Perante 78 voltas, mesmo num dia de primavera como este, as dificuldades estão perante todos: afinal de contas, como Nelson Piquet disse certo dia, é como correr dentro da sala com uma bicicleta. E Ste. Devote é notoriamente famoso pelas suas carambolas nos primeiros metros. Afinal de contas, horas antes, de manhã, houve uma grande carambola nessa curva.
Nos pneus, havia de todos os tipos: Isack Hadjar e Yuki Tsunoda partiriam de moles, os McLarens e boa parte do pelotão, de médios, enquanto gente como George Russell, Andrea Kimi Antonelli e Oliver Bearman, colocaram duros, para tentar ficar na pista o mais tempo possível.
No regresso, Norris começou a distanciar-se de Leclerc, ficando com quase dois segundos no final da oitava volta, mas pouco depois, o primeiro incidente, com Pierre Gasly bateu na parte do Tabac, conseguido arrastar para as boxes, tornando-se na primeira vitima das armadilhas do Mónaco.
A partir dali, os olhares foram para a luta pela terceira posição, entre Oscar Piastri e Max Verstappen. O piloto da Red Bull pressionava o da McLaren, mas o australiano resistia bem, enquanto os dois primeiros se afastavam, com a diferença entre segundo e terceiro é de 3,7 segundos. E entretanto, aconteciam as primeiras paragens nas boxes, como Isack Hadjar, que na volta 12, trocou para pneus moles. Pouco depois, Fernando Alonso e Esteban Ocon também foram para as boxes.
Pela volta 18, Oliver Bearman e Lance Stroll fazem a segunda paragem, acabando por estar libertados da obrigatoriedade das paragens. Duas voltas depois, Piastri e Norris faziam as suas primeiras paragens, e na seguinte, Hadjar e Hamilton faziam a sua segunda paragem. Leclarc fica na frente, seguido de Max Verstappen. Leclerc entra nas boxes na volta 22, deixado Max na frente.
Na volta 36, Fernando Alonso, que estava na sexta posição, desistia por causa de problemas no seu carro, dando o lugar a Isack Hadjar, com Esteban Ocon a seguir, em sétimo. A França a ter uma boa tarde nas ruas de Monte Carlo. Albon e Lawson foram às boxes na volta 42, para a segunda paragem, enquanto Piastri tocava com a traseira em Ste. Devote, sem consequências. Hulkenberg foi para a sua segunda paragem na volta 47, para colocar moles, e a pergunta é saber se aguentam as 31 voltas seguintes.
Piastri fazia a sua segunda paragem na volta 49, seguido por Leclerc, na volta 50, que caía para terceiro, atrás de Max. Norris foi depois, perdendo a liderança para o neerlandês. E de repente... os três primeiros andavam bem perto: quase dois segundos entre primeiro e terceiro, com Max a tentar faxer render os seus médios, perante os duros de Norris, perante os médios de Leclerc. Piastri era quarto e parecia estar longe, mas... nem tanto: menos de oito segundos. A partir dali, ele se esforçou para apanhar Lelcerc, e pela volta 67, a onze do final, já tinha cerca de três segundos de diferença para um lugar no pódio, e a menos de dez voltas da meta, os quatro primeiros estavam nas traseiras uns dos outros.
E esperou-se até ao final para saber se ele iria ou não parar nas boxes. E parou. A razão era simples: ele e a Red Bull esperavam por uma bandeira vermelha, que, claro, nunca aconteceu. Acabou por cair para quarto, ficando fora do pódio, mas na frente de Lewis Hamilton, o quinto.
Mas o mais interessante, no meio disto tudo, é que as táticas e os atrasos fizeram com que apenas os cinco primeiros ficaram na mesma volta, e a partir do sexto lugar, os pilotos tinham um atraso de uma volta. E Carlos Sainz Jr, o último que pontuou, acabou com duas voltas de atraso! De uma certa forma, parece que regressamos quatro décadas no tempo. E quero recordar que há gente que, nas suas cabeças, já riscaram esta corrida no calendário.





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