Chris Amon, a bordo do Tyrrell 006, durante o fim de semana de Mosport, no Canadá, a penúltima corrida da temporada de 1973. O piloto neozelandês andou parte da temporada na Tecno, mas nas duas corridas do ano andou na equipa de Jackie Stewart e Francois Cevért, mas ele foi a segunda escolha, porque a primeira era a de Patrick Depailler.
A razão porque ele não foi? Tinha-se lesionado a fazer motocross algumas semanas antes.
Depailler era adepto de desportos radicais à volta da sua Clermont-Ferrand natal. Fazia motocross, asa delta e quando tinha praia por perto, praticava mergulho. Para terem uma ideia, as suas últimas férias tinham sido nos Açores, a praticar mergulho.
Nessa temporada de 1973, Depailler tinha andado na Formula 2 europeia, onde acabou no terceiro lugar do campeonato, sendo batido por Jean-Pierre Jarier e Jochen Mass, com uma vitória em Hockenheim. A chamada da Tyrrell poderia ser encarado como uma recompensa pela temporada que tinha feito, e ainda por cima, a equipa tinha ganho o campeonato de pilotos com Stewart.
Contudo, por essa altura, falava-se imenso sobre se o piloto escocês iria ou não abandonar nessa temporada. E quem o iria substituir. A Elf queria um francês na equipa, apesar de ter Cevért como piloto, mas havia outros candidatos, como o sul-africano Jody Scheckter. Quando Depailler caiu da sua moto, fraturando as duas pernas, parecia que essa chance tinha escapado.
Contudo, o destino consegue ser algo bem estranho. Depailler julgava que a sua chance na Formula 1 tinha escapado - tinha 29 anos nessa altura - e não iria ter outra tão cedo. Mas a 6 de outubro de 1973, tudo mudou: Francois Cevért sofre um acidente fatal quando treinava para o GP americano, e Ken Tyrrell precisava de um substituto. E o seu patrocinador, a Elf, queria um piloto francês.
Em dezembro de 1973, Depailler entrava com dificuldade num modelo 006 para se adaptar ao carro. O teste correu bem e e ao fim de algum tempo, Depailler fica com o lugar de piloto efetivo para 1974, e iria fazer uma temporada inteira, como tanto queria. Mas o velho lenhador decidiu colocar uma clausula no seu contrato: controlar as suas atividades de lazer. Não haveria motocross ou outras atividades radicais enquanto fosse piloto da sua equipa.
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