Nos anos 70, a Formula 1 ia para a América do Sul para fugir do inverno boreal. A temporada acabava no inicio do outono na América do Norte, regressavam à Europa para passar parte do inverno, e quando nevava bastante, metiam-se no avião, e iam apanhar sol na América do Sul. Nomeadamente a Argentina e o Brasil, que por essa altura do ano, boa parte das pessoas nesses países passavam férias na praia.
E em 1979 não era exceção. Logo no inicio de janeiro, iam primeiro a Buenos Aires, e logo depois, São Paulo, num tour que só acabava em março quando iam à África do Sul, no circuito de Kyalami. E entre algumas transferências dignas desse nome - Jody Scheckter na Ferrari, John Watson na McLaren, Carlos Reutemann na Lotius, Patrick Depailler na Ligier, James Hunt na Wolf, entre outros - a ida de Nelson Piquet para a Brabham não era relevante porque ele já tinha corrido no terceiro carro da equipa na corrida anterior, em Montreal.
E ele tinha o BT46 porque nessa mesma corrida, com o flat-12, porque Niki Lauda iria estrear o BT48, que tinha o novo Alfa Romeo de 12 cilindros, construído em tempo recorde, para tentar ficar na frente dos carros com motor Cosworth e efeito-solo.
Contudo, este viria a ser a última corrida de Piquet nesse carro. Aliás, a sua prova acabou ainda antes do final da primeira volta. Quando o pelotão passou pelo S del Siervo, pouco mais de um quilómetro da linha de partida, este se envolveu numa carambola, acabando com sete carros eliminados e o recomeço da corrida. O carro de Piquet foi o que ficou em pior estado, apesar de, por exemplo, o de Arturo Merzário tenha ficado com as asas arrancadas, ou o Ferrari de Scheckter ter ficado sem a parte traseira. É que o Brabham tinha batido em frente e esta ficou destruída, sem as rodas dianteiras. E ele ficara magoado dos tornozelos, porque era uma parte exposta em caso de acidente.
A partir do Brasil, ele iria usar o BT48.
Quanto ao resto, foi sem história: um duelo entre os Ligiers, primeiro Patrick Depailler, depois Jacques Laffite, dando a segunda vitória da história à equipa francesa, parecendo que poderiam ser os com melhores chassis, ainda por cima, nesse ano tinham trocado os Matra de 12 cilindros pelos mais pragmáticos Cosworth de 8 cilindros. Afinal de contas, o patrão, Guy Ligier, correu por muitos anos pela Ford France...
E há 45 anos, terminava a pequena passagem do piloto brasileiro por um dos chassis mais interessantes desenhados por Gordon Murray.
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