domingo, 9 de janeiro de 2022

A imagem do dia


Há precisamente 45 anos, a Formula 1 enfrentava o calor sul-americano, mais concretamente em paragens argentinas. E se todos ficavam espantados com Jody Scheckter, que tinha conseguido uma inesperada vitória ao serviço do seu Wolf, no primeiro triunfo oficial... na primeira corrida oficial da marca na categoria máxima do automobilismo, naquela corrida houve também alguns resultados inesperados naquele calor argentino. 

E um deles foi o quarto posto de Emerson Fittipaldi, no seu próprio carro, o melhor resultado da equipa, até então. Precisamente dois anos depois da sua estreia na Formula 1, e um ano depois de terem conseguido fazer com que Emerson embarcasse na aventura familiar. 

O FD04 era, por incrível que pareça, já tinha um ano e evoluiu ao longo dessa temporada de 1976, onde conseguiu pontuar nas corridas de Long Beach, Mónaco e Brands Hatch, todos no sexto posto. Mas também foi ali que alcançaram o ponto mais baixo, ao não conseguirem se qualificar para o GP da Bélgica. E de quando em quando, um segundo chassis era entregue a Ingo Hoffmann para tentar a sua sorte na Formula 1. Das seis ocasiões em que andou no pelotão, não conseguiu qualificar-se em três.

Mas na Argentina, a Fittipaldi alinhou com os dois carros. Com 21 carros inscritos, os carros ficaram na parte final do pelotão: Emerson foi 15º na grelha, Ingo ficou cinco lugares mais abaixo. E com o calor que se fazia, o grande desafio de ambos era chegar ao fim, numa corrida com 53 voltas. Ali, foi o seu ritmo que foi superior ao de boa parte do pelotão, e aproveitava os abandonos para subir na classificação. Na volta 30, quando James Hunt desistiu, já estava nos pontos. Por essa altura, já Ingo tinha desistido, vitima de um motor rebentado.

A partir dali, tinha igualado o seu melhor resultado na equipa, mas quando Clay Regazzoni teve problemas e atrasou-se, fazendo-o subir ao quinto posto. A partir dali, era o melhor posto de sempre, numa altura em que outro brasileiro estava na frente: José Carlos Pace, no seu Brabham. Mas ali, o calor era forte, e o piloto não estava pronto para aguentar o ritmo, e atrás, Jody Scheckter andava bem no seu Wolf. A seis voltas do final, ele passa Pace e fica com a liderança, enquanto Emerson olhava aos espelhos para ver onde parava o Ferrari de Carlos Reutemann, que se atrasara devido a problemas no seu carro. 

As voltas finais foram uma montanha-russa. É que Emerson esteve muito perto de um pódio. Quando na volta 51, Mário Andretti teve problemas no seu Lotus, acabando por parar, o terceiro lugar poderia ser seu. Mas Reutemann estava mais rápido e conseguiu passar o brasileiro, para gaudio dos locais. E a ideia do primeiro pódio para a Copersucar... não aconteceu. Por pouco. E poderia ter feito companhia a Pace, e secundarem um inesperado carro - mas não um piloto - no circulo dos vencedores.

Mas o objetivo estava alcançado: tinham sobrevivido ao calor, e pelo meio, conseguiam o melhor resultado até então na equipa.

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