quinta-feira, 14 de agosto de 2025

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A temporada de 1960 pode ter acontecido há 65 anos, mas foi neste dia que a Formula 1 correu pela última vez no circuito da Boavista, em Portugal. E foi nesse dia que Jack Brabham se tornou campeão do mundo pela segunda vez, no seu Cooper dominador. 

E por pouco, essa vitória não acontecia. Primeiro, na qualificação, onde John Surtees, então no seu terceiro Grande Prémio da sua carreira, conseguia uma inesperada pole-position a bordo do seu Lotus-Climax, onde Brabham era apenas terceiro, com o BRM de Dan Gurney no meio, na sua melhor qualificação do ano. Jim Clark, que tivera um acidente na qualificação, foi apenas oitavo no seu Lotus, enquanto Nicha Cabral, no seu Cooper da Scuderia Centro-Sud, era 15º... e último, a oito segundos do "poleman".

Na partida, Gurney deu-se melhor com a superfície do circuito, que era de... paralelepípedos, para ficar com a liderança, enquanto Brabham ficou um pouco mais atrás. Pior: um despiste o tinha atirado para o sexto lugar. Mas o que interessava era que o carro estava inteiro e arrancou, rumo a uma corrida que teria de ser de recuperação. 

Primeiro, a sorte: Gurney teve uma fuga de óleo na décima volta, para o comando ficar nas mãos de Surtees, enquanto Brabham recuperava tempo e lugares. Quem também tinha azar era Stirling Moss, que primeiro, teve de trocar velas, e depois, quando fez um pião na pista, retomou a corrida em sentido inverso por alguns metros. E por causa disso, os comissários de pista decidiram desclassificá-lo quando chegou ao fim na quarta posição.

Por esta altura, Brabham tinha apanhado o Ferrari de Phil Hill e lutava por posição com o americano. A luta durou até à 30ª volta, quando Hill despistou-se e ficou de fora, felizmente sem ferimentos. Por esta altura, Surtees tinha problemas com o seu carro porque óleo tinha ido para os seus sapatos e isso atrapalhava a sua aceleração e travagem. Quando se despistou, na volta 36, já era acossado por Brabham, e ali, perdia a sua primeira chance de vitória, quer para ele, quer para a Lotus.

Com isso, o australiano ficou com o comando da corrida e tinha já algum avanço sobre Bruce McLaren. Mas quem estava à porta dos pontos era Nicha, que era sexto quando a sua caixa de velocidades cedeu e ficou de fora. Jim Clark foi o terceiro, ficando com o seu primeiro de 32 pódios na sua carreira. E o sexto classificado, Innes Ireland, conseguiu o seu ponto... com sete voltas de atraso.

No final, Brabham estava duplamente contente. Não só era o vencedor do GP de Portugal, como tinha renovado o título, a duas corridas do final do campeonato. E melhor: tinha levado tudo, também o título de Construtores e o segundo lugar do campeonato, que pertencia a Bruce McLaren. Ele tinha 33 pontos, menos sete que Brabham, enquanto o terceiro na classificação, Innes Ireland, tinha... 13.

A partir daqui, a Formula 1 só regressaria a paragens portuguesas dali a 24 anos. E também iria decidir um campeonato.   

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