segunda-feira, 11 de agosto de 2025

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Em 1985, Manfred Winkelhock pensava seriamente em deixar a Formula 1 para trás e se dedicar exclusivamente na Endurance. 

Se na Formula 1, o seu melhor resultado não passou de um 12º lugar no GP de França, numa RAM que era dos piores carros do pelotão, com motores Hart turbo cliente, que não funcionavam bem... quando funcionavam, em termos de Endurance, as coisas correram melhor. Como viram anteriormente, tinha vencido os 1000 km de Monza, conseguindo bater os Porsche oficiais de Hans-Joachim Stuck e de Derek Bell, mas uma semana antes, em Mugello, ele e o suíço Marc Surer tiveram um segundo lugar, batido apenas pelo Porsche oficial de Jochen Mass e Jacky Ickx. Para além disso, conseguiram um quarto lugar nos 1000 km de Silverstone, apenas atrás dos carros oficiais da Porsche e da Lancia, este guiado por Alessandro Nannini e Riccardo Patrese.

Depois de ter estado ausente das 24 Horas de Le Mans, porque a data colidia com o GP do Canadá, ambos regressaram para os 1000 km de Hockenheim, onde não terminaram a corrida. Era assim que Winkelhock corria no verão de 1985. Mas se na Formula 1, era desistências ou chegadas no final do pelotão, em Nurburgring, para o GP da Alemanha, não passou da oitava volta, com problemas de motor. No primeiro jornalista que encontrou, disse: "vou embora, isto é frustrante para mim".

Pudera: se numa competição, não consegues nada, e na outra sobes ao pódio como vencedor, qual escolherias?

Uma semana depois, Winkelhock e Surer estavam em Mosport para mais uma corrida de Endurance. A primeira parte da corrida foi feito com Surer ao volante, para depois haver uma troca de pilotos para o alemão. Mas ele não rodou muito: na 69ª volta, quando fazia a Curva 2, uma vertiginosa descida para a esquerda, o carro seguiu em frente - aparentemente, devido a um furo ou um defeito técnico - e embateu no muro de concreto, a mais de 230 km/hora. Os socorros chegaram rapidamente ao local, mas estava preso no meio dos destroços. Estiveram mais de 25 minutos para tirar o piloto dos restos do 956, ainda vivo, mas com fortes lesões cranianas.

Transportado de helicóptero para o Sunnybrook Medial Center, em Toronto, para ser operado, o seu estado era critico. Não tinha nenhum familiar - apenas o seu companheiro e amigo Surer - porque a sua família, nomeadamente a sua mulher, estava a caminho do Canadá para o poder ver. Infelizmente, chegou tarde: já tinha morrido devido às extensas lesões na cabeça, aos 33 anos. 

Ver que os seus últimos tempos de carreira era um contraste: infeliz na Formula 1, a mostrar o seu melhor na Endurance, mesmo num carro de uma das melhores equipas privadas do automobilismo, tem-se a certeza que, mais cedo ou mais tarde, escolheria o seu caminho e se calhar, teria uma carreira mais cheia em termos automobilísticos, passando pelo DTM e outras competições de Turismo. 

Manfred Winkelhock morreu há 40 anos, neste mês de agosto. 

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