domingo, 27 de outubro de 2019

Formula 1 2019 - Ronda 18, México (Corrida)

Este iria ser o dia de mais campeões do mundo, se tudo corresse bem. A Cidade do México até tem tradições de entrega de títulos, alguns mais dramáticos que outros. Já lá vão os tempos em que o Autódromo Hermanos Rodriguez tinha um asfalto tão horrível que os pilotos sofriam com ele, por muito moles que tivessem as suspensões.

Mas depois da qualificação, a grande polémica foi os eventos do momento em que Valtteri Bottas bateu forte na Peraltada no momento em que tentava marcar uma volta rápida. Alguns pilotos levantaram o pé, com a notável excepção de Max Verstappen, que acelerou e marcou um tempo que melhorou a sua pole-position. Os comissários decidiram penalizá-lo com a perda de três posições, e a razão nem foi tanto ele ter desacelerado. Foi um pouco a sua arrogância, quando disse que, mesmo com a anulação do tempo que tinha marcado, seria pole na mesma. Para o fazer calar, foi-se ao espírito da lei: castiga-se o infrator, mesmo que não seja na letra da lei.

Assim sendo, mais uma vez, Charles Leclerc iria partir do primeiro posto, num monopólio da Ferrari. Mas a reta era longa, e tudo era possível, apesar da potência do Ferrari em reta. E neste domingo, o céu estava nublado, mas as nuvens não ameaçavam chuva. Os pilotos das três primeiras equipas tinham médios, com ideias de ir às boxes por duas vezes.

A partida começou com os Ferrari a conseguirem largar bem, graças aos motores. Atrás, Verstappen e Lewis Hamilton ficam engolidos pelo pelotão, com ambos a saírem da pista na curva 2, com o maior beneficiário a serem Alex Albon e Carlos Sainz Jr, terceiro e quarto. No final da primeira volta, o Safety Car Virtual entrava por causa de destroços na pista. Mas ninguém ia para as boxes para trocar algo nos seus carros. Hamilton tinha caído para quinto, mas quando a bandeira verde foi novamente agitada, Hamilton conseguiu passar o espanhol da McLaren e foi atrás do tailandês da Red Bull.

Na quarta volta, o piloto holandês passou Bottas, mas logo depois, na manobra, cortou o pneu traseiro direito e ficou uma volta inteira a arrastá-lo até às boxes, deitando fora a sua corrida. Trocou para duros, mas agora a vitória seria pontuar. E quem tinha macios, estava aflito: Daniil Kvyat ia às boxes na volta 10, e trocou para médios. Três giros depois, Lando Norris foi trocar de pneus... e um deles não foi apertado. Foi empurrado, corrigiram o erro, mas a corrida dele acabou por ali, o que é pena.

Na frente, Leclerc ia-se embora, com Vettel a ser assediado por Alex Albon pelo segundo posto, enquanto Hamilton não conseguia apanhar o anglo-tailandês da Red Bull. Albon foi às boxes na volta 15, ficando com médios, provavelmente para fazer duas paragens. Na volta seguinte, foi a vez de Leclerc, com médios calçados, com poucos a colocarem duros.

Na frente, Vettel e Hamilton aguentavam-se com os médios, e cada um deles tinham desgastes nos seus pneus traseiros. Na volta 23, Hamilton trocou para andar de duros, tentando ver se consegue chegar até ao fim com eles. Vettel ficou mais tempo na pista, pensando na estratégia para superar Hamilton com os mesmos pneus duros.

E na volta 30, Verstappen conseguiu passar Sainz Jr e entrar nos pontos. O objetivo mínimo tinha sido alcançado, mas provavelmente não muito mais do que isso.

Por fim, Bottas parou na volta 35, para meter duros e ficar até ao fim da prova, com Vettel a reagir na volta seguinte, colocando os mesmos duros e indo até ao fim. Leclerc era o lider, mas ele era provável que fosse parar uma segunda vez, pois tinha médios. O alemão estava na pista atrás de Albon, mas na frente de Bottas.

E com isto, as coisas acalmaram-se. Era agora uma corrida de desgaste, para saber se as estratégias compensavam ou não. Hamilton tinha medo de saber se teria de ir de novo às boxes, porque tinha ido 15 voltas antes de Bottas e Vettel, e com eles mais frescos, poderiam apanhá-lo. Mas esses pneus eram bons e eficazes a altas temperaturas.

Mas na volta 43, Leclerc parou de novo... e não correu muito bem. 6,3 segundos e com isso, Hamilton liderava, com Albon em segundo e Vettel terceiro. Albon reagiu e trocou para duros, para ir até ao fim. Em contraste, fez a paragem em 1,9 segundos. Agora, Hamilton tinha 3,2 segundos de vantagem sobre Vettel. Bottas era terceiro, e agora a diferença era de 74 pontos, insuficiente para comemorar o hexa no México. Contudo, nas voltas seguintes, Hamilton começava a ver Vettel e Bottas aproximarem-se, e a situação era assim na volta 50, quando Ricciardo parou, por fim nas boxes. Ao mesmo tempo, Lando Norris parava de vez na corrida.

Na parte final da corrida, Mercedes e Ferrari aproximaram-se um ao outro, com todos calçando pneus duros. Cinco segundos separavam os quatro primeiros no final da volta 58, a treze do final, e a tensão estava a ficar cada vez mais alta. E ainda com Hamilton a ter pneus mais duros por mais tempo, ainda aguentava Vettel e conseguia por vezes afastar-se do alemão.

Na volta 70, todos agitaram-se no circuito quando Ricciardo tentou passar Perez pela sétima posição, acabando com o australiano da Renault a seguir em frente, depois da travagem queimada. O mexicano aguentava-se, mas Ricciardo prometia voltar ao ataque.

Contudo, apesar das ameaças, tudo acabou desta forma: Hamilton foi o vencedor, com Vettel e Bottas atrás, iriam subir ao pódio. Lelcerc era quarto, com Albon na frente de Verstappen - o que poeria ter feito se não tivesse borrado a pintura? - e Perez a aguentar Ricciardo, dando um momento de alegria aos locais. No final, haveria festa como só os mexicanos sabem fazer, mas o campeonato, esse, aparentemente, ficaria adiado para Austin. Mas também... é só mais uma semana.

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