domingo, 25 de maio de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 8, Mónaco (Corrida)


A Formula 1 tem uma ligação com Monte Carlo que é quase indissociável. Em 2025 passam 70 anos desde a primeira corrida de uma ligação que apenas foi interrompida com a pandemia. Correr nas ruas de uma cidade não é fácil, mas há mais de meio século, era corrente, contra fardos de palha e carros com travões de tambor. Mas Monte Carlo, capital de um micro-estado como este, no meio das receitas dos casinos, dos bancos, dos milionários que estacionam os seus iates, do imobiliário, vê no Grande Prémio a sua oportunidade de brilhar, porque é das poucas chances onde o seu nome está nas bocas do mundo. E claro, mesmo numa pista como esta, não pretende abdicar deste estatuto.   

Perante 78 voltas, mesmo num dia de primavera como este, as dificuldades estão perante todos: afinal de contas, como Nelson Piquet disse certo dia, é como correr dentro da sala com uma bicicleta. E Ste. Devote é notoriamente famoso pelas suas carambolas nos primeiros metros. Afinal de contas, horas antes, de manhã, houve uma grande carambola nessa curva. 

Nos pneus, havia de todos os tipos: Isack Hadjar e Yuki Tsunoda partiriam de moles, os McLarens e boa parte do pelotão, de médios, enquanto gente como George Russell, Andrea Kimi Antonelli e Oliver Bearman, colocaram duros, para tentar ficar na pista o mais tempo possível. 


Na partida, Charles Leclerc atacou Lando Norris, mas o piloto da McLaren defendeu-se. Ele continuou a atacar o piloto britânico, mas ele conseguiu defender-se. Todos se safaram em Ste. Devote, e as coisas pareciam correr tudo bem até que em Portier, Andrea Kimi Antonelli passou o Sauber de Gabriel Bortoleto e este bateu na barreira de proteção. Ele voltou à pista e foi às boxes para reparar os estragos, e o Safety Car Virtual foi colocado. A  corrida retomou na quinta volta, com Piastri na frente de Leclerc. 

No regresso, Norris começou a distanciar-se de Leclerc, ficando com quase dois segundos no final da oitava volta, mas pouco depois, o primeiro incidente, com Pierre Gasly bateu na parte do Tabac, conseguido arrastar para as boxes, tornando-se na primeira vitima das armadilhas do Mónaco.

A partir dali, os olhares foram para a luta pela terceira posição, entre Oscar Piastri e Max Verstappen. O piloto da Red Bull pressionava o da McLaren, mas o australiano resistia bem, enquanto os dois primeiros se afastavam, com a diferença entre segundo e terceiro é de 3,7 segundos. E entretanto, aconteciam as primeiras paragens nas boxes, como Isack Hadjar, que na volta 12, trocou para pneus moles. Pouco depois, Fernando Alonso e Esteban Ocon também foram para as boxes.

Pela volta 18, Oliver Bearman e Lance Stroll fazem a segunda paragem, acabando por estar libertados da obrigatoriedade das paragens. Duas voltas depois, Piastri e Norris faziam as suas primeiras paragens, e na seguinte, Hadjar e Hamilton faziam a sua segunda paragem. Leclarc fica na frente, seguido de Max Verstappen. Leclerc entra nas boxes na volta 22, deixado Max na frente.


Com a segunda paragem de Colapinto e Bortoleto, eles iriam ficar na pista até ao final da corrida, enquanto Max continuava na pista até à volta 28, para a sua primeira paragem, para regressar à pista na quarta posição, na frente de Lewis Hamilton. Na volta 31, Norris, o líder, passava Russell e Antonelli, que nesta altura, continuavam a vegetar na 12ª e 13ª posição, respetivamente. E já perdiam uma volta. 

Na volta 36, Fernando Alonso, que estava na sexta posição, desistia por causa de problemas no seu carro, dando o lugar a Isack Hadjar, com Esteban Ocon a seguir, em sétimo. A França a ter uma boa tarde nas ruas de Monte Carlo. Albon e Lawson foram às boxes na volta 42, para a segunda paragem, enquanto Piastri tocava com a traseira em Ste. Devote, sem consequências. Hulkenberg foi para a sua segunda paragem na volta 47, para colocar moles, e a pergunta é saber se aguentam as 31 voltas seguintes.

Piastri fazia a sua segunda paragem na volta 49, seguido por Leclerc, na volta 50, que caía para terceiro, atrás de Max. Norris foi depois, perdendo a liderança para o neerlandês. E de repente... os três primeiros andavam bem perto: quase dois segundos entre primeiro e terceiro, com Max a tentar faxer render os seus médios, perante os duros de Norris, perante os médios de Leclerc. Piastri era quarto e parecia estar longe, mas... nem tanto: menos de oito segundos. A partir dali, ele se esforçou para apanhar Lelcerc, e pela volta 67, a onze do final, já tinha cerca de três segundos de diferença para um lugar no pódio, e a menos de dez voltas da meta, os quatro primeiros estavam nas traseiras uns dos outros.


Leclerc começou a pressionar Norris para ver se o passava, mas o pessoal sabia perfeitamente que naquelas ruas, chegar era uma coisa, passar era outra. E claro, também havia outra coisa: Max só tinha feito uma paragem. Qual será a penalização, caso não faça a segunda paragem? Bom: é uma desqualificação pura e simples. Mas se parasse, cairia para fora do pódio, sendo quarto, na frente de Lewis Hamilton, e ainda teria 48 segundos de vantagem sobre ele. 

E esperou-se até ao final para saber se ele iria ou não parar nas boxes. E parou. A razão era simples: ele e a Red Bull esperavam por uma bandeira vermelha, que, claro, nunca aconteceu. Acabou por cair para quarto, ficando fora do pódio, mas na frente de Lewis Hamilton, o quinto.

Mas o mais interessante, no meio disto tudo, é que as táticas e os atrasos fizeram com que apenas os cinco primeiros ficaram na mesma volta, e a partir do sexto lugar, os pilotos tinham um atraso de uma volta. E Carlos Sainz Jr, o último que pontuou, acabou com duas voltas de atraso! De uma certa forma, parece que regressamos quatro décadas no tempo. E quero recordar que há gente que, nas suas cabeças, já riscaram esta corrida no calendário.


Mas... não são a maioria. E agora, o circo continua a circular porque semana que vem, é a corrida de Barcelona.    

Sem comentários: