Versátil e veloz. Multiplo vencedor em várias corridas emblemáticas. Uma longa carreira do qual a Formula 1 é uma pequena parte, porque nunca foi atraído por ela. Reconhecido e respeitado pelos dois lados do Atlântico. Esse é um pequeno resumo daquilo que pode ser falado sobre o aniversariante do dia, o britânico Brian Redman. Este domingo, ele 77 anos de idade, e a gozar a reforma de uma carreira bem sucedida dno automobilismo, Redman é uma presença assídua nos eventos históricos, gozando a reforma e contando os relatos de uma carreira longa e rica. E hoje vou falar dele.
Brian Herman Thomas Redman nasceu a 9 de março de 1937 na localidade de Colne, no Lancashire britânico, Redman vinha de uma familia de pessoas que tinham enriquecido com o trabalho. O seu avô fez uma fortuna a vender esfregonas, enquanto que o seu pai era o dono de uma cadeia de supermercados na região central da Grã-Bretanha. Só na zona em que viviam, o seu pai era dono de 24 lojas. Com a fortuna familiar, Redman foi educado no Rossal School, onde tinham passado, entre outros, o escritor e criador da personagem "O Santo", Leslie Charteris, e Sir David Brown, um dos criadores da Aston Martin.
Em 1959, depois de ter cumprido o serviço militar e de ter herdado o negócio das esfregonas do seu avô, decidiu vender o negócio e ir para uma garagem, negócio de um amigo seu, navegador de ralis. Mas a ventura foi de curta duração e decidiu adquirir um Morris Minor, onde começou a correr nas "club races" um pouco pela Grã-Bretanha. Isso chamou a atenção de Charlie Bridges, que se encarregou de lhe adquirir um Jaguar XK120, para logo depois passar para um Jaguar E-Type, onde venceu 16 das 17 corridas onde participou.
Em 1966, Bridges adquiriu um Lola T70 e foram participar em corridas de Endurance Europa fora. Os seus resultados fizeram com que em 1967 lhe fosse oferecido um lugar na Formula 2, pela Red Rose Motors. Ao mesmo tempo, continuava a correr na Endurance, onde alcança a sua primeira grande vitória internacional, onde ao volante de um Ford GT40 da John Wyer e ao lado do belga Jacky Ickx, venceu as Nove Horas de Kyalami.
Isso fez com que em 1968, a Cooper lhe tenha dado um lugar na sua equipa de Formula 1. O impacto foi imediato, quando o piloto foi terceiro no GP de Espanha. Nessa altura, guiava para a Ferrari na Formula 2, depois de ter recusado guiar para eles na Formula 1. Contudo, a aventura foi de pouca dura: no GP da Belgica, no circuito de Spa-Francochamps, têm um acidente e fratura o cotovelo direito, que o coloca fora de ação para o resto da temporada. Semanas antes, porém, tinha vencido pela primeira vez a prova dos 1000 Quilómetros do mesmo circuito.
Em 1969, regressa à competição e decide apostar na Endurance, com a John Wyer, e ao lado do suiço Jo Siffert. As coisas correm-lhe bem, e uma delas é a vitória nos 1000 km de Spa, e o facto de guiar a bordo dos miticos Porsche 917, quer no Mundial de Endurance, quer de provas emblemáticas como as 24 Hortas de Le Mans. Em 1970, Redman continua a correr ao lado de Siffert e do finlandês Leo Kinnunen, e começa o ano a vencer as 24 Horas de Daytona, com o 917. Mais tarde na temporada, vence a Targa Florio ao lado de Siffert, num modelo 908/03.
No final do ano, Redman recebe uma proposta para ser o diretor comercial da Volksewagen na África do Sul e decide que seria bom retirar-se da competição internacional. Participa na Sprongbok Series e faz um "one-off" na Formula 1, com a Surtees, em Kyalami. Mas ao fim de quatro meses, cansa da sua vida, ao ver a vida daquele país sob o regime do "apartheid". Volta ao automobilismo, a pedido de John Wyer, que o quer na Targa Flório, de novo ao lado de Siffert. Contudo, a sua tentativa de defesa do título terminou cedo, quando se despistou e magoou-se sériamente. Recuperou a tempo de correr nas Nove Horas de Kyalami, a bordo de um Ferrari 512, ao lado de Clay Regazzoni, e ambos acabaram por vencer a corrida.
