terça-feira, 12 de outubro de 2021

A doença de um e a oportunidade de outro


O melhor título para isto poderia ser "Negacionismo ou como a doença de um é a oportunidade de outro". Neste caso, um português na Formula 1. Como é sabido, Bruno Correia andou a guiar o Medical Car no fim de semana do GP da Turquia, em Istambul, devido ao facto do sul-africano Alan Van der Merwe e o dr. Ian Roberts terem apanhado o CoVid-19 e não poderem estar presentes. 

Contudo, a polémica subiu de tom quando o próprio condutor disse que não tinha apanhado a vacina por opção própria, o que causou indignação nas redes sociais, acusando-o de ser negacionista. Ainda por cima, a guiar o carro médico, parece ser irónico... 

Contudo, mesmo que Van der Merwe se reestabeleça, há obstáculos no seu caminho: é que a Formula 1 irá acabar a competição na Península Arábica, ou seja, Qatar, Arábia Saudita e Abu Dhabi, e estes têm restrições de entrada para estrangeiros. A prova de vacinação é atualmente necessária para a entrada no Qatar e na Arábia Saudita, e é entendido que também será necessária para o acesso à zona vermelha/zona de Paddock em Abu Dhabi. Assim, Van der Merwe não poderá ser o piloto do Medical Car nas últimas provas do ano, sendo que a vaga, pela lógica, poderá ser preenchida pelo piloto português, caso não tenha quaisquer compromissos, já que é piloto do Safety Car nas provas da Formula E. 

Já agora, também até ao final da temporada, o lugar do Dr. Ian Roberts vai ser preenchido pelo italiano Dr. Bruno Franceschini.


O diretor da corrida da FIA, Michael Masi, confirmou que as restrições impedirão algum pessoal de Formula 1 de viajar para essas corridas.

Pelo que sabemos, há um par de países que provavelmente não serão autorizadas entradas no país, a menos que as pessoas sejam vacinadas”, disse ele, em declarações ao Autosport.com. “O que não é diferente de, chamemos-lhe nalgumas partes do mundo, da obrigatoriedade de vacinas contra a malária em certas partes do mundo. É preciso cumprir esses requisitos para entrar no país. E, dessa perspetiva, a FIA tem obviamente de respeitar os requisitos do país para entrar, e assim como todas as equipas e todos os outros, O positivo é ter falado várias vezes com Alan e Ian [Roberts, médico da FIA] durante o fim-de-semana que eles estão relativamente bem, e que ambos estiveram disponíveis todo o fim-de-semana ao telefone, ou o que quer que seja necessário para ajudar o Dr Bruno [Franceschini] e o Bruno [Correia] na sua aclimatação a este mundo.”, concluiu.

Masi destacou que os membros da FIA dos vários campeonatos trabalham habitualmente em conjunto e que várias vezes ajudam na Formula 1 pelo que a adaptação é feita de forma rápida e sem grandes sobressaltos. 

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