acontecem todas as coisas importantes: consciência, excitação, controle da pressão arterial, respiração, deglutição, etc. E a esquerda - bom, isso é geralmente a linguagem, etc. O neurocirurgião, intencionalmente ou não, pintou um quadro neurológico bastante catastrófico.
Primeiro, deixe-me dizer que é ALTAMENTE improvável (honestamente, até digo impossível) que o Michael que conhecemos voltará. E acho que, caso aconteça o impossivel, ele teria de ser considerado um triunfo da resistência física humana, e dos cuidados neurointensivos modernos, se Michael for capaz de voltar a andar, a alimentar-se, a vestir-se, e mantér elementos significativos da sua personalidade anterior."
Poderia dizer que ouvi isto de uma fonte bem colocada, que conhece e falou com um dos médicos que acompanhou o caso, mas prefiro citar outra pessoa que têm acompanhado o caso de perto: Dr. Gary Hartstein. Há quatro dias, ao reagir no seu blog a uma noticia sobre o estado de saúde de Schumacher no Daily Mail - normalmente sou critico dos tablóides, mas parece que aqui eles podem ter razão - e no meio de uma longa explicação sobre o que poderá estar a acontecer em Grenoble, houve um parágrafo que fixou a minha atenção e corrobora tudo aquilo que ouvi depois. E veio de um dos médicos da equipa que segue Schumacher:
"O medico afirmou: 'não creio que evacuamos dois hematomas e está feito. Michael têm hematomas por toda parte, à esquerda, à direita, no centro'. Diabos. Sabem, o 'meio' é onde acontecem todas as coisas importantes: consciência, excitação, controle da pressão arterial, respiração, deglutição, etc. E a esquerda - bom, isso é geralmente a linguagem, etc. O neurocirurgião, intencionalmente ou não, pintou um quadro neurológico bastante catastrófico.
Primeiro, deixe-me dizer que é ALTAMENTE improvável (honestamente, até digo impossível) que o Michael que conhecemos voltará. E acho que, caso aconteça o impossivel, ele teria de ser considerado um triunfo da resistência física humana, e dos cuidados neurointensivos modernos, se Michael for capaz de voltar a andar, a alimentar-se, a vestir-se, e mantér elementos significativos da sua personalidade anterior."
E é com estes fundamentos que falo sobre o que vêm a seguir. Neste momento há uma conversação entre os advogados da família Schumacher e as seguradoras. E o assunto têm a ver com o facto de Schumacher estar a esquiar fora da pista de Meribel. Em qualquer ocasião, isso seria um facto a ter em conta para que as seguradoras não accionassem os seguros de vida que Schumacher fez ao longo da sua existência, mas neste caso em particular, ambas as partes estão a conversar e a tentar chegar a um acordo neste campo.
Quando chegarem a um acordo, provavelmente nos próximos dias, existe uma de duas hipóteses: ou a família pede aos médicos para que desliguem as máquinas que suportam o ex-piloto alemão, ou o transferem para uma clínica de reabilitação algures na Alemanha, onde Schumacher passaria, provavelmente, o resto dos seus dias. A segunda hipótese é a mais provável, e pode ser isso que ambas as partes podem estar a falar.
Uma coisa é certa: apesar de ninguém dizer ou comentar ou até pronunciar tal palavra, tudo aponta para a triste conclusão de que o Schumacher que nós conhecemos, pode estar morto. Porque mesmo que acorde, as hipóteses de voltar a ser uma pessoa normal são diminutas, senão nulas.
11 comentários:
jjja deviam de ter acordado ele... infelizmente o teu artigo fala a crua verdade das coisas
Que triste.
E mais triste ainda é que a família com uma fortuna de 3.2 bilhoes ainda negocie com seguradoras sobre os seguros de vida.
Mantê-lo em estado vegetativo pelo resto de seus dias por causa de seguro de vida?
Sinceramente, espero que não.
Ótimo artigo extremamente claro, porém é triste a situação de Michael
em seu estado atual e futuro.
Muito triste...que Deus de força a familia!
Temo que o desfecho seja mesmo este. Mais do que nunca aqui está a prova que a vida é ténue e que devemos aproveita-la ao máximo, estar com a família, com a pessoa que ama-mos, mais tarde ou mais cedo tudo acaba.
Façam coisas boas para deixar o mundo um pouco melhor,e acima de tudo sejam felizes.
É realmente muito triste Camila, só para vermos o quanto o mundo perdeu os seus valores éticos e morais substituindo os pelos materiais, muito triste. ...
Infelizmente a verdade e dolorida, eu acho que deveria haver mais transparencia do caso, embora todos torçam para sua recuperação algo
pouco provavel
Há dias um neurocirurgião meu amigo dizia-me que, pelo historial publicado, admitia não haver qualquer hipótese de recuperação e que só sobreviveria ligado às máquinas, em absoluta vida vegetativa.
Sentindo que infelizmente o alemão irá trilhar o mesmo caminho de Ariel Sharon, falecido recentemente após 8 anos em coma. . .muito triste mas é o que parece ser o destino dele.
Zé Maria
Get Better soon Schumacher, from Brazil!
A realidade da vida passa por cima de todos os sentimentos e pieguices que podem levar uma família a tomar decisões erradas. Se o piloto tem seguros de vida é porque achava que os deveria ter e os fez para proteger sua família NO CASO DE PERDER SUA VIDA. se ele estava na pista esquiando ou fora da pista isso não deve estar previsto em nenhuma apólice de seguro. As seguradoras adoram efetuar seguros e receber por eles e sempre esperando nunca os ter de pagar. Cabe à família sim cobrar os seguros e se for preciso mantê-lo vivo que o faça. é sua obrigação, pois os 3,2 bilhões que ele deixou são fruto do seu trabalho e competência e se for necessário deverão ser gastos na tentativa de sua recuperação.
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