A vitória proporcionou-lhe um contrato a tempo inteiro com a Ferrari na temporada de 1972 da Endurance, enquanto que a McLaren o convidava para que corresse na sua equipa de Formula 1 por algumas corridas, em substituição de Peter Revson, quando o americano iria correr para os seus compromissos na IndyCar. Ali fez três corridas, conseguindo dois quintos lugares. Ainda correu na etapa final do campeonato, em Watkins Glen, ao serviço da BRM, mas não terminou.
Nessa temporada de 1972, deu à Ferrari algumas vitórias importantes, especialmente nos 1000 km de Spa-Francochamps pela quarta vez na sua carreira e ajudou a equipa a vencer o campeonato de Construtores. No ano seguinte, ao lado de Jacky Ickx, conseguiu vencer os 1000 km de Nurburgring, antes de fazer outro "one-off" na Formula 1, ao serviço da americana Shadow. Correndo na última corrida do ano, em Watkins Glen, mas acabou por ser desclassificado.
Em 1974, transferiu-se para os Estados Unidos, onde correu na Formula 5000, ao serviço da Jim Hall Racing, onde se deu muito bem, vencendo o campeonato. Iria ser o primeiro dos seus três títulos nessa competição. Mas ainda teria mais uma participação na Formula 1, onde correu pela Shadow em três Grandes Prémios, em substituição de Peter Revson, que tinha morrido durante uns testes no GP da África do Sul, em Kyalami. O melhor que conseguiu foi um sétimo lugar no GP de Espanha.
A sua carreira na Formula 1: 15 Grandes Prémios em seis temporadas (1968, 1970-74), oito pontos.
Para além da Formula 5000, Redman fez passagens pela Can-Am e pela IMSA, onde vence pela segunda vez as 12 Horas de Sebring de 1975, a bordo de um BMW. No ano seguinte, vence pela segunda vez as 24 Horas de Daytona, ao lado de um terceiro campeonato consecutivo de Formula 5000. Mas vai ser em 1977 que têm o seu maior acidente da sua carreira. Na pista de Mont-Tremblant, no Canadá, ele guiava um Lola de Formula 5000 ao serviço de Carl Haas quando perdeu o controle e bateu fortemente nos muros de proteção. Com fraturas nas costelas, pescoço, esterno e um traumatismo craniano, ficou fora de ação por nove meses, mas quando regressa, no inicio de 1978, ele vence as 12 Horas de Sebring ao volante de um Porsche 935.
A carreira continua nos anos 80, com ele a passar para a Endurance, mais concretamente a americana IMSA, e em 1981, vence o campeonato, depois de começar o ano com uma vitória nas 24 Horas de Daytona. Para além disso, corre no Mundial de Sport-Protótipos, onde nunca consegue vencer em Le Mans. A sua última temporada competitiva será de 1989, onde têm 52 anos de idade e corre ao serviço da Aston Martin.
No inicio dos anos 90, Redman ajuda a montar uma equipa de Formula 3000, a Redman-Bright, mas sem grandes resultados. A partir dali, envolveu-se em corridas históricas nos Estados Unidos, e em 2002, a sua carreira foi reconhecida pela Motorsports Hall of Fame, onde o seu nome foi inscrito.
P.S: Não quero deixar de agradecer ao Rui Amaral Lemos Jr. por me ter arranjado uma das fotos do Brian Redman que ilustram este post. Foi uma contribuição inesperada do qual não quero deixar de passar em claro.
