A história de Giancarlo Baghetti na Formula 1 foi a história de um arranque de sonho, e um chassis que ficou nas mãos de uma organização automobilística local, a Federazione Italiana Scuderie Automobilistiche (FISA) e a escolha de alguns donos de equipas independentes num piloto que achavam ser bom para o desafio de correram na categoria máxima do automobilismo. Baghetti tinha talento, mas não era o "next big thing".
Contudo, no inicio de 1961, dois donos de equipa, Albino Buttichi e e Lucien de Sanctis, deram a chance a Baghetti, com o objetivo de correr em algumas provas extra-campeonato em Itália, como o GP de Siracusa e o GP de Nápoles. Baghetti é inscrito para ambas as corridas e acaba por vencer. As coisas correm bem e pensam na ideia de se inscreverem no GP de França, que nesse ano, era no veloz circuito de Reims. Mas a concorrência é enorme: de 26 carros, quatro deles Ferrari, ele é o pior deles, porque o seu motor, um V6 de 60 graus de ângulo, era dez cavalos menos potente que os carros de fábrica. Mas foi isso que o salvou.
A razão? Os motores não aguentaram a potência no veloz circuito francês, e um por um, acabaram encostados com problemas de motor ou de pressão de óleo. Phil Hill acabou por chegar ao fim, mas a duas voltas do vencedor e num pálido nono lugar, fora dos pontos.
Sem os oficiais, virou-se para o oficioso. Um Ferrari contra os carros oficiais da Porsche, Lotus, Cooper ou BRM. E o que dá mais luta e Dan Gurney, que já tinha corrido na Ferrari e queria dar à marca alemã a sua primeira vitória. Na volta 41, depois de Hill ter-se atrasado e Ginther desistido, era a vez de Baghetti ficar com a liderança, lutando contra os Porsche de Gurney e do sueco Jo Bonnier. A batalha foi dura, e a liderança troca entre eles, volta a volta, e acabou no final com ambos os carro um atrás do outro, depois de Bonnier se atrasar. pouco mais de um centésimo de segundo, mas a Ferrari conseguia ali a sua terceira vitória consecutiva. E Baghetti algo que só dois pilotos tinha, conseguido antes, e ninguém depois: vencer na sua primeira corrida de Formula 1.
Contudo, a carreira não correspondeu a aquele estrondoso cartão de visita. De facto, tornou-se piloto oficial da Ferrari, mas no final de 1962, sai da equipa e segue para a ATS, a Automobilis Turismo e Sport, feito por dissidentes da Scuderia. É um fracasso, e a sua carreira termina discretamente em 1967, depois de passagens por equipas privadas. Muito longe do que tinha feito em Reims, há precisamente 60 anos.
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