segunda-feira, 11 de outubro de 2021

A polémica da decisão de Hamilton em parar (ou não)


A grande discussão pós-Istambul tem a ver com o estado dos pneus de Lewis Hamilton após o GP turco, onde os seus intermédios estavam definitivamente carecas, sem capacidade para serem eficazes em pista e colocando até em causa a sua capacidade de ir até ao fim com o mesmo jogo de pneus. A fotografia de Karun Chandhok, que o colocou no Twitter, mostrava que aqueles pneus não estavam em condições e iria perder tempo na parte final. E o seu "timing", a oito voltas do final, fez perder um pódio relativamente certo e pontos na luta contra Max Verstappen, que agora é o novo líder do campeonato, cinco pontos à frente dele.

Como era sabido, quando Hamilton parou na volta 50, depois das conversas via rádio, tinha 11 segundos de vantagem para Charles Leclerc e Sergio Perez, os dois pilotos que acabou por ser batido antes da paragem, mas o engenheiro da Mercedes Andrew Shovlin diz que a equipa receava que o piloto perdesse mais posições sem trocar de pneus. 


Esteban perdeu mais dois segundos nesse curto espaço de tempo até ao fim, e é aí que corre mal. Por isso, vamos verificar novamente, mas temos a certeza de que teríamos perdido esses dois lugares, se não estivéssemos em risco de perder mais”, começou por afirmar, citado pelo site Racefans.net.

Quando vimos Charles a perder [tempo] no Ferrari, podia-se ver que acontecia muito rapidamente. Tínhamos começado a ver Lewis a perder tempo, de qualquer maneira. Nos dados, de repente vimos que aqueles lugares que íamos perder ao fazer a paragem, íamos perder de qualquer maneira na corrida, para Perez e para Charles. E havia mesmo um risco que crescia se começasse a acentuar a curva da perda de tempo. Portanto, foi realmente apenas um caso de cortarmos as nossas perdas e não ficarmos demasiado gananciosos”.

Entretanto, o novelo sobre a contestação de Hamilton foi tal ao longo do resto de domingo que esta segunda-feira, ele foi às redes sociais explicar o sucedido.

"Bom dia, mundo. Eu vi algumas das notícias hoje e acho que exageraram a respeito do que aconteceu ontem em relação à paragem nas boxes [do GP da Turquia]. Não é correto dizer que fiquei furioso com minha equipa.", começou por dizer, nas sua conta no Instagram. "Enquanto equipa, trabalhamos duro para montar as melhores estratégias possíveis, mas conforme a corrida avança, você precisa tomar decisões rápidas com diversos fatores em constante mudança. Ontem nós decidimos ficar o máximo possível na pista com a esperança de que fosse secar [e só aí parar por pneus slick], mas não secou. Eu queria arriscar e ir até o fim, mas foi minha decisão de ficar na pista até aquele momento, só que não funcionou.", continuou.

"No final, decidimos pela parada, a decisão mais segura. Vivendo e aprendendo. Ganhamos e perdemos juntos. Nunca esperem que eu seja calmo e educado no rádio nas corridas. Somos muito apaixonados e, no calor do momento, essa paixão pode extravasar, como acontece com todos os pilotos. Meu coração e minha alma estão na pista. Foi essa paixão que me trouxe até aqui. E toda e qualquer irritação é rapidamente deixada de lado quando conversamos. Já estou de olho na próxima corrida. Hoje é mais um dia para renascer como equipa", concluiu.


A seis provas do final do campeonato, todos os pontos contam, e qualquer decisão contará para um campeonato que é um dos mais equilibrados da última década, ao nível de 2012 e 2016.

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