Quando em 1979, Patrick Depailler tinha-se transferido da Tyrrell para a Ligier, tinha-se liberto de uma clausula no contrato que o impedia de experimentar coisas mais radicais como um carro de Formula 1. Ken Tyrrell tinha o proibido depois do incidente que sofreu em setembro de 1973 e que o impediu de alinhar em duas corridas nessa temporada no terceiro carro da marca.
Mas sem ele por perto, poderia voltar a experimentar coisas novas no Puy de Dôme, não muito longe da sua Clermond-Ferrand natal. E por esses dias, experimentava asa-delta (na primeira foto, com o seu filho atrás), um desporto radical indicado para pessoas como ele. E enquanto o experimentava, a sua temporada na Ligier estava a ser de sonho, com um segundo lugar no Brasil e uma vitória em Espanha, na frente dos Lotus de Carlos Reutemann e Mário Andretti, que experimentava naquela pista o radical Lotus 80. E como tinha acontecido no Mónaco, no ano anterior, ele sairia de Jarama no comando do campeonato, embora empatado com o Ferrari de Gilles Villeneuve.
A corrida do Mónaco, local onde ele fora o vencedor no ano anterior, foi caótica, com o seu ex-companheiro de equipa a causar estragos no pelotão, eliminando alguns pilotos, fazendo até estragos nele mesmo, fazendo-o cair até ao fundo da tabela, mas recuperando até ao quinto posto, e conseguindo pelo meio a volta mais rápida.
Com um mês de férias até Dijon - a corrida sueca tinha sido cancelada - Depailler foi descontrair-se para a sua terra natal e experimentar asa-delta. Contudo, uma das suas viagens terminou muito mal, quando ventos contrários o empurraram para as rochas, fraturando uma das pernas e o tornozelo da outra (como podem ver na segunda foto), mais ou menos no mesmos locais onde as fraturou em 1973. Irado, Guy Ligier despediu-o - foi substituído por Jacky Ickx - e Depailler pensava que a sua carreira tinha acabado por ali.
Contudo, ainda havia quem acreditasse nele. No final de 1979, a Alfa Romeo estava a fazer o seu regresso à Formula 1, depois de 28 anos de ausência. A aventura era essencialmente sustentada pela Autodelta, a preparadora de Carlo Chiti, que tinha sido bem sucedida desde o final da década anterior com o T33 de Endurance. Tinham contratado o jovem Bruno Giacomelli, mas consideravam que precisavam de um piloto mais experiente e que soubesse devidamente desenvolver o carro até ao ponto de brigar com Ferrari, Renault, ou Ligier. A temporada de 1980 iria ser interessante, e Depailler sabia que lhe tinham dado mais uma chance na Formula 1.
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