No final do ano, Redman recebe uma proposta para ser o diretor comercial da Volksewagen na África do Sul e decide que seria bom retirar-se da competição internacional. Participa na Sprongbok Series e faz um "one-off" na Formula 1, com a Surtees, em Kyalami. Mas ao fim de quatro meses, cansa da sua vida, ao ver a vida daquele país sob o regime do "apartheid". Volta ao automobilismo, a pedido de John Wyer, que o quer na Targa Flório, de novo ao lado de Siffert. Contudo, a sua tentativa de defesa do título terminou cedo, quando se despistou e magoou-se sériamente. Recuperou a tempo de correr nas Nove Horas de Kyalami, a bordo de um Ferrari 512, ao lado de Clay Regazzoni, e ambos acabaram por vencer a corrida.
A vitória proporcionou-lhe um contrato a tempo inteiro com a Ferrari na temporada de 1972 da Endurance, enquanto que a McLaren o convidava para que corresse na sua equipa de Formula 1 por algumas corridas, em substituição de Peter Revson, quando o americano iria correr para os seus compromissos na IndyCar. Ali fez três corridas, conseguindo dois quintos lugares. Ainda correu na etapa final do campeonato, em Watkins Glen, ao serviço da BRM, mas não terminou.
Nessa temporada de 1972, deu à Ferrari algumas vitórias importantes, especialmente nos 1000 km de Spa-Francochamps pela quarta vez na sua carreira e ajudou a equipa a vencer o campeonato de Construtores. No ano seguinte, ao lado de Jacky Ickx, conseguiu vencer os 1000 km de Nurburgring, antes de fazer outro "one-off" na Formula 1, ao serviço da americana Shadow. Correndo na última corrida do ano, em Watkins Glen, mas acabou por ser desclassificado.
Em 1974, transferiu-se para os Estados Unidos, onde correu na Formula 5000, ao serviço da Jim Hall Racing, onde se deu muito bem, vencendo o campeonato. Iria ser o primeiro dos seus três títulos nessa competição. Mas ainda teria mais uma participação na Formula 1, onde correu pela Shadow em três Grandes Prémios, em substituição de Peter Revson, que tinha morrido durante uns testes no GP da África do Sul, em Kyalami. O melhor que conseguiu foi um sétimo lugar no GP de Espanha.
A sua carreira na Formula 1: 15 Grandes Prémios em seis temporadas (1968, 1970-74), oito pontos.
Para além da Formula 5000, Redman fez passagens pela Can-Am e pela IMSA, onde vence pela segunda vez as 12 Horas de Sebring de 1975, a bordo de um BMW. No ano seguinte, vence pela segunda vez as 24 Horas de Daytona, ao lado de um terceiro campeonato consecutivo de Formula 5000. Mas vai ser em 1977 que têm o seu maior acidente da sua carreira. Na pista de Mont-Tremblant, no Canadá, ele guiava um Lola de Formula 5000 ao serviço de Carl Haas quando perdeu o controle e bateu fortemente nos muros de proteção. Com fraturas nas costelas, pescoço, esterno e um traumatismo craniano, ficou fora de ação por nove meses, mas quando regressa, no inicio de 1978, ele vence as 12 Horas de Sebring ao volante de um Porsche 935.
A carreira continua nos anos 80, com ele a passar para a Endurance, mais concretamente a americana IMSA, e em 1981, vence o campeonato, depois de começar o ano com uma vitória nas 24 Horas de Daytona. Para além disso, corre no Mundial de Sport-Protótipos, onde nunca consegue vencer em Le Mans. A sua última temporada competitiva será de 1989, onde têm 52 anos de idade e corre ao serviço da Aston Martin.
No inicio dos anos 90, Redman ajuda a montar uma equipa de Formula 3000, a Redman-Bright, mas sem grandes resultados. A partir dali, envolveu-se em corridas históricas nos Estados Unidos, e em 2002, a sua carreira foi reconhecida pela Motorsports Hall of Fame, onde o seu nome foi inscrito.
P.S: Não quero deixar de agradecer ao Rui Amaral Lemos Jr. por me ter arranjado uma das fotos do Brian Redman que ilustram este post. Foi uma contribuição inesperada do qual não quero deixar de passar em claro.
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