Há precisamente 30 anos, em Paul Ricard, Elio de Angelis tentava o impossível para fazer melhorar o modelo Brabham BT55, depois de um dificil inicio de temporada. Depois de seis temporadas na Lotus, que sairia no final da temporada anterior em atrito com Ayrton Senna, De Angelis, então com 28 anos, tentava prosseguir a sua carreira numa Brabham que estava a tentar algo novo, algo radical com o modelo desse ano, desenhado por Gordon Murray.
De Angelis não era para estar ali. Quem estava inicialmente escalado para aquele teste tinha sido o seu companheiro de equipa, Riccardo Patrese, mas De Angelis pediu para testar, para ver se conseguia melhorar a performance daquele carro, que sofria também com o motor BMW de quatro cilindros em linha, e com o sistema de transmissão, que era demasiado frágil e quebrava constantemente.
Contudo, a meio dessa sessão de testes, o carro de De Angelis perdeu o controle na rápida zona de Verriere - a asa traseira cedeu - o carro ficou de cabeça para baixo, fora de pista, saltando até dos rails de proteção, devido ao impacto do carro nas barreiras. O carro pegou fogo... e não havia muitos comissários de pista ou serviços de emergência, pois não era fim de semana de Grande Prémio. Tanto que alguns pilotos, como Nigel Mansell e Alan Jones, ajudaram a tirá-lo dos destroços do seu carro.
Os socorros demoraram cerca de maia hora para chegar, e outro tanto para levá-lo para Marselha. Mas lá, disseram que tinha sofrido extensos danos cerebrais, que revelaram ser fatais para o jovem piloto de Roma. A sua morte foi declarada no dia seguinte, aos 28 anos de idade.
Murray contou depois que foi o acidente de De Angelis que fez com que abandonasse a Brabham. E muitos também afirmam que foi por causa disso que Bernie Ecclestone decidiu vender a sua equipa no final desse ano, não sem antes tirar de cena por um ano, em 1988, com o final dos motores Turbo. A Brabham aguentaria até 1992, desaparecendo da Formula 1, e Murray tentou a sua sorte na McLaren. Foi por causa das lições do BT55 que Murray desenhou dois anos depois o MP4/4, que muitos consideram como o melhor carro de todos os tempos. Mas o preço a pagar foi bem alto.
1 comentário:
O campeonato de Fórmula 1 de 1986 seria a primeira vez que a Brabham teria pilotos italianos: 7-Riccardo Patrese e 8-Elio de Angelis.
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