Japão é um lugar especial, com o seu quê de exótico e estranho. E Suzuka, situado no meio da ilha de Honshu, a principal do arquipélago nipónico, não muito longe de Nagoya, tornou-se num dos centros do automobilismo por lá, a par de Fuji. E ambos têm algo interessante: pertencem a marcas. Suzuka é um circuito da Honda, enquanto Fuji é uma pista da Toyota.
Mas as grandes provas internacionais, que acontecem sempre neste inicio de outono, tem uma particularidade: quase sempre têm mau tempo a acompanhá-los. E este ano não foi excepção. Pior, desde há uma semana que sabíamos que um tufão vinha a caminho. O Hagibis tinha sido declarado como um dos piores em sessenta anos, e se passasse por Honshu, poderia passear por Suzuka no sábado, afectando tudo o que poderia afetar em relação ao Grande Prémio. E quando se viu que o tufão iria passar por ali, a FIA e a Liberty Media foram radicais: não haveria atividades. Tudo adiado para domingo de manhã, como tinha acontecido em 2004 e 2010.
Com esse adiamento, domingo tornou-se no lugar onde tudo iria acontecer, tudo compacto, quase um pouco como costuma ser a Formula E. Só que aqui, as razões foram de força maior e não porque todos acharam que fazer tudo num só dia seria mais económico. E também fico sempre a pensar: porque razão as corridas no Japão tem de ser sempre no final de setembro, inicio de outubro, que é em plena época dos tufões no Pacífico?
Mas na manhã de um domingo muito movimentado, um céu azul de outono recebia toda a gente. Contudo, logo no inicio do treino, já havia uma bandeira vermelha graças a Robert Kubica, que se tinha acidentado na reta da meta, danificando o carro e dando aos mecânicos pouco mais de quatro horas para reparar tudo.
Alguns minutos depois, a qualificação regressava com os primeiros tempos a serem marcados, mas de repente... nova bandeira vermelha, com Kevin Magnussen a bater no muro antes da meta por causa de uma rajada de vento, que o desequilibrou e bateu. Ele continuou, mas a bandeira vermelha tinha sido accionada. Pelo menos, o fundo da grelha tinha já estes dois pilotos.
Pouco depois, a qualificação voltou, e todos com moles, eles marcaram os primeiros tempos. Valtteri Bottas e Lewis Hamilton conseguiram tempos modestos, com Charles Leclerc na frente de Max Verstappen, 1.28,405, com Sebastian Vettel na frente de um surpreendente Carlos Sainz Jr. Bottas e Hamilton voltaram à pista, melhoraram, mas não ficaram no topo da tabela de tempos.
Atrás, entre os que poderiam fazer companhia a Kubica e Magnussen, George Russell era o candidato principal, enquanto o Renault de Daniel Ricciardo ficou de fora, acompanhado pelo Racing Point de Sergio Perez.
No Q2, quase tudo na mesma: os pilotos a calçarem pneus moles e a marcarem tempos. Lewis Hamilton conseguia ser o melhor, quase quatro centésimos na frente de Sebastian Vettel, e com Charles Leclerc logo atrás. Contudo, os pilotos queixavam-se do vento e do facto de terem dificuldades em aquecer os pneus. Na segunda parte, o grande problema foi Nico Hulkenberg, que tinha problemas com a caixa de velocidades, que não funcionava, e teve de voltar às boxes. E pouco depois, Alex Albon conseguiu meter-se entre os Mercedes e os Ferrari, num inesperado terceiro tempo.
No final, quem ficou de fora, para alem do alemão da Renault, ficaram os Alfa Romeo de Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi, o Toro Rosso de Daniil Kvyat e o Racing Point de Lance Stroll.
Agora, para a Q3, os pilotos continuavam com os moles calçados, e o primeiro a marcar foi Bottas, com 1.27,696, antes dos Ferrari melhorar, com Vettel a fazer 1.27,212, e Max Verstappen a ser apenas quinto, mais de sete centésimos melhor.
A fase final, decisiva, deu as quatro primeiras linhas monopolizadas. A Ferrari, desta vez com Sebastian Vettel a bater Charles Leclerc, na frente dos Mercedes, com Bottas a ficar na frente de Hamilton. Red Bull ficou com a terceira fila, e ambos os pilotos fizeram... o mesmo tempo. E depois os McLaren, com Sainz na frente de Lando Norris.
A primeira parte estava feita, agora era a segunda parte, dali a umas horas.
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